sexta-feira, fevereiro 19, 2021

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MAIS UM GRANDE PASSO NA CONQUISTA DO COSMOS


Por Hermes C. Fernandes

Ontem, 18 de fevereiro de 2021, foi um dia importante para a conquista do espaço. Às 17:55h (horário de Brasília) o robô explorador Perseverance da Nasa pousou na superfície de Marte, depois de uma longa viagem que durou sete meses. A chegada, transmitida ao vivo pelas redes sociais da agência espacial, ocorreu na cratera de Jezero, local de pouso mais perigoso já tentado.

O objetivo da missão  é buscar vestígios de vida em um local do planeta que já foi um lago bilhões de anos atrás. Para isso, o robô carrega instrumentos que vão coletar amostras, observar a geologia e transformar dióxido de carbono em oxigênio para viabilizar uma missão com humanos no planeta. Essa conversão será um dos passos essenciais para a Nasa conseguir levar astronautas em uma missão tripulada no futuro.

Acoplado ao Perseverance também está o Ingenuity, um helicóptero de 1,8 kg com hélices que giram cerca de 8 vezes mais rápido do que um helicóptero comum.

O nome "perseverance" (perseverança em português) é bem sugestivo, já que a conquista do espaço exige mais do que avanço tecnológico. Para que cheguemos a cumprir nosso destino de colonizar outros planetas do sistema solar, há que se ter perseverança. 

Há cinquenta e um anos, o homem pisava pela primeira vez em solo lunar. Ao dar seus primeiros passos, Armstrong declarou: “Um pequeno passo para o homem, um gigantesco salto para a humanidade”.

E ele estava certo.

Mas o que nos levou à Lua, afinal? Simples curiosidade científica? Não. Bem mais que isso.

Estávamos em plena guerra fria, e a competitividade entre as duas potências mundiais, Estados Unidos e União Soviética, foi o combustível que impulsionou o foguete da Apolo 11.

Fincar a bandeira americana, antes que os russos pusessem seus pés na Lua, era questão de honra para a NASA.

Já que a invasão da Baia dos Porcos em Cuba havia sido um fiasco, somente uma realização grandiosa e sem precedentes na História da humanidade, poderia lavar a honra da América diante da “ameaça comunista.”

Os russos já haviam colocado em órbita o primeiro satélite artificial doze anos antes. 1x0 para eles. Foi dos lábios de um cosmonauta russo, Iuri Gagarin, que no início nos anos 60 soubemos a Terra era azul. 2x0 em cima dos Estados Unidos.

Chegara a hora de dar uma virada no jogo.

Uma nave tripulada percorreu 384 mil Km, pousando na superfície da Lua, num espetáculo assistido ao vivo pela TV por mais de um bilhão e duzentos milhões de pessoas no Mundo inteiro.

Quem diria que um dia a raça humana seria capaz de tal proeza?

E não pára por aí. Somos seres insaciáveis. Não nos rendemos à imposição das fronteiras. Queremos sempre ir além.

Foi por isso que deixamos o velho mundo, e descobrimos o continente americano há cinco séculos. Por isso deixamos a África e conquistamos até as partes mais remotas e inóspitas do planeta.

Agora queremos pisar em Marte.

Imagine o espetáculo que será assistir a chegada do homem ao planeta vermelho, acompanhado de bilhões de internautas no Mundo!

E se a nossa raça sobreviver à adolescência tecnológica, vamos atravessar as fronteiras do Sistema Solar.

Desde que deixamos o Paraíso, tornamo-nos peregrinos na Terra.

Embora veja com bons olhos o avanço tecnológico, fico a me perguntar: o que será mais fácil e menos custoso do ponto de vista econômico, colocar nossos pés em Marte, o salvar nosso planeta de um colapso ambiental?

E mais:

Fomos capazes de ir tão longe, deixando pegadas na lua, mas temos sido incapazes de ir ao encontro do próximo, seguindo as pegadas de Cristo.

Uma nova aventura espacial custa muito caro, e até pode ser adiada. Mas reverter o processo autodestrutivo em que a humanidade se encontra é inadiável.

Além de lançar foguetes que alcancem o céu, que tal estendermos nossas mãos na direção do próximo. Foguetes se alimentam de hidrogênio, e gestos solidários são movidos pelo combustível do amor.

O mais significante passo que a humanidade poderia dar é na direção de Deus, e isso só é possível quando rompermos com nosso egoísmo, e caminharmos na direção do outro.

Lindo seria se chegássemos a Marte, e até a um planeta de fora do sistema solar, como representantes de uma civilização que venceu o ódio, o desamor, a injustiça, e agora estaria pronta para conquistar o Cosmos.

Em vez de içar a bandeira de uma nação, fincaríamos lá a bandeira da civilização do amor.

Quem sabe não fomos destinados a isso? Como disse Konstantin Tsiolkovsky: “A Terra é o berço da humanidade, mas ninguém pode viver no berço para sempre!”

Nasci no ano em que o homem pisou na lua pela primeira vez e espero viver o suficiente para vê-lo pisar em Marte.

#Perseverance

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