sexta-feira, março 21, 2014

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Em defesa de "Jesus Cristo Superstar"


Por Hermes C. Fernandes
Esta semana assisti à entrevista de Negra Li no programa "Agora é Tarde" com Rafinha Bastos. Fiquei surpreso ao saber de sua participação no elenco do polêmico musical "Jesus Cristo Superstar", mesmo confessando-se evangélica. Porém, minha surpresa foi positiva e não negativa como alguns poderiam pensar.
Desde que estreou na Broadway em 1970, por onde tem passado, a ópera-rock de Tim Rice e Andrew Lllyd Werber coleciona protestos ao redor do mundo. Com montagens em mais de 40 países, seu sucesso estrondoso se deve muito a esses protestos e já faturou mais de 120 milhões de dólares. 
Diversos grupos religiosos querem proibir sua apresentação no Brasil. Um dos mais atuantes é a Associação de Devotos de Fátima que criou uma petição online exigindo que a ministra da Cultura, Marta Suplicy, cancele o que considera um espetáculo blasfemo, sacrílego, grotesco e pecaminoso. Dentre as coisas escandalosas do musical, destacam-se o fato da história ser narrada por ninguém menos que Judas Iscariotes, o discípulo traidor, além de sugerir de maneira subliminar uma relação "indecente" com Maria Madalena. Sem contar os trejeitos descolados do Filho de Deus que aparece sem camisa e de calças jeans.
Sinceramente, não vejo razões plausíveis para tanto. Devo confessar que nem mesmo "A Última Tentação de Cristo" me causou incômodo. Fui levado a assisti-lo justamente por curiosidade, devido à repercussão negativa entre os grupos religiosos. Lembro-me da onda de quebra-quebra nas salas de exibição. Assim que o lançaram em vídeo, fiz questão de assistir para que não emitisse uma opinião baseada em suposições de terceiros. Não vi nada demais. Nada que ferisse meus escrúpulos. Sinto-me muito mais ultrajado com o circo montado em torno de Cristo pelas igrejas midiáticas. 
Obras polêmicas como essas e o Código da Vinci de Dan Brown só fazem renovar o interesse das pessoas pela figura do Nazareno. O resto, é licença poética. 
Assim como fazemos vista grossa a produções como "Os dez mandamentos", "Príncipe do Egito" e agora, "Noé", que jamais se preocuparam em ser fiéis aos textos bíblicos, acho que deveríamos ser mais tolerantes com qualquer produção que fale de Jesus. Sentir-se insultado me parece ser equivalente a tomar a direção oposta proposta por Jesus. Não somos seguidores radicais do Islã, mas d'Aquele que nunca abriu Sua boca em defesa própria, nem pediu que o fizéssemos.
Assim que o espetáculo vier para o Rio, quero prestigiá-lo. Mesmo que não concorde com tudo o que ali for exposto. Pelo menos, terá falado de Jesus e Sua proposta subversiva. 

3 comentários:

  1. Anônimo7:25 AM

    sinceramente não me e de admirar o fato de voçe nao se escandalizar com esse musical pra quem e a favor da prostituiçao legalizada reconhecida como uma profissao . pra vc hermes o mais importante e escandalizar qualquer outra denominaçao a qualquer custo. TODOS seus comentarios e opinioes sao sempre as mesmas chamar TODOS DE LEGALISTAS, MORALISTAS, FARISEUS etc.... NAO TEM UM COMENTARIO SEU QUE VC NAO UTILIZE DESSES ARGUMENTOS.ALIAS PARA SE FAZER PROPAGANDA DO MELHOR PACOTE DE BISCOITO NECESSARIO E QUE SEJA DIFERENCIADO DOS DEMAIS
    SINCERAMENTE ACHO QUE ESSA SUA PSEUDO SUBVERSÃO SE ENCAIXA PERFEITAMENTE COM A ENCENAÇÃO DA CENA DO PERSONAGEM KIKO DO CHAVES. COM O FAMOSO BORDAO GENTALHA GENTALHA. ACHO QUE A PROPOSTA DE JESUS E FAZER DISCIPULOS E NAO GENTE DE NARIZ EMPINADA PRA SAIR POR AI JULGANDO TUDO E TODOS DE FARIEUS, MORALISTAS E BLA BLA BLA BLA ...........

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    Respostas
    1. Por um lado, vejo muito ceticismo atuando na cosmovisão do pastor Hermes, por outro, vejo sua simplicidade bíblica em interpretar tabus deixados pelo cristianismo atual.
      Eu, particularmente, me identifico com os dois lados, acho que muitos problemas de resistência da igreja contra a arte se deve a um tremendo fanatismo religioso e antibíblico.
      Embora, tenho também algumas reflexões diferentes sobre alguns pensamentos dele. No caso desse espetáculo, eu não concordaria completamente com esse Jesus. Não preciso sair em defesa dele ou buscando impedir as apresentações no país, mas também não preciso aclamar uma heresia que,infelizmente, pode iludir muita gente.

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  2. bah... deixa pra lá.. ia fazer um comentário.. mas não compensa....

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