Disseram que hoje haveria
chuva de estrelas
cadentes
Noite assim jamais
ousaria
manter meus olhos ausentes
Mas justamente esta
noite
o céu estava
nublado.
Foi como levar um
açoite
por ter ficado
acordado
Ainda que o show
aconteça
Meus olhos não o verão
Acima da nuvem
espessa
bem distante do
meu chão
Ouvi que certo cometa
de cauda
esplendorosa
se aproxima do
nosso planeta
nos deixando em
polvorosa
Brilhará mais do que
a lua
Quando cheia em
sua glória
Desfilando pela
noite nua
em sua órbita
aleatória
Mas de quê me valerá?
Só será visto em
outros céus
Que diferença me
fará
Seja entre heróis
ou entre réus?
Terei que me
conformar
e assistir pela TV
Ou um site acessar
caso insista em
não perder
A sensação não é a
mesma
pela tela fria de
plasma
Pois sou gente, não lesma
Carne e osso, não fantasma
O coração não
dispara
A respiração não
ofega
Nem é coisa tão
rara
à que a alma se
apega
Não posso ser
injusto
pois poucas vezes
vi
Como que num susto
do céu algo
estranho cair
Qual foi minha
surpresa
Quando sem
qualquer aviso
Uma bola de fogo
acesa
Rasgou-me o céu e
o riso
Mas só mesmo eu vi
Não foi notícia
nos jornais
E com quem eu
reparti
duvidou, nem conto
mais
Triste é a expectativa
Que não é
correspondida
Parece não ser nociva
Mata aos poucos,
reprimida
Não quero buscar noutros
céus
Ter que deixar o
meu chão
Prefiro enxergar
entre os véus
Dar asas à imaginação
Por isso, prossigo
a esperar
Pela noite ou pelo
dia
Em que o céu limpo
estará
e eu entregue à
poesia
Autor: Hermes C. Fernandes em 26/10/2013
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