Por Hermes C. Fernandes
O filme “A morte pede carona” (The Hitcher) é um suspense americano dirigido
por Robert Harmon em 1986. Enquanto dirigia para Califórnia, o jovem Jim Halsey
oferece carona a um psicopata que mata a todos os motoristas que lhe dão
carona. Porém, Jim consegue escapar, mas o cruel e sádico assassino, o persegue
de maneira implacável. Para piorar as coisas, a polícia pensa que Jim é o autor
das mortes. O filme é um
alerta para que as pessoas sejam mais atentas, evitando dar carona a desconhecidos.
Semelhante risco
corremos sempre que permitimos que as pessoas tomem carona em nossa vida. Trata-se de uma roleta russa. Pode ser que estejamos dando carona à sorte ou à morte.
Jeú foi um rei
ungido por Eliseu e que recebera do Senhor a incumbência de erradicar de Israel
todos os descendentes de Acabe, o malévolo rei, marido da abominável Jezabel. Qualquer
descendente de Acabe poderia reclamar o trono para si, e assim, perpetuar sua
política perversa.
Por causa disso,
Jeú teria que ser cuidadosamente seletivo em suas amizades e relacionamentos.
Qualquer pessoa que se aproximasse poderia ser um agente infiltrado à serviço
dos interesses da casa de Acabe.
Certo dia, Jeú “encontrou
a Jonadabe, filho de Recabe, que lhe vinha ao encontro, o qual saudou e lhe
disse: Reto é o teu coração para comigo, como o meu o é para contigo? E disse
Jonadabe: É. Então, se é, dá-me a mão. E deu-lhe a mão, e Jeú fê-lo subir
consigo ao carro. E
disse: Vai comigo, e verás o meu zelo para com o Senhor. E o puseram no seu
carro” (2 Reis 10:15-16).
Antes de sair por aí dando a mão ao primeiro que aparece,
deveríamos precaver-nos, buscando discernir as intenções de quem se aproxima.
Andar de mãos dadas implica caminhar na mesma direção. Não se
pode oferecer carona para quem vai numa direção, se nosso propósito é tomar a
direção oposta. Jonadabe só entrou no
carro de Jeú depois de afiançar-lhe que o seu coração era reto para com o dele.
Em outras palavras, ambos tiveram que se certificar de que seus corações
estavam na mesma sintonia.
Se caminharmos de mãos dadas com quem toma a direção contrária,
andaremos em círculo. Imagine o quadro. Nenhum dos dois vai avançar na direção
a que se propõe.
A morte que nos pede carona pode ser a morte de nossos
objetivos, de nossos sonhos, daquilo para o qual existimos.
“Andarão dois juntos se
não estiverem de acordo” (Amós 3:3)? Foi por isso que Paulo e Barnabé tiveram que se separar. Não
era possível caminharem juntos sem que houvesse consenso. Suas agendas eram
incompatíveis.
Às vezes, separações são inevitáveis para que se poupe a
integridade do propósito. Devemos fidelidade à nossa consciência antes de a
qualquer parceria. Todavia, há que se zelar para atenuar o trauma causado pela
separação.
No fundo, somos todos caroneiros. Ora pedimos
carona, ora oferecemos a quem nos pede. O importante é irmos na mesma direção e
estarmos na mesma sintonia de coração. Ouçamos a recomendação de Paulo:
“Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer.” 1 Coríntios 1:10Alguns pedem pra descer simplesmente por já terem chegado ao seu destino e não por desejarem tomar a direção oposta. Seja como for, se não vai para o mesmo lugar, se não tem o mesmo parecer e propósito, Adios amigo! Hasta la vista. Foi bom enquanto viajamos juntos. Guardemos as boas recordações e jamais permitamos que nossa história seja maculada por mágoas desnecessárias.
Bom dia, como precisamos meditar em tais palavras, andar em circulos por medo de abrir mãos de amizade ou valores que julgamos ideias, mas que nos levam a morte !
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