sexta-feira, dezembro 10, 2010

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Traficantes do Rio presenteiam mulheres com joias com dizeres e símbolos cristãos





O Jornal A Folha noticiou que um levantamento da Polícia Civil para chegar aos chefões do tráfico, revelou a opulência dos presentes que eles costumam dar para suas mulheres. Cordões e medalhas com mais de meio quilo de ouro. 
As fotos foram descobertas em pesquisas feitas por policiais em redes sociais, como o Orkut. Outras foram enviadas anonimamente à polícia.
Nelas, jovens exibem correntes que, na avaliação de ourives ouvidos pela Folha, custariam em média R$ 35 mil. A Folha não identifica as mulheres, pois algumas são menores de idade e outras ainda são investigadas. De acordo com a polícia, há um mercado clandestino de produção de joias para traficantes funcionando no centro antigo da cidade e em alguns bairros da zona norte.


O que me incomodou nesta matéria foram os motivos religiosos estampados nas jóias. Na primeira foto encontramos os dizeres "Deus é Fiel" (slogan muito usado por igrejas adeptas da Teologia da Prosperidade), e na segunda, a estrela de Davi, símbolo muito usado por igrejas ligadas ao movimento conhecido como G12. O que isso nos indica? Que valores religiosos estão se mesclando e se diluindo no espírito consumista ostentado por esses criminosos. Muitos deles vêm de berço cristão, outros ainda hoje freqüentam igrejas, pedem oração pra que sejam protegidos em sua atividade criminosa. Há até pastores que se dispõem a ungir suas armas. 

Afinal de contas, que tipo de evangelho tem sido pregado em nossos dias, a ponto de ser conivente com o crime?  Um evangelho que não prega arrependimento, mas enfatiza a prosperidade material como um sinal de aprovação divina. É lamentável saber que cantores evangélicos recebem cachês altíssimos para se apresentarem em shows bancados por elementos ligados ao tráfico. Muitos bailes funk começam e terminam com louvores. Igrejas funcionam com a permissão do tráfico, e o tráfico funciona com a bênção de algumas igrejas. Testemunhos de prosperidade são dados em pleno culto por pessoas que se beneficiaram de atividades ilícitas. Gente envolvida em roubo de cargas, em pirataria (inclusive de CD's evangélicos), prostituição, corrupção, sobem descaradamente ao púlpito para contar suas 'bênçãos'.  Sem contar igrejas que receptam material roubado de outras igrejas, principalmente instrumentos musicais e aparelhagem de som. 

O que estou relatando aqui não é novidade pra quem vive em muitas comunidades dominadas pelo tráfico. Em algumas congregações, o culto pára para que o pregador destaque a presença do nobre bandido, recebido às vezes com palmas. 

Que carência temos de profetas. Que Deus levante homens e mulheres nessas comunidades para desafiarem o crime, e conclamar os 'meninos do tráfico' a que se arrependam e assim, sejam convertidos à Verdade. O que eles precisam não é de proteção divina para praticarem seu crime impunemente. O que eles precisam é de conversão. Que se rendam imediatamente a Cristo e vivam, pra que mais tarde não tenham que se render à polícia ou serem mortos. 

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