
Basta olhar nos olhos da população para perceber a satisfação de haver eleito ontem o candidato da união.
Ironia à parte, o fato é que, o que levou Eduardo Paes à apertadíssima vitória no pleito de ontem foi a união.
Ele conseguiu reunir forças antes antagônicas em torno de sua candidatura. Jamais poderíamos sonhar em um dia ver o império Global e o império Universal caminhando de mãos dadas. Foram deixados de lado anos e anos de perseguição. O chute na santa ficou pra trás. As novelas difamatórias, idem. Deus e o Diabo finalmente se acertaram (sic).
Dornelles e Jandira Feghali, milícias e tráfico, todos cantavam numa só voz: "Esse é o prefeito, esse é capaz!"
E pra engrossar o coro, vieram os pastores, bispos e apóstolos. Aliás, o tema do sermão de muitos deles ontem foi "Cuidado com o caveira (a maneira como alguns se referiam a Gabeira)". Quem é de Deus, vota no "escolhido", naquele que vai salvar o Rio, o candidato da união.
Quem está muito alegre com tudo isso são Lula e Cabral. Mas eles também são apenas peças de um tabuleiro. Quem, de fato, jogou foi César Maia.

Pena que nossa cidade jogou fora a oportunidade de se livrar de sua sina. Vamos ter que assistir novamente a uma novela que, definitivamente, não vale à pena assistir de novo.
Dejàvu! Essa vai ser a sensação que todos teremos nesses quatro anos. Não estou agorando, tampouco profetizando. Apenas constatando o óbvio.
E quanto aos pastores que se prestaram a esse papel, terão que prestar contas a Deus, por usar seu púlpito para fazer politicagem.
Fiquei imaginando se algum colega de ministério não leu ontem com a sua congregação o Salmo 15 (o número do candidato da união): "Senhor, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte? Aquele que anda com sinceridade, e pratica a justiça, e do coração fala a verdade; aquele que não difama com a língua, nem faz mal ao seu próximo, nem contra ele aceita nenhuma afronta; aquele a cujos olhos o réprobo é desprezado, mas que honra os que temem ao Senhor; aquele que, mesmo que jure com dano seu, não muda; aquele que não empresta o seu dinheiro com usura, nem aceita suborno contra o inocente. Quem faz estas coisas nunca será abalado".
Trocadilhos à parte, que tal o Salmo 43 (o número do candidato difamado nos púlpitos): "Faze-me justiça, ó Deus, e pleiteia a minha causa contra uma nação ímpia; livra-me do homem enganador e iníquo. Tu és o Deus da minha fortaleza. Por que me rejeitaste? Por que me visto de luto por causa da opressão do inimigo? Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem; levem-me ao teu santo monte, ao lugar da tua habitação. Então irei ao altar de Deus, do Deus que é a minha alegria e o meu prazer. Com harpa te louvarei, ó Deus, Deus meu. Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te pertubas dentro em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, meu Salvador e Deus meu."
O Rio de Janeiro continua triste...
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