BIDEN, PEDÓFILO?

Por Hermes C. Fernandes

A onda de fake news que tem varrido os EUA durante esta corrida eleitoral nos oferece uma ideia do que ocorrerá aqui no Brasil durante o pleito de 2022.

Mesmo depois de eleito, Joe Biden segue sendo vítima de todo tipo de calúnia e difamação, dentre elas a que afirma que o candidato seria comprovadamente pedófilo, com base em vídeos em que ele demonstra carinho por seus netos publicamente.

Interessante que isso só veio à tona agora, aos 78 anos, depois de uma carreira política exitosa de quatro décadas.

Reproduzo abaixo parte do texto de Regina Farias acerca desse “delírio coletivo”: 

“Sejamos críticos, lúcidos, coerentes e principalmente, tenhamos consciência ao espalhar fakenews pelas redes sociais, porque isso é crime! E quem repassa também se torna um criminoso. A propósito, já ouviram falar em deepfaker?! PoiZé.

Vamos pensar um pouco. Não é proibido pensar. Os vídeos do Biden dando selinhos nos netos é devido à cultura irlandesa onde viveram seus antecessores e com a qual ele tem forte ligação. Ele tem esse lado pegajoso, é louco pela família, é amoroso, carinhoso, aperta, beija e agarra (...)  Ora,um pedófilo não se expõe publicamente. Age na surdina. Pergunte a um psicólogo. Doentes pedófilos enrustidos são os que se prestam a espalhas essas mentiras. 

Conheço muita gente assim pegajosa! Meu sogro era assim, grudento. Beijava e agarrava todo mundo. Os filhos, os netos, os amigos dos filhos, as crianças, as novas, as velhas, todo mundo! E foi a pessoa mais ética e o melhor coração que eu já conheci!

Na cultura dos Estados Unidos há uma rigidez muito grande quanto ao contato pessoal que se acentua com estranhos. Eles não aceitam nem que olhem fixamente para eles. Mais que cultural, beira à fobia. Se tocar, então já é invasão. Quem já foi por lá ao menos uma vez aprende isso logo de cara! (...) Esse povo inconformado com A VITÓRIA dele está apenas extravasando a raiva, o inconformismo e a vontade CEGA e desenfreada de queimar o filme dele. Eu, particularmente, tenho muito medo dessa gente perversa. Eu posso ser alvo, você pode ser alvo, qualquer um pode. Depende do coração sombrio de quem nos perseguir, todos eles com seus tetos de vidro. 

Cuidemos.”

Dentre as fake news que têm sido difundidas nas redes está a que diz que a filha de Joe Biden, Ashley Biden, agora com 39 anos, teria entregado para o grupo de mídia National File, uma cópia dos seus diários pessoais onde relata que era abusada pelo pai desde criança.  

Como se não bastasse tentar destruir a reputação de Biden, sobrou até para Kamala Harris, cuja irmã é acusada de participar de círculos de pedofilia. 

Quem quer que enfrentasse Trump seria alvo de todo tipo de mentiras. Quem quer que enfrente Bolsonaro em 2022 também o será. E o pior é que a máquina de destruição de reputação, vulgo “gabinete de ódio” tem muitas sucursais com fachada de igreja e disseminadores com título de pastor.

Mas por que cargas d’água essas fake news sobre Biden estão sendo difundidas por brasileiros em redes sociais? Simples. Bolsonaro já se encontra em plena campanha pela reeleição. Bolsonaristas sabem que a derrota de Trump pode sim respingar sobre Bolsonaro, prenunciando sua derrocada. Portanto, urge deslegitimar a vitória de Biden enquanto reforça a imagem imaculada de Trump.

Parem de dar ouvidos a este tipo de campanha difamatória! Parem de reenvia-las para grupos de WhatsApp e reposta-las em seus perfis nas redes sociais. Sejam agentes da verdade e não filhos do diabo!