domingo, novembro 19, 2017

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Cuidado com as panelas!





Por Hermes C. Fernandes


Você tem o costume de verificar a procedência de um alimento antes de leva-lo à boca? E quanto ao prazo de validade? Sabe aquela promoção relâmpago que ocorre no supermercado? Todos saem em disparada para comprar um produto pela metade do preço sem averiguar se o mesmo não está com o prazo de validade a vencer nos próximos dias. Alguns chegam a comprar o suficiente para estocar por vários dias ou até semanas ou meses. Depois não sabem a razão da indisposição intestinal que lhes acomete.

A proveniência é tão importante quanto a validade. Não é à toa que países resolvem boicotar a carne vinda de um determinado país depois de se comprovar uma epidemia como a “vaca louca” atingindo o seu rebanho bovino.

Quando tentado pelo diabo no deserto a transformar pedras em pães, Jesus respondeu sem titubear: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a PALAVRA que SAI DA BOCA DE DEUS” (Mateus 4:4). Não havia nada de imoral em transformar pedras em pães. O problema era a proveniência daquela palavra. Se não vem da boca de Deus, não deve ser digerido. Por isso Jesus foi tão duro com Pedro. Minutos depois de ter sido usado pelo Espírito Santo para afirmar que Jesus era o tão esperado Cristo, Pedro emprestou seus lábios ao diabo, tentando dissuadir Jesus de entregar-se para ser crucificado. Mal teve tempo de respirar. Ouviu de imediato: “Para trás de mim, Satanás. Tu não cogitas das coisas de Deus, mas dos homens” (Mateus 16:23). O ideal era que de uma mesma fonte que sai água doce, jamais jorrasse água amarga. Mas, infelizmente, não é isso que acontece. Basta não vigiar para que o diabo se aproveite dos nossos lábios para destilar intrigas, ódio, mentiras, calúnias, dúvidas, etc. O melhor a fazer é pedir como fez o salmista: “Coloca, Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta de meus lábios” (Salmos 141:3). Depois, não adianta chorar o leite derramado. Como bem diz um provérbio chinês: “Existem três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida.” Portanto, antes de deixar escapar uma única palavra de nossos lábios, examinemos se aquela não é uma ótima oportunidade de ficarmos calados.

Há um episódio bíblico que nos alerta quanto ao perigo de acolhermos qualquer palavra em nosso coração sem que antes examinemos sua procedência. Durante um período de fome extrema, os discípulos dos profetas estavam reunidos com Eliseu que ordenou a um dos seus servos: "Ponha o caldeirão no fogo e faça um ensopado para estes homens. Um deles foi ao campo apanhar legumes e encontrou uma trepadeira. Apanhou alguns de seus frutos e encheu deles o seu manto. Quando voltou, cortou-os em pedaços e colocou-os no caldeirão do ensopado, embora ninguém soubesse o que era. O ensopado foi servido aos homens, mas, logo que o provaram, eles gritaram: "Homem de Deus, há morte na panela! " E não puderam mais tomá-lo” (2 Reis 4:38-40).

Quão necessário é em nossos dias que cultivemos o discernimento de espírito. Discernir espírito não discernir demônios, como pensam alguns, mas intenções dos corações. Toda panela traz consigo um perigo latente. Onde quer que se juntem dois ou três e formem uma “panelinha”, há o risco de um deles introduza veneno no ‘ensopado’. O que não falta é quem se disponha a sair por aí catando o que veem pela frente sem preocupar-se com sua procedência. Que bom que entre os discípulos de Eliseu havia um com sensibilidade suficiente para perceber que havia VENENO naquela panela. Se ninguém tocasse alarde, todos morreriam envenenados.

E sabe de onde, geralmente, provém o tal veneno? O escritor de Hebreus nos dá a dica:
“Cuidem que ninguém se exclua da graça de Deus. Que nenhuma raiz de amargura brote e cause perturbação, contaminando a muitos.” Hebreus 12:15

A gente nunca sabe o que as pessoas trazem no coração. Palavras escondem sentimentos, rancores, invejas, ciúmes, etc. Como disse Jesus, a boca fala do que está cheio o coração (Lucas 6:45). Se quiser saber o que se passa no coração de alguém, preste atenção às suas palavras. Quando a amargura brota, ela acaba contaminando todos à sua volta. E sabe porquê? Porque amargura é um sentimento nocivo que as pessoas fazem questão de compartilhar a fim de contagiar a outros. Aquela amargura que durante anos esteve ali como uma raiz profunda, de repente, brota e causa perturbação. E sabe qual a intenção do maligno ao regar tais raízes para que logo brotem e perturbem os demais? Exclui-los da graça de Deus. Torná-los indiferentes à graça que lhes foi ministrada. Pena que as pessoas sejam tão ingênuas para perceberem isso. Quando se dão por si, já foram contaminadas, afastando-se cada vez mais da comunhão com Deus e com os irmãos. Aliás, uma ótima maneira de testar se uma palavra vem de Deus ou não é observar o que ela está produzindo em sua vida. Após acolhê-la, sua vida espiritual se intensificou ou se esfriou? Seu ânimo com as coisas de Deus aumentou ou diminuiu?

Que medida Eliseu tomou para impedir que aqueles homens fossem envenenados? Ele tomou um pouco de farinha, colocou no caldeirão e disse: “Sirvam a todos”. O veneno foi neutralizado pela presença da farinha que representa a Palavra de Deus. Foi por isso que Jesus combateu as palavras do diabo no deserto com a Palavra procedente da boca de Deus. Afinal de contas, “a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para DISCERNIR OS PENSAMENTOS E INTENÇÕES DO CORAÇÃO” (Hebreus 4:12).

O que vem de Deus tem como objetivo “servir a todos” e não apenas ao interesse de alguns. Portanto, antes de dar ouvido a algo, venha de quem vier, pergunte a si mesmo: A quantos isso está servindo? Quantos serão edificados ou destruídos? Quantos serão beneficiados ou prejudicados? Serve a todos ou apenas ao interesse de quem disseminou?

Sejamos, portanto, simples como a pomba, mas prudentes como a serpente. Raiz de amargura tem que ser exterminada do coração da gente em vez de regada e cultivada. Que em vez dela, sejamos enraizados no amor e assim saibamos com TODOS OS SANTOS qual seja a largura, o comprimento, a altura e a profundidade do amor de Deus que está em Cristo Jesus (Efésios 3:18).

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