terça-feira, maio 24, 2016

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Para Silas Malafaia, Romero Jucá defende ideais e princípios cristãos



Por Hermes C. Fernandes

Aprendi desde cedo a não colocar a mão no fogo por ninguém. Não há ser humano que esteja acima de qualquer suspeita, ou mesmo acima do bem e do mal. Todos estamos suscetíveis ao erro. Portanto, prudência nunca é demais.

Devemos, sim, nos posicionar pela verdade, ainda que sejamos por ela expostos; pela justiça, mesmo que nos seja prejudicial. 

Posicionar-se pelo estado democrático de direito não significa ser fiador moral de quem quer que seja. Se alguém cometeu delito, que seja devidamente punido. Seja Chico, seja Francisco. Seja Aécio, seja Dilma. Seja Temer, seja Lula. Seja quem for!

Não pode haver "malvados favoritos", nem bandidos de estimação. Errou, pague por seu erro.

Tão logo estourou a bomba envolvendo o ministro Romero Jucá, um vídeo  em que o pastor Silas Malafaia aparece defendendo o político acabou viralizando. Obviamente que o tal vídeo não é recente. Todavia, sua fala não tem prazo de validade. Silas diz com todas as letras: "Jucá é um amigo da comunidade evangélica. É um homem que defende ideais e princípios cristãos. Então, ele tem o nosso apoio (...) como eu sou um pastor, eu desejo que Deus o ilumine e lhe dê sabedoria para continuar esta jornada."

Agora, o homem que defende "ideais e princípios cristãos" se vê no olho do furacão, conspirando para derrubar uma presidente democraticamente eleita para sabotar a Lava-jato, impedindo que ele mesmo e seus pares sejam pegos. Ele pode até ser "amigo da comunidade evangélica", mas revelou-se um inimigo do povo brasileiro. 

Percebendo a enrascada na qual se meteu, Silas recorreu ao twitter para postar sua "santa indignação".



Mas já era tarde. Como diz o sábio Salomão, "você caiu na armadilha das palavras que você mesmo disse, está prisioneiro do que falou" (Provérbios 6:2).

Com a experiência que tem, Silas já deveria ter aprendido a se conter, evitando vexames como este. E por ser reconhecido como um líder proeminente dentro da comunidade evangélica, deveria saber que suas palavras e atitudes repercutem e expõem os evangélicos desnecessariamente. Não é a primeira vez que isso acontece. 

Ele já havia hipotecado seu apoio a Eduardo Cunha, vindo a negar publicamente depois que o ex-presidente da Câmara foi afastado do cargo por seu envolvimento em escândalo de corrupção.

Salomão segue sendo atual, e manda mais dois recados para Silas e cia:
"O homem sem juízo, com um aperto de mãos se compromete e se torna fiador do seu próximo" (Provérbios 17:18).
"Decerto sofrerá prejuízo aquele que fica por fiador do estranho" (Provérbios 11:15a).
O mais delicado e perigoso tipo de fiança não é o financeiro, mas o moral. Ser fiador moral de alguém é atrelar sua própria honra à honra alheia. Quem assim age, mostra não ter juízo. E quem não tem juízo, sofre o prejuízo. Simples assim. Pode até não doer no bolso, mas vai macular sua honra e sua imagem, minando sua credibilidade. 

Seguem abaixo, dois vídeos em que Malafaia incorre no erro exposto acima:








9 comentários:

  1. Meu malvado favorito!!!kkkkk

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  2. Caro amigo, não somos Deus e, portanto, nossas convicções pelos outros podem estar erradas. Ninguém sabe o que vai no coração do homem, nem Deus, eis que assim se expressou. Sei que o pastor exagera um pouco no falar. Falar deveria ser resultado de pensamento apurado; nem sempre é. E, mesmo quando é, não se pode afirmar que seja verdade. Conhecemos a árvore pelos seus frutos. Isto quer dizer, segundo penso, que só após conhecer o fruto, conheceremos a árvore, por mais bela que ela se apresente num primeiro momento. Quantas vezes não dizemos uma coisa e temos, a seguir, de retificá-la. Muitas vezes conversamos com um amigo e mesmo convictos de que suas idéias estão erradas, fingimos concordar com elas, para não sermos desagradáveis. Pode ser o que o Ministro Jucá tenha feito. Pode ser que o que expressou não tenha sido a sua convicção. Não o julguemos antecipadamente. Esperemos que se aprofunde a investigação....

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    1. Parece que o pastor Silas é meio ingênuo as vezes!

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  3. Já fui cristão. Não sou mais. Se o fosse, jamais aceitaria ter como Pastor, ou até menos que isso, o sr. Silas Malafaia. Acredito que seu fundamentalismo é menos por razões filosóficas e teológicas e mais por razões práticas. Nesse afã, incide em contradições que só a ele passam desapercebidas, restando-lhe os reposicionamentos tardios.

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    1. Eu acredito que vc quer dizer que ja frequentou uma igreja, ja fez pare de rol de membros de uma igreja, mas dizer que ja foi cristão e não é mais, isto não existe!

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  4. Jesus não se associou a bandidos para pregar o evangelho. O que estes "pastores" estão fazendo não tem nada a ver com defender o cristianismo. A missão deles é pregar as Boas Novas sem obrigar ninguém a aceitar. Muito menos perseguir.

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  5. Além disso esse corrupto homem de "deus" tem responsabilidade pelas mortes de indigenas http://www.gazetadopovo.com.br/blogs/caixa-zero/para-comissao-da-verdade-juca-foi-responsavel-por-genocidio-yanomami/

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