Não há placas na
floresta
Que me apontem uma
trilha
Já nem sei quanto
me resta
Alguns metros ou
uma milha
No meu barco há
uma fresta
Estou preso numa
ilha
O que antes era
festa
Revelou-se
armadilha
Ora o meu ser protesta
Ou se engaja na
guerrilha
Se o pavor se
manifesta
Não me escondo na
escotilha
Que fortuna
indigesta!
A lanterna está
sem pilha!
Se tem uma, me
empresta
Luz que é luz se
compartilha
O meu coração
detesta
Freio que perde a
pastilha
Gente séria e modesta
Não se exalta, nem
se humilha
Toda árvore no apogeu
sempre aponta para
o alto
Não há rastro de
pneu,
Nem sinais ou
mesmo asfalto
Paraquedas de ateu
Não me servem
neste salto
A ferida me doeu
Inútil é gritar
bem alto
Do meu grito ouço
o eco
Pois sou gente,
não boneco
Se acerto ou se
peco
Minha paz que
hipoteco
Extraíram meu
sorriso
Do molar até o
siso
Me deixaram duro e
liso
Deixaram o chão, levaram o piso
Deixaram o chão, levaram o piso
Só me acho, se
perdido
Minha alma não se
espanta
Não me poupo, fui ferido
Pela mão que me
acalanta
Já não caio neste
conto
Nem no canto da
sereia
Que diante do
confronto
Sem ter pernas,
esperneia
Pois o raio nunca
cai
duas vezes na
areia
Presa fácil, nunca
mais
Eu rompi com sua teia
Hoje volto a
sorrir,
Mesmo que quase banguela
Meu caminho vou
seguir
Pra tristeza não dou
trela
Restam os dentes da frente
os caninos e os incisivos
Só caminho com gente decente
Mais que fichas em arquivos
Restam os dentes da frente
os caninos e os incisivos
Só caminho com gente decente
Mais que fichas em arquivos
Confiança quando se quebra,
De uma vez se
esfacela
Nem tudo se celebra
É meia-noite, Cinderela!
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