sábado, julho 02, 2011

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Nosso Moving Sale: Desfazendo-nos das coisas que para trás ficam...



Por Hermes C. Fernandes

Nossa viagem já estava marcada. Depois de dois anos de exílio nas terras do Tio Sam, finalmente voltaríamos à nossa pátria. Mas o que fazer com tudo o que adquirimos ao longo deste período? Resolvemos que parte levaríamos para o Brasil, e parte tentaríamos vender num moving sale. O que sobrasse, poderíamos doar para alguma instituição de caridade ou mesmo para alguém que necessitasse.

Pra quem não está familiarizado com a cultura americana, moving sale é uma variação da garage sale (venda de garagem). A cada sábado, famílias americanas expõem à frente da garagem mercadorias que estariam ocupando desnecessariamente suas casas. Vende-se de tudo. Desde brinquedos, até eletrodomésticos, móveis, cd’s, etc. Quando a família está pra mudar, e não quer ter o trabalhão de levar tudo, faz-se um moving sale. Este era o nosso caso.

Tânia, minha esposa
Confesso que foi uma experiência interessante. Por três dias, nossa casa recebeu visita de pessoas de todos os continentes. Chineses, indianos, egípcios, mexicanos, americanos e outros, disputavam entre si para ver quem era mais pechincheiro.

Algo que nos custara 30 dólares, colocávamos por 2 dólares, e ainda havia quem chorasse pedindo para que fizéssemos por 1 dólar, ou mesmo 50 centavos.

Não dava pra impor nossos preços, caso contrário, teríamos que arrumar um jeito de dar fim àquilo, para que entregássemos a casa vazia no mesmo dia em que viajaríamos.

É claro que algumas das coisas as quais dávamos maior valor, não pusemos à venda, mas empacotamos para que fossem enviadas para o Brasil num container por navio. Não refiro-me ao valor financeiro, mas ao que atribuíamos.

Muito daquilo que vendemos não nos custou absolutamente nada, pois ganhamos de presente assim que viemos para a América. Outras coisas, porém, foram adquiridas com muito suor, inclusive de minha esposa, que por um tempo teve que trabalhar fora para driblar a saudade e ajudar nas despesas domésticas. Foram justamente a essas que atribuímos maior valor.

Aquela experiência pôs-me a meditar. Como atribuímos valores às coisas? Por que algo é tão caro para alguns ao mesmo tempo em que é tão depreciado por outros?

Amanhã, às 8:30h. estarei compartilhando minhas conclusões no culto de Santa Ceia da REINA em Duque de Caxias, RJ. O endereço é Rua Piratini, 75, em frente à Quadra da Escola de Samba Grande Rio, no Centro de Duque de Caxias.

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