quinta-feira, setembro 16, 2010

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Religião e política não se misturam... Espiritualidade e política, sim.



As eleições de outubro se aproximam e, com elas, a chance de as urnas levarem o país a uma renovação na forma de se fazer política. Mas, também, cresce a possibilidade de chegarem ao poder aqueles que farão do cargo o trampolim para a corrupção, o desvio de recursos públicos e o enriquecimento ilícito. Isso faz com que, para um número cada vez maior de brasileiros, o termo “política” nada mais seja do que um sinônimo de desonestidade.

Diante de um cenário assim, duas são as grandes tendências dos cristãos no contexto brasileiro. A primeira é caracterizada pela omissão. Para os que fazem tal opção, a Igreja não deve se envolver com política, ou mesmo falar sobre ela. Nessa ótica, o papel dos cristãos é trabalhar arduamente para a “salvação das almas”, uma vez que tudo que vemos e ouvimos acerca da política é fruto dos últimos dias anunciados por Jesus – além disso, o próprio Cristo disse que seus filhos não são deste mundo.


A segunda tendência, é norteada por uma postura utilitarista. Para os que fazem esta opção, eleições são o momento ideal para se obter vantagens junto àqueles que desejam o poder político. Assim, os crentes oferecem os votos que os políticos desejam para, mais tarde, receber daquele candidato eleito benefícios como concessões de rádio ou TV, terrenos públicos para a construção de novos templos ou até mesmo cessão de ônibus gratuitos para transporte do povo a algum congresso ou culto comemorativo.

O que cristãos envolvidos por tais tendências não se dão conta é de que ambas nos conduzem ao pecado. Enquanto a primeira nos conduz ao pecado da omissão, a segunda nos leva à cumplicidade com o erro. Como consequência destes pecados, verbas destinadas a legítimos gastos públicos – como saúde e educação – ou à infraestrutura que beneficiará todos os cidadãos jamais chegará ao destino certo.
Mas há uma terceira via, a da espiritualidade engajada, aquela que leva os crentes a ter os olhos fixos na eternidade e os pés firmados na história. O texto bíblico revela muitos exemplos de gente que seguiu este caminho, trazendo benefícios não só a si mesmos, mas principalmente à comunidade em que viviam. Pessoas que, no cenário da administração pública, optaram por viver em integridade, servindo à sua geração e fazendo diferença na história. Gente como José no Egito, Daniel na Babilônia ou Neemias na Pérsia. Paralelamente a estes, encontramos também os profetas, que se levantaram para cobrar de reis e governantes a justiça e a paz desejadas por Deus para o seu povo.

Em séculos mais recentes, esta mesma espiritualidade engajada moveu cristãos piedosos. O que dizer de John Wesley e sua luta pelos direitos dos trabalhadores nas indústrias inglesas do século 18? E de William Wilberforce e seu engajamento na luta pela abolição da escravatura? George Muller (1805 – 1898) e seu cuidado de mais de dez mil crianças em orfanatos na cidade inglesa de Bristol, e Abraham Kuyper (1837 – 1920), com sua atuação como pastor, jornalista, professor e político na Holanda são outros exemplos, assim como Madre Tereza de Calcutá (1910 – 1997) e seu incansável serviço aos miseráveis da Índia – ou “os mais pobres entre os pobres”, como dizia a religiosa.

Muitas são as formas através das quais os servos de Deus podem desenvolver uma espiritualidade engajada. Primeiramente, incluindo os grandes temas de nossa nação em nossas orações, pedindo ao Senhor que derrame uma crescente consciência de justiça e paz na mente daqueles que lideram nosso país. Podemos também incluir os valores de uma cidadania responsável como expressão de nosso amor a Deus e de nosso engajamento em sua missão no mundo. Cristãos dedicados na construção de um mundo melhor, seja na dimensão socioeconômica, seja na dimensão ecológica, estão engajados na agenda do Reino e na expressão do amor ao seu Rei.

O envolvimento consciente com a realidade política de nossa nação é também uma forma de expressarmos uma espiritualidade engajada. Alguns serão desafiados para, a exemplo de Daniel ou de José, trabalharem dentro do Estado. Outros, à semelhança dos profetas bíblicos, serão levantados para cobrar atitudes daqueles que têm em suas mãos o poder. Contudo, a maneira como votamos também expressa quão engajada é nossa espiritualidade. Ouvir o que dizem e como agem os candidatos, verificando quais apresentam compromissos mais afinados com os valores do Reino de Deus, também são expressões dessa espiritualidade.

Ricardo Agreste (Via Cristianismo Hoje)
Título original: Espiritualidade engajada

2 comentários:

  1. Obrigado pelas considerações feitas. Me perdoe a demora. Farei uma leitura de suas postagens antes de fazer qualquer comentário. Obrigado!

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  2. Barbosa2:18 PM

    Meu irmão amado em Jesus Cristo HERMES,Graça e Paz,Servo do DEUS Altissímo!
    Quero deixar um comentário ok?
    No livro de João 18.36 diz:Respondeu Jesus: O meu Reino não é deste mundo;se o meu Reino fosse deste mundo,lutariam os meus servos,para que eu não fosse entregue aos Judeus;mas,agora,o meu Reino não é aqui.
    O REINO DO CRISTÃO NÃO É AQUI.
    JESUS DISSE: O MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO.
    No tocante à natureza verdadeira do reino ou governo de Jesus Cristo e do seu propósito redentor atual,três considerações cabem aqui:
    - O que o reino de Jesus não é. Ele "NÃO É DESTE MUNDO". Sua origem não está no mundo,nem visa a dominar o sistema deste mundo,Jesus não veio estabelecer nenhuma teogracia político-religiosa,nem exercer o domínio do mundo. Jesus declarou que se tivesse vindo para estabelecer um reino político na terra,todos os seus servos pelejariam com Ele. Mas não se trata disso. Daí,seus seguidores não se servirem de meios terrenos para estabelecer seu reino. Não recorrem à guerra ver Mateus 26.51,52,nem a revoltas,para promoverem os princípios de Jesus Cristo na terra. Não se aliam a partidos políticos,grupos de pressão social,ou organizações seculares,para estabelecer o Reino de DEUS.
    Eles recusam-se a fazer da CRUZ uma plataforma de poder para controlar a sociedade.
    Suas armas não são carnais ver 2 Coríntios 10.4. O Reino de DEUS não será imposto pela espada nem pela força. Seus seguidores estarão armados somente com armas espirituais ver Efésios 6.10,18. Isso não significa,porém,que os discípulos de Jesus são indiferentes aos postulados divinos por um governo pautado na justiça e paz e que penalize os malfeitores. Os cristãos devem levar uma "PALAVRA PROFÉTICA"ao Estado,no tocante às suas responsabilidades morais e deveres diante de DEUS.
    - O que o Reino de Jesus é: O Reino de Jesus Cristo é o seu senhorio nas vidas e nos corações de todos aqueles que ouvem a Verdade e lhe obedecem; ver João 18.37.
    O PAPEL DA IGREJA É O DE: "SER UM SERVO DE JESUS CRISTO",E NÃO O DE UM GOVERNANTE DO MUNDO ATUAL.
    A força da igreja não procede do mundo,"MAS DA CRUZ DE CRISTO";seu sofrimento e rejeição pelo mundo é a sua glória; ver 2 Coríntios 3.7,18.
    Somente quando a igreja renunciar ao poder os prazeres do mundo,recebe o poder de DEUS. A igreja enfrenta hoje a mesma escolha: Só quando ela perde sua própria vida neste mundo,ela achar-se-á em DEUS.
    - O QUE O REINO DE JESUS CRISTO SERÁ?
    No futuro,o Reino e o governo de Jesus Cristo serão novo céu e a nova terra. Isto ocorrerá depois da sua vinda a este mundo para julgar as nações,para aniquilar o Anticristo,governar a terra por mil anos e a seguir confinar aniquilar destruir Satanás no seu destino final que já está preparado,NO LAGO DE FOGO; ver Apocalipse 19.11; 20.15.
    A IGREJA DO DEUS VIVO É SEPARADA SOMENTE PARA ELE.
    SUA MISSÃO É: IDE E PREGAI O EVANGELHO DE SALVAÇÃO E VIDA ETERNA AOS HOMENS,ATRAVÉS DE JESUS CRISTO.
    FAZENDO ISTO: HÁ FESTA NO CÉU POR UM PECADOR QUE SE ARREPENDE.
    O MUNDO JÁZ DO MALIGNO,ASSIM DISSE JESUS CRISTO DE NAZARÉ.

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