Mas hoje tudo mudou, com raríssimas exceções. Hoje Natal é puro comércio, é consumismo impositivo, é compra-compra, é ostentação, é adquirir mais e mais coisas que jamais vai precisar, é festa promocional para os comerciantes e lojistas abarrotarem seus cofres cada vez maiores. É a adrenalina viciante na hora de entregar o cartão de crédito na loja, e muita frustração nos meses seguintes para tentar pagar as contas acumuladas e as faturas dos cartões entupindo a caixa do correio no portão.
Por tudo isso, podemos asseverar que o Natal dos tempos atuais está na contramão do Natal da Bíblia. O Natal dos tempos atuais é celebrado sem um propósito específico. Quem o celebra hoje em dia, enfatiza coisas sem a mínima conexão com o verdadeiro propósito do natal da Bíblia: Papai Noel, guirlandas, árvores coloridas, banquetes, presentes caros, bebedeiras, e festas orgiásticas, um pré-grito do carnaval, ou seja, mais uma festa sem sentido pra se justificar encher a cara.
O Natal da Bíblia está na contramão do Natal dos tempos atuais porque tem um propósito definido: Deus envia seu Filho ao mundo, no tempo certo, nascido de mulher, sendo expulso do ventre de Maria, ensopado de sangue e plasma, vindo com o propósito de libertar os homens da prisão do legalismo mortal e dos sutis grilhões do pecado, para torná-los filhos e filhas em Sua família, em um relacionamento fantástico de intimidade e aconchego no colo do Abba.
Natal da Bíblia está na contramão do Natal dos tempos atuais por ter uma marca que ninguém no mundo aceita de bom grado: a humildade.
Os pais de Jesus eram pessoas extremamente humildes e de origem pobre. José era um carpinteiro e Maria era uma camponesa adolescente sem nenhuma significância social.
A cidade dos pais de Jesus se situava em uma região humilde, totalmente fora da rota do poder e da fama, um símbolo de improdutividade desprezível.
A região da Galiléia, província da inexpressiva Nazaré, era vaticinada pelos profetas do Antigo Testamento como uma região desprezível, por ser um foco de miscigenação social e sincretismo religioso acentuados.
O lugar onde Jesus nasceu nas imediações de Belém da Judéia era humilde. Ele não nasceu nas hospedarias rústicas das estradas adjacentes, nem nas estalagens mais confortáveis de dentro da cidade. Jesus nasceu no curral no fim da rua, dividindo espaço entre os animais e o tapete de estrume no chão de barro batido e acomodado em toscos panos de linho arrumados no fundo do comedouro do aprisco.
E mais ainda, a mensagem do nascimento do Rei foi comunicada a rudes pastores que guardavam seu rebanho no ermo, nos campos longínquos, a milhares de quilômetros da suntuosidade do palácio de Herodes, dos aposentos luxuosos de Pôncio Pilatos e do aparato majestoso do templo de Jerusalém. Eram homens esquecidos, tratados como lixo pela religião, mas foi a eles que um fulgurante anjo proclamou o nascimento do Rei e foi a eles que o céu se abriu em glória e a milícia celestial estoou altos louvores dos céus.
Por último, aqueles pastores foram os primeiros a divulgarem qual era o verdadeiro propósito do Natal. Eles correram para Jerusalém e anunciaram aos quatro cantos da cidade que o Rei havia nascido e vinha pra reinar. Depois eles voltaram para o ermo, para suas ovelhas, mas agora eram outros homens, plenos de paz e certeza que Deus os amava e os acolhia, tocados pela mensagem poderosa do Natal para sempre.
Ora, se o primeiro Natal foi assim, marcado pela mais completa humildade, porque tanta pompa, tanto glamour, tanto orgulho ostensivo?
Mas ainda há tempo pra mudar. Transforme seu Natal em uma festa singela onde você poderá se doar em prol do outro, e divulgar que o Rei está presente, e pode até não mudar o mundo, mas sua vida, experimentando uma mudança tão real, que você nunca mais será o mesmo daqui por diante.
Feliz Natal!
Caro Hermes:
ResponderExcluirGostaria de sua avaliação quanto a um post sobre natal em www.filosofiacalvinista.blogspot.com.