Estou constantemente ciente de que a minha agonia profunda provém, não dos terríveis eventos que leio nos jornais ou vejo na televisão, mas da relação com as pessoas com quem partilho a minha vida diária.
São precisamente os homens e mulheres, que me amam e que estão muito perto de mim, os que me ferem. À medida que ficamos mais velhos, geralmente vamos descobrindo que nem sempre fomos bem amados. Com freqüência, os que nos amaram também nos usaram. Os que se interessaram por nós foram, por vezes, também invejosos. Os que nos deram muito, por vezes, exigiram também muito em troca. Os que nos protegeram quiseram também possuir-nos nos momentos críticos.
Habitualmente, sentimos a necessidade de esclarecer como e por que é que estamos feridos; e, com freqüência, chegamos à alarmante descoberta de que o amor que recebemos não foi tão puro e simples como tínhamos julgado.
É importante esclarecer estas coisas, especialmente quando nos sentimos paralisados por medos, preocupacões e anseios obscuros que não compreendemos.
Mas compreender as nossas feridas não basta. Ao fim, temos que encontrar a liberdade para passar por cima das nossas feridas e a coragem para perdoar aos que nos feriram. O verdadeiro perigo está em ficarmos paralisados pela raiva e pelo ressentimento. Então começaremos a viver o complexo do "ferido", queixando-nos sempre de que a vida não é "justa".
Jesus veio livrar-nos destas queixas auto-destrutivas. Ele nos ensina a por de lado as nossas queixas, perdoar os que nos amaram mal, passar por cima da sensação que temos de sermos rejeitados e ganharmos coragem para acreditar que não cairemos no abismo do nada, mas no abraço seguro de Deus cujo amor curará todas as nossas feridas.
Henri Nouwen [via Pavablog]
Realmente depois dos 40 vemos a vida de uma forma diferente, ou muda o ponto de vista, ou se torna mais aprofundado, ou a gente não está mais nem aí para nada, só sei que muita coisa muda.
ResponderExcluirA importância exagerada em fatos, coisas, momentos, pessoas, que depois dos 40 é só dar uma olhada para trás e observar que exagerou na dose.
Que supervalorizou, que deu importância demais ao que nem era tão importante, algumas vezes a ponto de adoecer.
Como diz o livro de Eclesiastes "vaidade das vaidades", no fim muita coisa não passou de vaidade, de correr atrás do vento.
Imagina olhar para trás e perceber que passou 20 anos correndo atrás do vento, numa profissão que não sai do lugar.
Tem gente que fica 20 anos mudando de curso superior e não termina nenhum.
20 anos guardando aquela roupa, aquele sapato, coisas que nunca usou em 20 anos.
E o jogo de jantar. e o de café, e a prataria intocada do armário que nunca foi usada nem para um lanchezinho.
Como perdemos tempo em coisas tão banais e em sentimentos triviais, nem se fala.
É melhor chamar aquela pessoa que não se fala há muito tempo, por causa de uma rusga do passado e inaugurar esta prataria enquanto estão a caminho.