terça-feira, março 31, 2009

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Os frutos

Toda árvore dá seu fruto conforme sua espécie. Segundo o apóstolo Paulo, há duas espécies de pessoas: as espirituais e as carnais. Cada uma produzindo segundo a natureza que impera sobre si. Aquela que é dominada pela carne, produzirá frutos carnais. Aquela que é regida pelo Espírito, produzirá frutos dignos de pessoas espirituais.

Assim, para começar apimentando esta reflexão, quero dizer que de fato não consigo crer em livre-arbítrio. No máximo, posso crer em um arbítrio sempre tendencioso. O fato é que dentro de mim sempre há duas forças distintas se gladiando: meu querer contra meu fazer, minha carne contra meu espírito. Meu espírito deseja santidade, minha carne deseja o pecado. Um deseja perdoar, o outro deseja aniquilar. Este deseja servir, aquele dominar.

Contudo não me abato por isso! Sei que a única razão de haver essa peleja é o fato de ter nascido de novo. Não houvesse eu nascido do espírito, não haveria esta briga! Certamente a carne reinaria sozinha e eu jamais veria qualquer pecado diante de mim. Mas porque nasci, eu vivo. E por viver no Espírito é que já não posso pecar em paz. Só os vivos vêem seu pecado diante de si. Só os vivos ouvem aquela voz impertinente da consciência. Só os vivos no Espírito tem espírito vivo para lutar contra a carne.

Em meio a essa luta, jamais uma decisão poderá ser livre e imparcial. Todo arbítrio seguirá a tendência da natureza mais forte em mim. Oxalá todos os dias eu pudesse acordar de igual humor (bom humor!), de igual boa vontade, com a mesma fé, com mesma disposição para amar e sorrir.

Mas se já não bastasse toda relação dos milhares de aspectos subjetivos de meu ser, que me faz ter tão diferentes pensamentos e atitudes em relação a situações tão semelhantes, ainda tem os complexos desígnios das situações tão diferentes que fogem completamente ao controle de meu mero querer.

Desta forma meus arbítrios não arbitram, mas sim são arbitrados, hora pela forma como vejo o mundo - e nem sempre o vejo como é -, hora pela forma como o mundo me vê – e geralmente não me vê como sou.

Que solução há para isso? A morte! Eu morrendo para o mundo, o mundo morrendo para mim. Eu nascendo para Deus e o mundo sendo restaurado em Seu amor. Todavia, isto é um processo que demora a vida toda.

Quanto a minha vida carnal, fui julgado, reprovado e condenado. Dia a dia sou executado... mortificado... Até que um dia, plenamente morto para o mundo e a carne, viva a plena vida no espírito, para o qual nasci e vivo desde já.

Só quem nasce do espírito pode vislumbrar um mundo melhor.

Só quem vislumbra um mundo melhor pode acreditar no futuro.

Só quem acredita no futuro pode caminhar no espírito.

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