quinta-feira, dezembro 10, 2020

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SINCERAMENTE, ACHEI QUE SERÍAMOS ENGOLIDOS VIVOS



Por Hermes C. Fernandes

Por favor, leia o relato até o fim. Milagres ainda acontecem.

Finalmente chegara o dia do tão anunciado "Choque de Amor", ação social promovida pela Igreja Reina no ex-Lixão de Jardim Gramacho, Duque de Caxias, RJ. Estávamos todos exaustos depois de uma semana inteira dormindo entre 4 a 5 horas por noite. Também estávamos apreensivos, pois três dias antes ficamos sabendo que uma ONG, com a qual não chegamos a celebrar parceria, havia distribuído senhas para mil famílias receberem nossas cestas básicas. Como poderíamos atender a tanta gente? Tentamos desfazer o mal entendido, porém, já estava muito em cima. 

Era por volta de 9:45h quando chegamos ao Lixão. Atrás do meu carro, dezenas de outros. Tão logo entramos na rua do evento, deparamo-nos com uma multidão à espera do que fora prometido.  E agora, como faremos? 

Tentei acalmar os membros de nossa equipe, dizendo que Deus tinha tudo sob controle. Mas eu mesmo estava muito nervoso e imaginando o que aquele povo poderia fazer se não pudéssemos atender a todos.

Chegando em frente à igreja do Nazareno, resolvemos montar ali nossas barracas e começar a descarregar as centenas de cestas, brinquedos, material escolar e roupas que havíamos trazido.

Orientei aos voluntários que só receberiam as cestas os que houvessem sido cadastrados pela nossa própria equipe duas semanas antes. Tínhamos distribuído apenas 130 senhas, e ficamos de retornar na semana seguinte para distribuir mais até inteirarmos 200. Porém, vieram as chuvas, as enchentes, e algumas igrejas nossas tiveram que acudir seus membros que perderam tudo. Disse à equipe que não nos responsabilizaríamos pelas senhas distribuídas pela ONG, uma vez que a parceria não havia sido celebrada, e que, sequer havíamos combinado aquilo.

Decidimos que antes de entregar as cestas, entregaríamos os presentes do projeto Fada Madrinha, através do qual cerca de 130 crianças foram apadrinhadas, recebendo roupas e calçados novos, além de brinquedos e material escolar.

Quando terminamos de descarregar os carros e fretes, vimos que havíamos ultrapassado em largo nossas expectativas. Tínhamos, ao menos, 300 cestas básicas, muitas com itens natalinos. Combinei com a minha equipe que priorizaríamos as 130 famílias que receberam as senhas, e o que sobrasse, distribuiríamos entre as demais famílias. 

Após entregarmos as 130 cestas, a impressão que tínhamos era que nenhuma cesta havia sido entregue ainda, pois o lugar onde estavam postas continuava tão cheio quanto antes. Era como se presenciássemos uma reedição do Milagre da Multiplicação. Era hora de convocar as demais pessoas que não tinham senha. Temi. Achei que não deveríamos anunciar pelo autofalante para evitar tumulto. Seria melhor boca-a-boca. Mas não adiantou nada. A multidão se aglomerou. Era assustador. 

E as crianças que não haviam sido apadrinhadas? Como era duro para mim vê-las tristinhas, decepcionadas por não terem recebido nada. Tomei-as pelas mãos como um professor toma a turma na hora do sinal para conduzi-la à sala. Levei-as até onde estavam os demais brinquedos. O sorriso brotou em seus rostinhos. Conseguimos presentear a todas! Bonecas, carrinhos a pilha, bolas, jogos, e muitos outros. 

A montanha de roupas e calçados que se formou foi desaparecendo aos poucos. As pessoas tinham liberdade de escolher os que quisessem. 

Ao término do evento, eu e a equipe de voluntários da Reina estávamos surpresos com o resultado. Como que por um milagre tínhamos dado conta daquela multidão. Ainda pudemos visitar algumas casas para levar compras para aqueles que estavam impossibilitados de vir até o largo. Um dos casos foi de uma família com duas crianças autistas vivendo na mais absoluta miséria. O outro foi de uma família com uma senhora com câncer já em estado avançado. 

Ao todo, distribuímos quase 6 toneladas de mantimentos, mas isso não é nada comparado ao que recebemos. Era como se o próprio Jesus estivesse escondido por trás de cada sorriso, de cada lágrima de emoção e gratidão, de cada abraço apertado. 

Lá se vão 7 anos desde aquele fantástico dia que marcou para sempre a nossa vida e ministério.  Louvo a Deus por nos permitir viver esse momento ímpar em nossa caminhada. Foi bom demais encontrá-lo ali, na última fronteira, entre os pobres, desprezados e excluídos, entre os que têm fome e sede de justiça. 

No próximo sábado, dia 19, teremos mais uma edição do CHOQUE DE AMOR. Desta vez, 200 famílias receberão cestas básicas contendo também itens natalinos e de prevenção ao COVID-19. Mais do que nunca, precisamos de ajuda. Na verdade, precisamos mesmo é de um milagre como o que ocorreu sete anos atrás. Você não gostaria de ser um canal de provisão para este projeto de amor? 

Cada cesta básica custa por volta de 100 a 120 reais. Peço a Deus que toque o coração de quem estiver lendo essas linhas. Toda ajuda importa! 

Se desejar participar conosco, deposite ou transfira sua contribuição para: BRADESCO Agência 0582 c/c 73784-4 em nome de Hermes Carvalho Fernandes, CPF 936697207-15. Se preferir usar o PIX, nossa chave é hermescfernandes@hotmail.com

Se puder, faça ainda hoje. Estamos realmente correndo contra o tempo. Queremos proporcionar àquelas famílias um Natal inesquecível.


Desde já, grato de coração!

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