terça-feira, agosto 25, 2020

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É MELHOR SE DIVORCIAR DO QUE DESEJAR A MORTE DO OUTRO OU MORRER AOS POUCOS


Por Hermes C. Fernandes

O Brasil inteiro está escandalizado com a fala atribuída à pastora e deputada Flordelis para se justificar como a mandante do assassinato de seu esposo pastor Anderson do Carmo em frente à sua casa: "Fazer o quê? Separar não posso, ia escandalizar o nome de Deus."  Será que um divórcio seria mais escandaloso que um assassinato? 

Fato é que muitos líderes evangélicos vivem casamentos de fachada por não quererem escandalizar seus fiéis. 

Morte em vida! Foi assim que um amigo divorciado referiu-se ao processo que culminou em sua separação. Apesar de toda dor envolvida, ele me confidenciou que não se arrependia de haver optado pela separação. Se o divórcio era “morte em vida”, manter um casamento de fachada era o próprio inferno. 

O divórcio custou-lhe a perda de muitos amigos que ele e seu ex-cônjuge tinham em comum. Custou-lhe dois anos sem falar com seu filho. Resultou-lhe na perda de bens materiais. E por fim, o descrédito de seu ministério. Ainda assim, ele preferiu passar por tudo isso a ter que manter uma mentira. Ao término de nossa conversa, ele arrematou: “Apesar de longo e escuro, sempre há uma luz no fim do túnel.”

Sem dúvida, o divórcio é um dos mais persistentes tabus dentro das igrejas. Mesmo que tenha havido um avanço considerável na maneira como encaramos o tema, no fundo, vivemos um desconcertante conflito entre o que diz o bom senso e o que dizem as Escrituras. Se ainda é um problema mal resolvido hoje, imagina dois mil anos atrás?

Não basta saber o que disse Moisés, Paulo ou o próprio Jesus. Temos que verificar em que contexto tais palavras se aplicavam antes de sair por aí condenando quem amargou um divórcio.

Mateus relata o episódio em que Jesus foi abordado sobre o tema pelos fariseus. “É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?” (Mateus 19:3), perguntaram-lhe. Subentende-se que eles aceitavam o divórcio como uma legítima concessão divina. A questão não era o divórcio em si, mas o divorciar-se “por qualquer motivo.” 

Bem da verdade, a concessão feita por Moisés parecia indicar que qualquer motivo fosse válido. Repare nela: 

“Se um homem casar-se com uma mulher e depois não a quiser mais por encontrar nela algo que ele reprova, dará certidão de divórcio à mulher e a mandará embora. Se, depois de sair da casa, ela se tornar mulher de outro homem, e o seu segundo marido não gostar mais dela, lhe dará certidão de divórcio, e mandará embora a mulher. Ou também, se ele morrer, o primeiro marido, que se divorciou dela, não poderá casar-se com ela de novo, visto que ela foi contaminada. Seria detestável para o Senhor. Não tragam pecado sobre a terra que o Senhor, o seu Deus, lhes dá por herança.” Deuteronômio 24:1-4

Verifica-se aí até a possibilidade de um segundo matrimônio. O que era vetado era, em caso de viuvez no segundo casamento, a mulher voltar a casar-se com o marido do qual havia se divorciado antes. 

Nos tempos de Jesus, a coisa estava tomando uma proporção jamais prevista pelo legislador hebreu. Os homens se respaldavam na lei para se divorciarem por razões frívolas. Obviamente que era uma questão de má interpretação do texto sagrado, torcendo-o em causa própria. Se a mulher perdesse um dente, divórcio! Se não revelasse dotes culinários, divórcio! S engordasse, divórcio!

Os fariseus queriam que Jesus se posicionasse sobre o assunto, fosse justificando ou condenando-o.

Sabiamente, Jesus recorre aos textos bíblicos para expor o plano original do Criador:

“Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.” Mateus 19:4-6

Este é, sem dúvida, o ideal divino. Mas a questão não se esgota aí. Entre o mundo ideal e o mundo real há uma considerável distância que não podemos ignorar. Há demandas que não podem ser varridas para debaixo do tapete. 

Em defesa de sua própria percepção, os fariseus retrucaram: “Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la?” (Mateus 19:7).

Haveria aí uma incongruência entre a vontade expressa de Deus e a concessão que fizera através de Moisés? Nego-me a acreditar nisso. O fato é que há um ideal à que a natureza humana nem sempre é capaz de se ajustar. Como Deus reage ante a esta inconteste verdade? Desiste de nós?  Nos entrega à própria sorte? Não! Ele simplesmente acrescenta uma cláusula em Sua própria Lei. A meu ver, esta é a maneira de Deus lidar com as demandas do mundo real. 

Não creio, por exemplo, que Deus apoie algum tipo de escravidão. Mas já que havia escravos na configuração social da época, então, que se atenuasse o sofrimento desses seres humanos, assegurando-lhes, ao menos, alguns direitos básicos.  Não era o ideal, porém, era o possível à época.  Pode-se dizer que o mesmo se aplica ao divórcio. Por isso, Jesus respondeu: “Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim...” (Mateus 19:8).  Deus sabe que estamos sujeitos às contingências históricas, bem como ao nosso grau de consciência e a situações que nos fogem o controle. Então, dos males, o menor. 

A preocupação de Deus sempre girou em torno da parte mais fraca. À época, a mulher dependia de seus pais ou de seu marido para sobreviver. Sair de casa sem mais, nem menos, sem uma carta de divórcio, seria interpretado como um insulto a ambos. Seus pais ou seu marido jamais a receberiam de volta. O que, possivelmente, a empurraria para a prostituição a fim de manter-se. A carta de divórcio, entretanto, a salvaguardaria de muitas coisas, dentre elas, a desonrosa acusação de ter abandonado seu lar. Hoje, porém, vivemos numa configuração social bem diferente, em que as mulheres são incentivadas a serem economicamente independentes. O divórcio, por sua vez, deixou de ser o tabu de antigamente. Ainda que o estigma permaneça, não tem a força de outrora. 

Em defesa da mulher, Jesus estabelece parâmetros. Ninguém tinha o direito de despedir sua mulher por razões frívolas e banais.

 “Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de imoralidade sexual, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.” Mateus 19:9

Esta parte da fala de Jesus é que tem gerado o maior número de controvérsias em torno do divórcio. Por duas razões: primeiro, só deveria se divorciar se fosse por imoralidade sexual (grego= porneia). Portanto, acaba aí a farra dos que se divorciavam por qualquer motivo. Segundo, quem aceitaria divorciar-se para permanecer sozinho?  Aqui Jesus iguala homens e mulheres. Tanto o homem que repudiasse a mulher, quanto a mulher repudiada, não poderia voltar a se casar. Tal postura se constituía num salto enorme. A mulher deixava de ser a única prejudicada. Portanto, os homens deveriam pensar muitas vezes antes de optarem pelo divórcio. Qualquer aparente vantagem que os homens pudessem obter foi descartada por Jesus. 

Infelizmente, estamos tão condicionados a uma leitura inflexível das Escrituras que perdemos de vista seu teor subversivo. Nem os discípulos escaparam a isso. Daí responderem: “Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar” (Mateus 19:10). Em outras palavras, se é assim, se não podemos nos livrar facilmente de uma mulher sem que isso também nos prejudique, a melhor coisa a fazer é ficar longe delas. Não há como evitar perceber quão machista era a mentalidade dos discípulos de Jesus, refletindo com exatidão a tendência de sua época. Ninguém pensou em como isso resguardaria a mulher. 

Palavras mais duras sobre isso foram ditas por Jesus em Mateus 5:31-32: “Também foi dito: Quem repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. Eu, porém, vos digo que todo aquele que repudia sua mulher, a não ser por causa de infidelidade, a faz adúltera; e quem casar com a repudiada, comete adultério.” Aqui, só o fato de ser repudiada já a tornaria adúltera, independentemente dela contrair ou não novas núpcias, exceto em caso de infidelidade.  Não estaria Jesus demonstrando preocupação com a reputação da mulher? Não estaria simplesmente cogitando os efeitos devastadores que o divórcio produziria na vida da mulher? Creio que devemos entender a frase “a faz adúltera” como uma referência ao estigma que isso representaria, e não como sua condição diante de Deus. Algo semelhante ao que Paulo diz acerca de Jesus, que mesmo não tendo pecado, Deus “o fez pecado por nós” (2 Coríntios 5:21). Alguém ousaria interpretar isso como que atribuindo pecado a Jesus? Da mesma forma, seria precipitado atribuir pecado a uma mulher pelos simples fato de haver se divorciado. Está claro que Jesus estava tratando da repercussão e não do fato em si. E ela não só carregaria o estigma de adúltera, como o estenderia àquele que a desposasse.

Poderíamos concluir daí que Jesus fechou a questão relativa ao divórcio? Restar-nos-ia alternativa senão uma leitura dogmática acerca do tema? 

Por conta disso, muitos torcem para que seus cônjuges cometam um deslize moral que possa justificar o divórcio. Outros, nem sequer admitem a menor possibilidade de um segundo matrimônio, tachando de adúlteros os que o contraem.

Há, também, os que apelam a Paulo, alegando que somente a morte do cônjuge liberaria o outro para se casar novamente. Imagine ter que torcer pela morte de alguém para sentir-se livre para contrair novas núpcias. Pois, creia-me: há quem o faça. Afinal, “a mulher casada está ligada pela lei a seu marido enquanto ele viver; mas, se ele morrer, ela está livre da lei do marido” (Romanos 7:2).

Tanto Jesus, quanto Paulo, abordaram o assunto considerando a configuração social e cultural de sua época. Não creio que tivessem a pretensão de dogmatizar sobre isso.

Todavia, mesmo reconhecendo que os tempos são outros e que o divórcio já não se constitua no tabu de então, não podemos fazer vista grossa ante a sua seriedade. Não se pode banalizar o que poderia ser comparado a uma amputação. 

Para que o médico opte pela amputação do membro de um paciente, sua vida deve estar em jogo. Entre a manutenção da vida e a preservação de um membro, obviamente que ele optará pela primeira. Assim é o divórcio. 

A vida tem primazia sobre qualquer instituição, mesmo a mais antiga delas, o casamento. Deve-se, porém, esgotar todas as possibilidades antes de apelar a um expediente tão traumático e doloroso. Parafraseando Jesus, “é melhor que se perca um dos teus membros” do que viver num inferno em vida (Mateus 5:29-30).

Paulo, que transitava entre dois mundos, o greco-romano e o judaico, trata o assunto dando-lhe o peso de um mandamento. 

“Aos casados dou este mandamento, não eu, mas o Senhor: que a esposa não se separe do seu marido. Mas, se o fizer, que permaneça sem se casar ou, então, reconcilie-se com o seu marido. E o marido não se divorcie da sua mulher...” 1 Coríntios 7:10-13

O fato de atribuir-lhe o peso de mandamento nos isentaria de uma reflexão mais profunda? Se fosse o caso, Paulo não se atreveria fazer um adendo seu ao mandamento do Senhor: 

“Aos outros eu mesmo digo isto, e não o Senhor: se um irmão tem mulher descrente, e ela se dispõe a viver com ele, não se divorcie dela. E, se uma mulher tem marido descrente, e ele se dispõe a viver com ela, não se divorcie dele. Pois o marido descrente é santificado por meio da mulher, e a mulher descrente é santificada por meio do marido. Se assim não fosse, seus filhos seriam impuros, mas agora são santos. Todavia, se o descrente separar-se, que se separe. Em tais casos, o irmão ou a irmã não fica debaixo de servidão; Deus nos chamou para vivermos em paz.” 1 Coríntios 7:12-15

Nenhum mandamento divino nos isenta da responsabilidade de refletir. Toda letra tem potencial mortífero se não examinada à luz do Espírito. Apesar de reconhecer o peso de um mandamento, Paulo atribui aos cônjuges a última palavra. O que manteria um casamento misto seria a disposição do descrente a manter a relação. E caso optasse pela dissolução, o cônjuge cristão estaria livre. Creio piamente que Paulo estivesse abrindo um importante precedente, onde o cônjuge que já não estivesse sob a servidão pudesse contrair novas núpcias, assim como estaria se o cônjuge viesse a falecer. 

Em Romanos 7:3, o apóstolo afirma que “vivendo o marido, será chamada adúltera se unir-se a outro homem. Mas, se o marido morrer, está livre da Lei, e assim não será adúltera, se vier a casar com outro marido.” Repare que a preocupação de Paulo é com a reputação da mulher (“será chamada adúltera...”). Fica claro, porém, que houve uma evolução significativa aqui, pois se admite a possibilidade de um segundo matrimônio para a mulher, ainda que somente em caso de viuvez. 

Será que uma mulher terá que torcer pela morte de seu esposo para livrar-se de um casamento marcado pela violência doméstica constante? Ou um homem terá que torcer para que sua esposa adultere para livrar-se de um matrimônio marcado pela incompatibilidade? Creio que não. 

Não é necessário que um adultério se concretize para que um dos cônjuges se veja no direito de pedir o divórcio, assim como o médico não vai esperar que a perna gangrene para só então decidir amputá-la. Tal qual a amputação, por mais traumática que seja, pode ser uma medida preventiva, o divórcio também o será. 

Quanto à incompatibilidade, convém lembrar-se do que Paulo fala acerca do jugo desigual, que não se limita à questão da fé, mas de qualquer coisa que impossibilite que dois percorram juntos a mesma jornada. “Andarão dois juntos se não estiverem de acordo?” (Amós 3:3). Não basta professarem o mesmo credo, se não abraçarem o mesmo propósito. Como disse Antoine de Saint-Exupéry: “Amar não é olhar um para o outro, mas olhar juntos na mesma direção.”

Se cada um olha para um lado, o casamento será um cabo de guerra. Nenhum dos dois chegará a lugar algum. Eventualmente, o cabo se partirá ou um dos dois sucumbirá.

Não ouso afirmar que para que um casamento dê certo seja necessário que os cônjuges sejam 100% compatíveis. Sempre haverá algum grau de incompatibilidade. Mas se o amor que os une não for suficiente para bancar isso, o rompimento será inevitável. Como disse Pedro, “o amor cobre multidão de pecados” (1 Pedro 4:8). Quando olhamos um vasto oceano, nem nos apercebemos que abaixo da superfície de suas águas haja grandes cânions, montanhas, abismos insondáveis. Porém, toda esta saliência geológica é nivelada ao ser coberta pelas águas do mar. 

Semelhantemente, se o amor que uniu dois corações for suficientemente profundo, há de cobrir quaisquer diferenças que houver entre eles. Porém, se um dos cônjuges prefere manter a relação num nível raso, as diferenças gritantes acabarão vindo à tona, e, assim, dificilmente o casamento se sustentará. 

Também não se deve esperar a morte de um dos cônjuges quando se percebe que ela poderá decorrer da violência impetrada por ele. Qualquer ato de violência, seja física ou verbal é inadmissível numa relação matrimonial. Se faltar respeito, se atentar contra a dignidade ou a integridade física, o cônjuge vítima tem o direito de requerer a separação. Ninguém é obrigado a conviver com seu agressor. 

Quantas mulheres aguentam caladas as agressões sofridas dentro de casa por receio de perder seu casamento e assim estarem condenadas a viverem sozinhas o resto de suas vidas?

Isto é desumano! Isto é um absurdo!

Outro argumento muito usado por quem não admite a possibilidade de um divórcio entre cristãos se baseia na passagem bíblica em que Deus afirma detestar o divórcio. “Eu detesto o divórcio, diz o Senhor Deus de Israel, e aquele que cobre de violência as suas vestes, diz o Senhor dos Exércitos. Portanto cuidai de vós mesmos e não sejais desleais” (Malaquias 2:16).

Alguém já se perguntou por que Deus detesta o divórcio? Não creio que seja apenas por causa dos efeitos devastadores que ele provoque tanto nos cônjuges, quanto nos filhos. Creio que também seja pelo fato de o próprio Deus ter passado por um.  Não conheço ninguém que tenha experimentado uma separação e que não aconselhe a outros a tentar de tudo para salvar seu próprio casamento. Só quem experimentou na pele sabe o quanto dói. Portanto, Deus conhece por experiência própria, os efeitos colaterais de um divórcio. Ele mesmo testifica haver se divorciado de Seu povo, Israel (Isaías 50:1; Jeremias 3:8). E não só isso: Ele também passou por um segundo matrimônio, contraído com a igreja. O que seria a antiga aliança senão os termos que envolviam Seu matrimônio com Israel? O que é a nova aliança senão os termos que envolvem Seu matrimônio com a igreja? Um casamento teve que ser rompido para que um novo casamento fosse constituído. Por isso, Jesus deixou os judeus de sobreaviso: “Portanto eu vos digo que vos será tirado o reino de Deus, e será dado a um povo que dê os seus frutos” (Mateus 21:43). Obviamente que não foi uma ruptura fácil. Paulo fala sobre isso em sua epístola aos Romanos. Reproduzindo uma profecia de Oseias, ele escreve: “Chamarei meu povo ao que não era meu povo; e amada à que não era amada. E sucederá que no lugar em que lhes foi dito: Vós não sois meu povo; aí serão chamados filhos do Deus vivo” (Romanos 9:25-26). E mais adiante, ele diz: “Porventura Israel não o soube? Primeiro diz Moisés: Eu vos porei em ciúmes com aqueles que não são povo, com um povo insensato vos provocarei à ira. E Isaías ousou dizer: Fui achado pelos que não me buscavam, manifestei-me aos que por mim não perguntavam. Quanto a Israel, porém, diz: Todo o dia estendi as minhas mãos a um povo rebelde e contradizente” (Romanos 10:19-21). 

Por séculos, a aliança entre Deus e Israel se arrastou sem que houvesse por parte daquele povo a disposição de corresponder ao Seu amor. Até que ocorreu algo semelhante à história narrada no livro de Ester. O fato de Vasti se negar a atender ao chamado do rei, abriu espaço para Ester, a jovem judia escolhida por Deus para ser rainha em seu lugar. Graças a isso, os judeus foram salvos de um genocídio. Como entender os caminhos de Deus? Graças a um divórcio e a um novo matrimônio, práticas condenadas pelas Escrituras, Deus deu livramento ao Seu povo. 

Um Deus divorciado e que detesta o divórcio certamente há de olhar com compaixão àqueles que são vitimados pela dor que o divórcio provoca. Por isso mesmo, creio que a igreja deveria acolher com mais carinho os que passaram pelo trauma da separação e buscam reconstruir suas vidas através de um segundo matrimônio. Não se pode recriminá-los. As feridas que lhes foram abertas necessitam ser tratadas e não será com acusações, dedos em riste e olhares desconfiados, mas com compreensão, compaixão e amor.

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