quinta-feira, janeiro 26, 2017

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Entre as razões do coração e os apelos da razão



Por Hermes C. Fernandes


Sabe quando você quer muito que algo seja real? Pois é... a gente acaba se deixando levar pelo desejo, buscando respaldá-lo em argumentos que jamais nos convenceriam se já não estivéssemos predispostos a isso.

O coração é hábil em nos pregar peças.

Daí a necessidade de vez ou outra, promovermos uma conferência a portas fechadas entre a mente e o coração.

Não que a razão tenha sempre razão. Às vezes, ela também se equivoca. Mas não resta dúvida de que o coração seja bem mais suscetível e vulnerável a certos apelos.

Há que se redobrarem os cuidados para que a mente e o coração não se tornem aliados incondicionais. É mais produtivo mantê-los num clima de certa desavença. Caso contrário, a mente sempre vai tentar justificar o que o coração já houver decidido. Sabe como é... O coração tem um jeitinho faceiro de dobrar a mente e fazê-la submeter-se a seus caprichos, nem que para isso tenha que se valer de chantagens e tentativas descaradas de suborno. A mente não resiste a uma oferta de prazer, principalmente quando convencida de que os custos serão baixos.

Também não se pode ignorar por completo a voz do coração, principalmente quando nos fala pela via da intuição. Não é raro que ele tenha razão. Como disse Blaise Pascal, o coração tem razões que a razão desconhece.

Mente e coração só devem chegar a um acordo depois de boa dose de argumentação de ambas as partes.

Deixe que o coração se pronuncie. Avalie seus argumentos. E caso eles o convençam, atreva-se a ceder.

Que seja a consciência o árbitro que decidirá entre os argumentos da razão e os apelos do coração.

Quem deveria ter a última palavra?

Os dois, quando a voz de ambos soarem em uníssono na câmara da consciência.


Depois disso, mantenha-os novamente em cômodos separados, possibilitando avaliar cada nova decisão de um ângulo distinto, porém, complementar. 

Um comentário:

  1. Anônimo12:26 AM

    Valvico Alves- Sem dúvidas que o coração é mais dado a uma volatilidade meio que ditatorial e a mente que se cuide caso lhe convenha divagar pelos caminhos cardíacos. No mais, como bem pensava Isaías e na mesma medita reproduziu João Alexandre: ..."Um amigo, um bandido talvez, quem te conhecerá ?"...

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