Por Hermes C. Fernandes
Tão logo deixaram o Oásis de Mara, 24 quilômetros mais para Sul, o povo de
Israel deparou-se com o grande Oásis de Elim, em que havia nada menos que doze
fontes de água e setenta palmeiras, capazes de prover sombra e água fresca por
muitos dias. O nome “Elim” significa "grandes árvores sagradas”(Êxodo 15:27).
Provavelmente, quem o descobriu, atribuiu-lhe um valor muito especial. Aquele
era, por assim dizer, um paraíso no meio do nada.
Tanto Mara, quanto Elim, foram paradas rápidas. Talvez alguém tenha imaginado
que Elim seria um ótimo lugar para passar uma longa temporada. Mas Deus tinha
outros planos. Se perdermos de vista a Terra Prometida, corremos o risco de nos
contentar com o oásis. Elim era apenas um prenúncio pálido daquilo que o futuro
reservava àquele povo. Se seu interesse se resumisse em “sombra e água fresca”,
Elim era um prato cheio. Porém, o que Deus lhes prometera era muito mais que
isso: uma terra que manava leite e mel. O oásis poderia ser uma boa escala, mas
não era o destino.
O texto sagrado diz que nesse oásis havia doze fontes e setenta palmeiras.
Tais números nos remetem às duas vezes em que Jesus comissionou Seus discípulos.
Da primeira vez, Ele comissionou doze discípulos, e “deu-lhes poder e
autoridade sobre todos os demônios, e para curarem enfermidades. Então os enviou
a pregar o reino de Deus e a curar os enfermos” (Lc.9:1-2). Pouco mais
tarde, “designou o Senhor ainda outros setenta, e mandou-os adiante de si,
de dois em dois, a todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir”
(Lc.10:1).
Há aqui algumas importantes observações a serem feitas:
Os primeiros doze receberam ordem de pregar o evangelho do Reino. Eles, que
mais tarde ficariam conhecidos como “apóstolos”, foram responsáveis por lançar
os fundamentos da civilização do Reino do Seu amor. É sobre eles que Paulo escreve aos
gentios: “Assim já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos
dos santos, e da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos
apóstolos e dos profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a principal
pedra angular” (Ef.2:19-20).
Por isso, os apóstolos são representados como doze fontes. Eles dão o
ponta-pé inicial, o start na construção dessa nova sociedade. Na visão de João
em Apocalipse, eles são os doze fundamentos do muro que cerca a Nova Jerusalém
(Ap.21:14). Seus ensinos são a base que estabelece as fronteiras da cidade
santa, figura da igreja de Cristo, capital do Reino de Deus. João também diz
que esta cidade celestial possui doze portas em forma de pérolas
(Ap.21:21), deixando subentendido que o acesso a ela se dá igualmente pelo
ensino apostólico.
Cada membro desta nova humanidade é desafiado a edificar sobre esses
fundamentos. É Paulo quem declara: “Segundo a graça de Deus que me foi dada,
pus eu, como sábio construtor, o fundamento, e outro edifica sobre ele. Mas veja
cada um como edifica sobre ele” (1 Co.3:10). Ora, o ensino dos apóstolos
nada mais é do que a aplicação da doutrina de Jesus. Se quisermos manter-nos na
rota certa que nos levará à consumação dos propósitos divinos e na construção da
civilização do Reino, devemos sempre recorrer às fontes, pois delas receberemos
água pura, sem a contaminação de ideologias e filosofias meramente humanas.
Por mais que se lancem detritos em um rio, sua fonte permanecerá pura. Ninguém em sã consciência beberia das águas do rio Tietê, em São Paulo. Mas se formos à sua fonte, não só beberemos, como nos deliciaremos na pureza de suas águas. Ao longo da história, a religiosidade humana se deixou contaminar por todo tipo de interesses escusos disfarçados de ideologias e práticas pseudo-piedosos. Porém, o legado apostólico mantém-se intacto. A Reforma Protestante só foi possível porque alguém voltou às fontes. Lutero redescobriu as epístolas, e rompeu com o sistema corrupto de sua época.
Por mais que se lancem detritos em um rio, sua fonte permanecerá pura. Ninguém em sã consciência beberia das águas do rio Tietê, em São Paulo. Mas se formos à sua fonte, não só beberemos, como nos deliciaremos na pureza de suas águas. Ao longo da história, a religiosidade humana se deixou contaminar por todo tipo de interesses escusos disfarçados de ideologias e práticas pseudo-piedosos. Porém, o legado apostólico mantém-se intacto. A Reforma Protestante só foi possível porque alguém voltou às fontes. Lutero redescobriu as epístolas, e rompeu com o sistema corrupto de sua época.
A segunda leva de discípulos comissionados por Jesus era em
número de setenta. A missão desses era preparar o caminho para
Jesus. Eles O antecediam pelas cidades por onde o Mestre passaria. Esta comissão
não se limita aos setenta, mas abrange os discípulos de todas as eras, o que,
evidentemente, nos inclui. Por isso, ao comissioná-los, Jesus diz: “Grande
é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da
seara que envie obreiros para a sua seara” (Lc.10:2). Cada um de nós é a
resposta de Deus às orações dos que nos antecederam. Assim como os setenta
originais saíram de cidade em cidade, por onde Jesus iria passar, nós temos a
missão de preparar o caminho de Cristo em Seu segundo advento.
Por que somos comparados às palmeiras do Oásis de Elim? Ora, aquelas
palmeiras floresceram no meio do deserto, por estarem plantadas junto às águas
daquelas doze fontes. Pois isso é a metáfora perfeita para a maneira como o
justo floresce neste mundo (Sl.1:3).
Veja o que o salmista diz:
“O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano; plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus” (Sl.92:12-13).
O deserto no qual fomos plantados é a sociedade humana, corrompida, caótica,
arruinada, carente de restauração. Embora em meio a este deserto, nossas raízes
estão próximas das águas cristalinas da Palavra de Deus, confiada aos apóstolos
e profetas. Como “árvores plantadas pelo Senhor”, temos um missão a cumprir
neste mundo caótico.
“Eles se chamarão árvores de justiça, plantação do Senhor, para que ele seja glorificado. Reedificarão as ruínas antigas, e restaurarão os lugares há muito devastados; renovarão as cidades arruinadas, devastadas de geração em geração” (Is.61:3b-4).
O oásis é o prenúncio de que um dia o deserto inteiro florescerá. Do ponto de
vista natural, o oásis é um foco de resistência da natureza ao processo de
desertificação. As águas que irrompem no oásis não vieram do nada. De maneira
discreta e subversiva, elas percorreram um longo caminho sob a areia escaldante
do deserto, até encontrarem o lugar perfeito para arrebentarem. Tal é o percurso
do rio de Deus e seus afluentes no mundo. Em breve, ele arrebentará e irrigará
todo o deserto.
Eis a promessa: “O deserto e os lugares secos se alegrarão; o ermo
exultará e florescerá como a rosa (…) eles verão a glória do Senhor, a
excelência do nosso Deus (…) Águas arrebentarão no deserto, e ribeiros no ermo.
A terra seca se transformará em lagos, e a terra sedenta em mananciais de
águas” (Is.35:1,2b, 6b-7a).
Como discípulos comissionados pelo Mestre, devemos anunciar a chegada de um
novo tempo, e assim como João Batista, preparar o caminho do Senhor. Somos hoje
“a voz do que clama no deserto”, declarando em alto e bom som: “A
glória do Senhor se manifestará, e toda a humanidade juntamente a verá”
(Is.40:3,5).
O Oásis de Elim era apenas uma amostra grátis do
futuro que Deus havia preparado para o Seu povo. Portanto, não havia razão para
que sentissem saudade do Egito. Nenhuma glória do passado, pode comparar-se à glória ainda por vir. Por isso,
o Senhor nos repreende: “Não vos lembreis das coisas passadas, nem
considereis as antigas. Vede, eu faço uma coisa nova, que está saindo à luz; não
a percebeis? Porei um caminho no deserto, e rios no ermo” (Is.43:18-19).
Elim representa a Igreja de Cristo ainda em estado embrionário, mas cujo
destino é encher toda a Terra.
Lembra-se do que os discípulos usaram para dar boas vindas a Jesus em Sua
entrada triunfal em Jerusalém? A estrada pela qual adentrou a cidade foi
pavimentada com ramos de palmeiras (Jo.12:13). O caminho aberto pelos que nos
antecederam na fé, agora deve ser pavimentado pelo nosso testemunho. Nossa
conversão é o sinal de que em breve o mundo se renderá ao Rei dos reis. Aquele
que foi capaz de fazer brotar um oásis no deserto, também será capaz de
transformar o deserto inteiro num jardim: “Ele fará o seu deserto como o
Éden” (Is.51:3). Ora, se Elim era um lugar tão paradisíaco, por que os hebreus não ficaram por
ali mesmo? Pelo simples fato de que lá não era seu destino.
A igreja cristã tem cometido o erro de acomodar-se àquilo que já alcançou,
tornando-se um fim em si mesma. Deixamos de ser hebreus, isto é, um povo
constantemente em marcha, caminhantes, nômades. Em vez de cumprirmos nossa
vocação de sermos um povo voltado para fora, fechamo-nos em nós mesmos, e nos
tornamos num clube religioso.
A nuvem andou, e nós ficamos. Somos como um trem que fez de sua baldeação a
última estação.
O Espírito de Deus nos desafia a deixar nossa zona de conforto e a prosseguir
pelo deserto afora, rumo à Terra da Promissão. Canaã nos espera. O futuro já se
insinua no horizonte, convidando-nos a sair ao seu encontro. Deixemo-nos seduzir
por ele.
Creio que o primeiro Oásis (Mara) representa a maneira como devemos tratar
com o passado. Elim representa o presente. Canaã representa o futuro. Entre o
presente e o futuro, às vezes nos esbarramos com o futuro do pretérito.
Hora do embarque! Próxima estação: Refidim.
* A continuação desta mensagem será publicada amanhã.
Olá Hermes! Fiquei muito feliz com a sua visita no meu blog!
ResponderExcluirParabéns pelo seu também!
Abraços,
Laís
BISPO HERMES,JESUS CRISTO É A FONTE DA ÁGUA DA VIDA NO DESERTO, O MUNDO CRUEL E MAU.
ResponderExcluirNo livro de Isaías 55.1 diz: Ó vós todos os que tendes sede, vinde às àguas,quero parar somente aí neste versículo.
"Ó VÓS TODOS OS QUE TENDES SEDE."
Uma condição essencial à salvação é fome e sede espirituais por perdão e comunhão com Deus, com base na morte sacrificial do Messias-servo; veja Isaías 53. Devemos arrepender-nos dos nossos pecados e aproximar-nos de Deus pela fé. Também, a fome e sede de justiça de Deus, e do seu poder, são condições essenciais para recebermos a plenitude do seu Espírito; ler Mateus 5.6.
"MAS HÁ UM DESERTO GRANDE SEMPRE A NOSSA FRENTE."
No livro de Mateus 4.1 diz: Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.
A tentação de Jesus por Satanás foi uma tentativa de desviá-lo da perfeita obediência à vontade de Deus. Note que Jesus Cristo em cada caso submeteu-se aos desejos de Satanás; ler
Mateus 4.4,7,10.
O que podemos aprender da tentação o deserto de Cristo?
1- Satanás é o nosso maior inimigo. O cristão deve estar consciente de que está numa guerra espiritual contra poderes malignos invísiveis, porém claramente reais; ler Efésios 6.11,12.
2- No deserto, sem o devido emprego da Palavra de Deus, o cristão não pode vencer o pecado e a tentação. como usar a Palavra de Deus para vencer a tentação :(a) No deserto, reconheça que mediante a Palavra o cristão tem poder para resistir a qualquer sedução que Satanás lhe apresente; ler
João 15.3,7. (b) No deserto, coloque(memorize) a Palavra de Deus na sua alma e mente; ler Tiago 1.21.
(c) No deserto medite nos versículos memorizandos, de dia e de noite; ler Deuteronômio 6.7;
Salmos 1.2; 119.48. (d) No deserto repita a passagem memorizada, para si mesmo e para Deus, no momento em que vc está só no deserto sendo tentado; ler Mateus 4.4,7,10. (e) No deserto reconheça e obedeça ao impulso do Espírito Santo para obedecer à Palavra de Deus; ler Romanos 8.12,14; Gálatas 5.18. (f) No deserto envolva todos estes passos com oração; ler Efésios 6.18.
"QUANDO ESTIVER NO DESERTO HÁ UMA SAÍDA: À PALAVRA DE DEUS ATRAVÉS DE JESUS CRISTO."
Segue-se abaixo em caso de tentações as meditações da palavra de Deus.
- Tentação em geral; ler Romanos 6 e 8.
- Tentação para imoralidade; ler Romanos 13.14.
- Mentiras; ler Colossenses 3.9; João 8.44.
- Mexerico; ler Tiago 4.11.
- Desobediência aos líderes espirituais; ler Hebreus 13.17.
- Desânimo; ler Gálatas 6.9.
- Medo do futuro; ler 2 Timóteo 1.7.
- Concupiscência; ler Mateus 5.28.
- Desejo de vingança; ler Mateus 6.15.
- Negligência com a Palavra de Deus; ler Mateus 4.4.
- Preocupação financeira; ler Mateus 6.24,34; Filipenses 4.6,19.
" MAS TOMEM CUIDADO QUANDO ESTIVER NO DESERTO."
Satanás empregou a Palavra de Deus com a finalidade de tentar Jesus a pecar. Às vezes, o descrente emprega a Escrituras na tentativa de persuadir o cristão a fazer algo que aquele sabe que está errado ou que é impróprio. Alguns textos bíblico, retirados do seu contexto, ou não comparados com outros trechos da Palavra de Deus, podem até mesmo dar a aparência de justificar o comportamento pecaminoso; ler
I Coríntios 6.12. O cristão deve conhecer profundamente a Palavra de Deus e precave-se daqueles que pervertem a Escrituras a fim de satisfazerem os desejos da natureza humana pecaminosa. "ESTÁ NO DESERTO? CUIDADO!"
O discípulo de Jesus, Pedro fala daqueles que torcem as Escrituras, para sua própria perdição; ler 2 Pedro 3.16.
"APÓS PASSAR PELO DESERTO, AÍ VEM A SEARA O MUNDO."
Mateus 9.37 diz: Então, disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos são os ceifeiros.
Jesus Cristo admoesta a todos os cristãos a estarem sempre consciêntes de que os perdidos têm uma alma eterna, de valor incalculável, e que terão que passar a eternidade no céu ou no inferno, e que muitos poderão ser salvos se alguém tão somente lhes anunciar o evangelho; ler Mateus 10.28.
olá! você comentou no meu blog www.blogkenosis.blogspot.com e está me seguindo, gostei muito seu blog e tambem estou te seguindo. Deus abençoe sua vida!
ResponderExcluirnós nos contentamos com a vida aqui e todo o conforto que as vezes temos, nos esquecendo que o deserto nos espera logo a frente, que Deus te abençoe cada vez mais pastor hermes pelas mensagens que tem ajudado muitos
ResponderExcluir