quinta-feira, abril 25, 2013

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A revolução dos cravos e a revolução do amor



Por Waldemar Martins

Durante 41 anos,  Portugal viveu  sob um regime político autoritário e corporativista denominado Estado Novo , que criou a sua própria estrutura de Estado e um aparelho repressivo para presos políticos.  Apoiava-se na censura, na propaganda, nas organizações para-militares, nas organizações juvenis, no culto do líder e na Igreja católica.  Foram quarenta e um anos sem interrupção, até que um grupo de militares  decididos a pôr fim a este sistema de governo que oprimia o povo português, decidiu que  empregaria a força para derrubar tal regime .  

Antes, precisavam  esperar o momento certo para derrubar o que consideravam um regime autoritário. Isto veio através de dois sinais. Duas canções que seriam  tocadas nas rádios e  seriam os sinais da tomada de posições para o golpe de Estado e  a confirmação e o início das operações.

O essencial do programa da junta constituída pelo militares resumia-se em democratizar, descolonizar e desenvolver o país. Passada uma semana da derrubada do antigo sistema, o povo celebrou em plena liberdade pelas ruas da capital, depois de  muitos anos. Segundo se conta, uma florista neste dia iniciou a distribuição de cravos vermelhos pelos populares que ofereceram aos soldados, estes colocaram os cravos no cano de suas armas. Por isso o dia 25 de Abril, ficou conhecido como a Revolução dos Cravos, como o dia da liberdade para os portugueses.   

Esta foi uma entre tantas revoluções que já houve no mundo e que deixaram suas marcas. Mas houve uma revolução anterior a todas, que proporcionou liberdade não apenas para um povo, para uma nação, mas para  todos os homens, de todos os povos.
Uma revolução em que também cravos foram usados, cravos que não representavam a beleza, cravos feitos de ferro, que transpassaram  o corpo d’Aquele que se entregou por amor a  nós.  

Jesus, nosso Senhor, promoveu a revolução que ainda os homens não tinham visto, a  revolução do Seu Amor, consumada  na cruz.

O Amor se entregou -  João 12:31-33    

 "Mas ele disse: — Não foi por minha causa que veio esta voz, mas por causa de vocês. Chegou a hora de este mundo ser julgado, e aquele que manda nele será expulso. E, quando eu for levantado da terra, atrairei todas as pessoas para mim. Ele dizia isso para indicar de que maneira ia morrer".

"Aí Jesus gritou bem alto: — Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! Depois de dizer isso, ele morreu."  
  Lucas 23:46


O Amor perdoou   - Lucas 23:34

 "[Então Jesus disse: — Pai, perdoa esta gente! Eles não sabem o que estão fazendo.]
 Em seguida, tirando a sorte com dados, os soldados repartiram entre si as roupas de Jesus."

O Amor acolheu - Lucas 23:43

"Jesus respondeu: — Eu afirmo a você que isto é verdade: hoje você estará comigo no paraíso."

O Amor cuidou, o amor sempre cuidará   – João 19:26-27

  "Quando Jesus viu a sua mãe e perto dela o discípulo que ele amava, disse a ela
: — Este é o seu filho. Em seguida disse a ele: — Esta é a sua mãe. E esse discípulo levou a mãe de Jesus para morar dali em diante na casa dele."

Diante de Jesus estava um dos discípulos mais chegados, um dos que  testemunharam não só o poder  mas também a Sua humanidade , o  discípulo amado João , e junto a ele estava Maria . 

Ali estava João amparando-a naquele momento de dor. Onde estariam os outros discípulos? Naturalmente já tinham sido  dispersos . 

A missão de cuidar foi dada a João.  Ele receberia  Maria em sua casa como sua mãe. Maria receberia João como  seu filho.

 Aqueles que recebemos em nossa companhia, antes devemos recebê-los em nosso coração .

Dias atrás pude entender  um pouco sobre isso. Minha esposa e eu tiramos alguns dias de férias e fomos recepcionados por um casal que fez questão que ficássemos hospedados em sua casa. Mas havia outras pessoas da família  que desejavam dispensar a nós o mesmo tratamento, o que nos constrangia. 

Pude, então, entender, com o passar dos dias, que os cuidados de que nos cercaram  não era apenas por ser parte da cultura do povo daquela região do nosso Brasil. Aquelas pessoas nos receberam em seu coração .  Não por que tivéssemos feito alguma coisa para merecer tal tratamento .  

Parece que  Deus estava  usando aquelas pessoas para nos ensinar , o que ele quer que nós como igreja evidenciamos .            

Sejamos revolucionários !

Revolucionem pelo amor, o amor que se entrega, que perdoa , que acolhe, o  amor que cuida .

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