segunda-feira, julho 18, 2016

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Hora de aprender a dançar... Alguém se habilita?





Por Hermes C. Fernandes
“A quem, pois, compararei os homens desta geração, e a quem são semelhantes? São semelhantes aos meninos que, assentados nas praças, clamam uns aos outros: Tocamo-vos flauta, e não dançastes; cantamos lamentações, e não chorastes.” Lucas 7:31-32
Com estas palavras, Jesus denunciou a apatia daquela geração, que não se satisfazia com nada, mas que sempre buscava motivos para criticar, zombar, escarnecer. Ele diz mais: “Pois veio João Batista, que não comia pão nem bebia vinho, e dizeis: Tem demônio. Veio o Filho do homem, que come e bebe, e dizeis: Eis aí um homem comilão e bebedor de vinho, amigo dos cobradores de impostos e dos pecadores” (vv.33-34). Repare nisso: nem mesmo Jesus, o homem perfeito, justo, foi capaz de agradá-los.

Parece-me que aquela geração não é muito diferente da nossa. As pessoas nunca se contentam com o que têm, ou mesmo com o que são. Isso ocorre também no campo dos relacionamentos. É mais fácil apontar os defeitos, do que identificar as virtudes. Fulano não serve porque é muito devagar. O outro não serve porque é atirado demais. Ela é bela, mas não é recatada ou prendada. Ou ela é do tipo Amélia, mas não é atraente. A gente sempre destaca os pontos negativos, esquecendo-se de que a perfeição não é um dos nossos atributos. Que bom que sempre há um chinelo velho para um pé torto…

Para que um relacionamento amoroso funcione, não é necessário que encontremos a pessoa ideal, mas que aprendamos a conviver com a pessoal real.

A vida é um salão de dança. Começar um relacionamento é como tirar alguém pra dançar. A gente passa os olhos, verifica se ainda há alguém sem par, se aproxima pra ver se a pessoa é interessante, lança um olhar pra ver se fisga… estende a mão, e a convida para a próxima dança.

Aquela dança tem tudo para dar errado. Mas também tem tudo para dar certo. Tudo vai depender da habilidade de ambos em acompanhar os passos um do outro.

A primeira coisa a ser considerada quando se começa a dançar é a música. Seus passos precisam estar no compasso do seu ritmo. Imagine se um dos parceiros estiver com um fone no ouvido, ouvindo outra canção. Seus passos vão acompanhar a canção do fone, enquanto os do seu companheiro acompanharão a do salão. Um acidente será inevitável. E se a música que ela estiver ouvindo no fone for lenta, e a que estiver tocando no salão for animada? Imagine o descompasso…

Assim é o relacionamento a dois. Tem que ter a mesma trilha sonora. Isto é, ambos precisam estar sentimentalmente sintonizados. Se forem dirigidos por interesses diferentes, será como se cada um dançasse sua própria música. Se a mulher é romântica, enquanto seu parceiro está pensando somente naquilo, será como se ela dançasse valsa e ele tango. É claro que de vez em quando, troca-se a música, e isso requererá que os dançarinos acertem os passos. Há momentos para valsa, e há momentos para um tango bem assanhado. Há momentos de dançarmos uma música bem animada, e há outros de dançarmos coladinhos. O que não podemos é perder a sintonia com o outro.

É sobre os diversos ritmos da vida que o escritor de Eclesiastes fala: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu (…) tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; tempo de espalhar pedras, tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar” (Ec.3:1,4-5). O problema começa quando para um é tempo de chorar, enquanto para o outro é tempo de rir. Um quer abraçar, o outro prefere ficar sozinho. Nestas horas, temos que acertar os passos, para não tropeçarmos no outro.

Veja a recomendação de Paulo:
“Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos a mesma coisa, e que não haja entre vós divisões, para que sejais unidos no mesmo sentido e no mesmo parecer” (1 Co.1:10).
Não basta dançar a mesma música, tem que acompanhar os passos de quem está guiando. Se compete ao cavalheiro a honra de guiar a dança, cabe à dama relaxar e confiar, seguindo os passos do seu par. Se ele a conduz para um lado, mas ela o empurra para outro lado, o que deveria ser uma dança harmônica, se tornará num “samba do crioulo doido”.

Nada impede que quem esteja na liderança da família ouça a opinião do outro, e atenda aos anseios do seu coração. Pode-se dizer que se um dá a direção, o sentido, o outro dita a cadência, o ritmo.  Se ele é o cabeça, ela é o coração. Todavia, às vezes há certa alternância, de modo que se ele se deixa levar pela voz da emoção, ela procura chamá-lo de volta à razão. Noutras vezes, ambos buscam conciliar a mente e o coração, alcançando assim uma química perfeita. 

Veja ainda outra recomendação do apóstolo:
“Completai a minha alegria, para que tenhais o mesmo modo de pensar, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, pensando a mesma coisa. Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade, cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um somente para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus” (Fp.2:2-5).
Não se trata de uma competição para ver quem se sai melhor no salão. Embora cada um tenha seu próprio espaço que deve ser respeitado pelo outro, eles estão dançando juntos. São parceiros, não adversários. Portanto, há que se ter cuidado para não pisar no pé do outro, nem fazer movimentos bruscos ou empurrar. Se um se atrapalha, o outro também sai perdendo. Por isso, em vez de competir, coopere. Em vez de criticar, encoraje. Em vez de interromper o fluxo, dê-lhe vazão.

Isaías, profetizando acerca de Cristo, diz que Ele “não clamará, não se exaltará, nem fará ouvir a sua voz na praça. A cana ferida não quebrará, e não apagará o pavio que fumega” (Is.42:2-3). Em outras palavras, Jesus não corta o barato de ninguém. Ele prefere animar, estimular, impulsionar. Que bom seria se O tomássemos como exemplo em nossos relacionamentos. Se há algum fogo, não o apague, antes, alimente-o. Se o que restou de seu casamento for água, transforme-a em vinho. Não seja um estraga-prazer.

Dançar é saber administrar o espaço. Quando um dá um passo à frente, o outro dá um passo atrás, num vai e vem interminável. O espaço do outro deve ser respeitado, jamais invadido. A privacidade deve ser um bem cultivado. Há momentos em que precisamos ficar sós. É como a dança em que os corpos se afastam um do outro, para se reencontrarem em seguida.

Dançar também é a arte de promover o encontro. Não apenas o encontro de corpos, mas também de almas, de sentimento, de propósito. Para isso, o salão precisa ter alguma luz. Se as luzes estiverem todas apagadas, os dançarinos correm o risco de se colidirem. João diz em primeira epístola que “aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço” (1 Jo.2:10). O amor é o holofote que ilumina o salão, promovendo encontros, e não colisões.

Às vezes ocorrem pequenos acidentes. Num momento de distração, pisamos no pé da pessoa amada, magoamos seu coração. Mas não é preciso parar de dançar para consertar o erro. Basta um elegante pedido de desculpas, sussurrado no pé do ouvido, e pronto, a dança continua.

Abaixo, um poema que compus recentemente sobre o tema:

Ensina-me a dançar

Vida, ensina-me a dançar 
Toma-me pelas mãos 
e corrija-me o passo 

Tenho alma dançarina 
Mas meu corpo insiste 
em atravessar o compasso 

Às vezes, acelero 
Noutras, atraso 
Às vezes, quero 
Noutras, crio caso 
Às vezes tropeço 
Noutras, me afasto 
Às vezes despeço 
Noutras, me arrasto 

Temo que a música termine 
sem que eu tenha me ajustado 
à sua cadência 

Temo que alguém imagine 
que eu tenha descartado 
a minha essência 

Não sei que ritmo seguir 
Se o que toca no salão 
Ou o que brota do meu coração 

Pois o que minh’alma sente 
nem sempre meu corpo consente
E o que o corpo implora
Nem sempre na alma aflora

3 comentários:

  1. Missionário Barbosa8:00 AM

    BISPO HERMES, LOUVADO SEJA O NOME DE JESUS CRISTO DE NAZARÉ.
    Irmão Hermes, gostaria de deixar um comentário Amém?
    No livro de Filipenses 1.27 diz: Somente deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo, para que, vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que estais num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho.
    " O CRISTÃO SERVO FIEL, O POVO DE DEUS DEVE ESTAR NUM MESMO ESPÍRITO."
    A verdadeira essência da unidade do Espírito consiste em viver de modo digno; ler
    Efésios 4.1,3, o cristão combatendo lado a lado como guerreiros pela propagação e defesa do evangelho contra aqueles que são "inimigos da cruz de Cristo"; ler Filipenses 3.18. Observamos que "espírito", aqui tem o sentido de disposição mental, ânimo, zelo, propósito, dedicação, diligência e não o espírito humano em si.
    O apóstolo Paulo enfatiza como o Senhor Jesus sendo Deus Filho, deixou a glória incomparável do céu e humilhou-se como um servo, sendo obediente até à morte para o benefício dos outros; ler Filipenses 2.5,8. A humildade entegral de Jesus Cristo de Nazaré deve existir nos seus seguidores, os quais foram chamados para viver com sacrifício e renúncia, cuidado dos outros e fazendo-lhes o bem.
    No livro de Eclesiastes 4.9,10,12 diz: Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho.
    Porque, se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante.
    E, se alguém quises prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.
    O companheirismo tem muitas vantagens, pois Deus não nos criou para vivermos isolados uns aos outros; ler Gêneses 2.18. Todos nós precisamos do amor, da ajuda e do apoio dos amigos, dos familiares e dos irmãos na fé; ler Atos 2.42. Mesmo assim, tudo iso é insuficiente sem a comunhão diária com Deus Pai, com Jesus Cristo e com o Espírito Santo; ler
    I Coríntios 1.9; 2 Coríntios 13.13; Filipenses 2.1; I João 1.3,6,7.
    OBS: Nenhum ser vivente o homem, nenhum é melhor que o outro. Há um mais altos do que eles: "DEUS O TODO-PODEROSO."
    Salomão que provavelmente escreveu o livro de Eclesiates, ao notar de novo a opressão dos pobres e a injustiça a prevalecer, relembra aos opressores que Deus é o juiz supremo. Deus está sobre todos, e Deus enunciará o veredito final do dia do julgamento; ler Eclesiates 5.8.
    OBS: "MISSÃO", IDE E PREGAI O EVANGELHO, ESTÁ NO CENTRO DO CORAÇÃO DO PROPÓSITO ESSENCIAL DE DEUS!

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  2. Parabéns pelo site..Estou seguindo e me edificou no momento certo... continue sendo esse homem que DEUS planejou que fosse.. Paz e um grande abraço..!!!

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  3. Nossa que benção ^^ Ótimo blog, estou seguindo!
    Origada pela visita ao meu, seja sempre bem-vindo!

    A Paz do Senhor!

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