"Esta é a primeira célula sintética que já fizemos, e chamamos de sintética porque a célula é totalmente derivada de um cromossomo sintético, feito com quadro frascos de substâncias químicas num sintetizador químico, a partir de informações em um computador", disse Craig Venter, pioneiro da pesquisa com genoma, que dirigiu a pesquisa.
"Esta é a primeira espécie autorreplicante que já tivemos no planeta cujo pai é um computador." Venter disse que seria possível desenvolver bactérias que gerem combustível, algas que "suguem" o dióxido de carbono da atmosfera, ou organismos que contribuam na produção de vacinas.
"Isso se torna uma poderosíssima ferramenta para tentarmos desenhar o que quisermos que a biologia faça", afirmou o cientista em entrevista coletiva.
Em artigo na revista Science, a equipe de Venter disse ter trabalhado com uma versão sintética do DNA de uma bactéria chamada "Mycoplasma mycoides", transplantada para a "casca" da "Mycoplasma capricolum".
Após muitos inícios falsos, o novo micróbio ganhou vida e começou a se replicar em laboratório. "Achamos que este é um passo importante, tanto científica quanto filosoficamente. Certamente mudou minhas opiniões sobre as definições da vida e como a vida funciona", disse Venter na nota. Foram anos até descobrir como fazer um cromossomo artificial, com sequências genéticas criadas pelo homem. Em seguida, foi preciso implantar isso para outra bactéria.
De início, nada aconteceu, porque havia um erro entre os mais de 1 milhão de pares da sequência genética. Isso adiou a conclusão do trabalho em várias semanas.
Os cientistas não afirmam ter criado uma forma completamente sintética de vida, e Venter disse ter consultado muitos especialistas em ética antes de começar. Além disso, a Casa Branca foi informada, por causa das implicações de segurança - a técnica poderia ser usada para sintetizar armas biológicas.
Vários outros cientistas disseram que o estudo será um marco. "Venter está entreabrindo a porta mais profunda na história da humanidade, potencialmente levando ao auge do seu destino", afirmou Julian Savulescu, da Universidade de Oxford, em nota.
"Ele vai em direção ao papel de um deus: criar a vida artificial, que jamais poderia existir naturalmente, criar a vida da terra, usando blocos básicos de construção."
Por Maggie Fox
Via G1
Comentário de Hermes Fernandes: Estaria o homem brincando de deus? Avanços como este deveriam ser creditados tão somente ao gênio humano ou também a um tipo de inspiração divina? Como deveríamos nos posicionar, como cristãos, diante de fatos como estes? Sinais dos tempos? Ou indício de que ainda temos uma longa estrada pela frente?
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