sexta-feira, abril 26, 2013

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Você daria a vida por um amigo?




Pítias, condenado à morte pelo tirano Dionísio, passava na prisão os seus últimos dias. Dizia não temer a morte, mas, como explicar que seus olhos se enchessem de lágrimas ao ver o caminho que se abria diante das grades da prisão? Sim, era a dura lembrança dos velhos pais! Era ele o arrimo e o consolo deles. Não mais suportando, um dia Pítias disse ao tirano:

- Permita-me ir à casa abraçar meus pais e resolver meus negócios.
Estarei de volta em quatro dias, sem acrescentar nem uma hora a mais.

- Como posso acreditar na sua promessa? Os caminhos são desertos. O que você quer mesmo é fugir - respondeu Dionísio, irônica e zombateiramente.

- Senhor, é preciso que eu vá. Meus pais estão velhinhos e só contam comigo para se defenderem - insistiu Pítias com o olhar nublado de lágrimas.

Vendo que o tirano se mantinha irredutível, Damon, jovem e amigo de Pítias, interveio propondo:

- Conceda a licença que meu amigo pede; conheço seus pais e sei que carecem da ajuda do filho. Deixe-o partir e garanto sua volta dentro dos dias previstos, sem faltar uma hora, para lhe entregar a cabeça.

A resposta foi um não categórico. Compreendendo o sofrimento do amigo, Damon propôs ficar na prisão em lugar de Pítias e morreria no lugar dele se necessário fosse. O tirano, surpreendido, aceitou a proposta e depois de um prolongado abraço no amigo, Pítias partiu.

O dia marcado para sua execução amanheceu ensolarado. As horas passavam céleres e a guarda já se mostrava inquieta. Entretanto, Damon procurava restabelecer a calma, garantindo que o amigo chegaria em tempo.

Finalmente chegara a hora da execução. Os guardas tiraram os grilhões dos pés de Damon e o conduziram à praça, onde a multidão acompanhava em silêncio a cada um dos seus passos.

Subiu, então, ao cadafalso. Uma estranha agitação levou a multidão a prorromper em gritos. Era Pítias que chegava exausto e quase sem fôlego.

Porém, rompendo a multidão, galgou os degraus do cadafalso, onde, abraçando o amigo, entregou-se ao carrasco sem o menor pavor.

Os soluços da multidão comovida chegaram aos ouvidos do tirano.

Este, pondo-se de pé em sua tribuna, para melhor se convencer da cena que acabava de acontecer na praça, levantou as mãos e bradou com firmeza:

- Parem imediatamente com a execução! Esses dois jovens são dignos do amor dos homens de bem, porque sabem o quanto custa a palavra. Eles provaram saber o quanto vale a honra e o bom nome!

Descendo imediatamente daquela tribuna, dirigiu-se a Pítias e a Damon. Dionísio estava perplexo, e os abraçando comovidamente, lhes falou:

- Eu daria tudo para ter amigos como vocês!


"Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a própria vida pelos seus amigos" (Jo.15:13).

"Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós. E devemos dar a nossa vida pelos irmãos" (I Jo.3:16).


3 comentários:

  1. Anônimo10:10 PM

    Cristo deu a vida por nós e nos religou ao Criador pelo Espírito Santo, derramado abundantemente no coração dos que Creem na Obra de Redenção.
    Transportamos o Espírito Santo conosco neste Tabernáculo que pulsa e ventila respirando. Cristo é o nosso modelo de amor a nosso semelhante.

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  2. Anônimo2:34 PM

    Que amigo? Existe isto ainda neste mundo?
    Hermes, um dia que vc deixar de fazer um favor ao suposto amigo como dizes, ele vai virar o bicho contra vc, ele vai virar seu inimigo, isto aconteceu comigo e acontece com milhões de pessoas.
    Este mundo meu caro é troca de favores e nada mais, amigo só tem um e único Ele: Jesus Cristo de Nazaré,.
    O homem, digo a raça humana são taíras, egoístas, amantes de si mesmos.

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  3. Anônimo4:07 PM

    O poder para transcender o realismo instituído pela natureza humana só é possível através do conhecimento da verdade que liberta que é o conhecimento do próprio Espírito Consolador.
    Jesus Cristo está às portas e bate.

    PAIXÃO, Edson.

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