quinta-feira, outubro 15, 2009

0

Já se foi o Super Homem...

Imagem: Lenara Monteschio


“E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.”
2 Coríntios 12: 9-10.

Como identificar um super homem? Será que as circunstâncias podem servir de aferidor para saber se alguém é forte ou fraco?

Tenho notado que os momentos de dificuldades revelam quem é quem.

Foi assim com Christopher Reeve, o ator que interpretou o Super Homem entre 1978 e 1987. Em 1995, após um acidente em uma prova de hipismo ele ficou tetraplégico. Desde então, o ator revelou seu verdadeiro lado de 'super'.

Durante os 9 anos que ainda viveu, ele mostrou muita garra que falta a muitas pessoas saudáveis. Lutou pelos direitos dos deficientes e também a favor das pesquisas com células tronco.

É hora de pararmos com essa idéia de homem imbatível. Hoje em dia se alguém passa por algum problema logo é taxado de estar em pecado ou sendo vítima de obra maligna.

Temos que ter em mente que “tudo sucede igualmente a todos; o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento” (Ec. 9:2).

Será que é difícil parar e analisar que ninguém vive em um mundo paralelo. Estamos inseridos em uma mesma realidade e sujeitos às variáveis deste cenário. A diferença não reside nas ações que sofremos, mas sim nas reações, ou seja, na maneira como nos comportamos perante as demandas da vida.

É interessante que sempre quando surge algum problema o Super Homem procura por uma cabine telefônica, para então revelar sua identidade secreta.

Hoje em dia, temos muitas cabines telefônicas espalhadas, lugares onde a pessoa entra “sofrendo” e sai um super homem, indestrutível, que “determina” e “faz” com que Deus trabalhe.

Querem voar! Só que com asas próprias, que não possuem estrutura suficiente para suportar certas alturas, e acabam se tornando vítimas de suas próprias conquistas. Tais pessoas precisam urgentemente experimentar outra espécie de cabine telefônica:

“E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.”
Mateus 7:14.

Não é a toa que a porta que nos leva à vida é estreita. Não é possível atravessar o caminho apertado com nossas capas e músculos. Para passar, o homem tem que deixar o “super” do lado de fora.

Todo homem precisa passar pela cabine telefônica da Graça. Esta faz o caminho contrário daquela cabine do super homem. Quem passa por ela sente o seu real estado de miséria. Nesta cabine nos deparamos com a nossa total depravação. Todo super homem, ao passar por ela, se torna um mero mortal dependente da graça e misericórdia Divina.

Além disso, o novo homem, fruto do encontro com a graça, passa o resto da sua vida com um espinho na carne que serve para nos esvaziar no momento em que queremos nos inflar. Esse espinho é uma bendita criptonita, pronta para enfraquecer o nosso velho super homem. Paulo, sabendo muito bem disso, afirma:

“Para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar.”
2 Coríntios 12:7.

Vivemos na dependência da Graça de Deus. Ela sim, nos torna super a cada dia. Mas para isso, temos que reconhecer que não somos nada! Deus faz tudo do nada, e até que o homem seja nada, Deus "não pode" fazer nada com ele! (Martin Luther King).

Texto de Bruno Jardim

Nenhum comentário:

Postar um comentário