O governo anuncia que não vai amolecer. O policiamento seguirá ostensivo. Não importa o número de mortos, nem o terror que isso produza na população, nem a opinião pública internacional. Fogo contra fogo! Afinal, a polícia ficou desmoralizada com o episódio da queda do helicóptero. Se não reagir à altura, terá sua credibilidade irrecuperável.
O que dizer diante disso tudo?
Não ainda buscar culpados, nem tentar medidas drásticas de última hora. Esta bomba já está armada há décadas, e é fruto de uma política descomprometida com a educação e a justiça social. Contratar mais policiais. Aumentar seus salários. Banir os policiais corruptos. Estas e outras medidas são importantes, porém incapazes de resolver efetivamente a situação. Sem querer ser chulo, o buraco é mais em baixo.
Meninas são mães de cinco, seis filhos, antes de completarem 20 anos. Um de cada pai. Os traficantes são os heróis do morro. Os ídolos da criançada. Muitos dos meninos sonham em portar uma R15. Bailes funk são incentivados na comunidade, e agora considerados manifestação cultural legítima. Sem querer generalizar, muitas de suas letras são apelativas, estimulando a promiscuidade e o uso de drogas (são chamados de 'proibidões').
Qual a solução pra isso?
Que tal uma evangelização mais ostensiva nas favelas? Ora, cada comunidade está pontilhada de igrejas evangélicas. Sem contar que muitos bandidos têm nomes bíblicos, o que denuncia que seu background é evangélico.
Sem querer ser piegas, a única solução para isso é um dilúvio de amor.
Quem entra pra vida do crime jamais se sentiu suficientemente amado, e por isso, não dá o menor valor à vida, nem a sua nem a de outrem. Filhos de famílias pobres, desrespeitadas pela polícia e demais autoridades. Meninos que ingressam no crime ainda na pré-adolescência. Alguns testemunharam a morte dos pais, dos irmãos, e revoltados, venderam sua alma ao capeta.
Os mesmos que abraçam uma arma de forte calibre, jamais sentiram o calor do abraço de outro ser humano. Não adianta exorcizá-los, como pensam alguns líderes religiosos. O pior diabo é a falta de amor. Já que não são amados, querem, ao menos, ser respeitados. Daí, impõem o terror.
Os crentes pensam que basta dizer "Jesus te ama", e pronto. Estão evangelizados. Já não podem se desculpar perante Deus, pois ouviram a Palavra. Ledo engano. Eles querem ouvir dos lábios de outro ser humano: Eu te amo. Eu me importo com você, com o seu futuro, com a sua dor. E não apenas isso. O amor tem que ser manifestado em boas obras.
Imagine se cada igreja instalada nessas comunidades oferecesse cursos profissionalizantes aos jovens. Imagine se estas mesmas igrejas e entidades investissem em atividades artísticas e esportivas. Imagine se providenciássemos mentores para os jovens sem pais.
Enquanto essas comunidades não experimentarem um banho de amor e atenção, nossa cidade continuará a experimentar eventuais banhos de sangue, como o que estamos assistindo nesta semana.
Em vez de se preocuparem com a imagem do Rio no Exterior, preocupem-se com a dor causada no coração de tantas mães.
Ótimo texto. Passa lá no meu blog, leia a última postagem. Fala sobre você tbm.Deus te abençoe mano!
ResponderExcluirExelente blog, agradeço estar me seguindo, já estou seguindo o seu tambem, aliás matérias muit interessante
ResponderExcluirGraça e paz.
ResponderExcluirConcordo plenamente com você em tudo, principalmente quando disse:
"Não adianta exorcizá-los, como pensam alguns líderes religiosos. O pior diabo é a falta de amor."
Certa vez estávamos eu, um amigo pastor e alguns irmãos em um culto doméstico quando entrou na sala um rapaz, membro daquela família, usuário de drogas, e estava possesso.
Esse amigo pastor, em um simples gesto de amor abraçou aquele jovem e o espírito imundo saiu na mesma hora.
Enquanto estamos nesta terra, que lembremos sempre disto: O AMOR AFASTA TODO ÓDIO.
Clamemos a Deus por mais do Seu AMOR e tenhamos mais ATITUDE ao praticá-lo.
Um forte abraço!
Meu querido você foi muito feliz em seu texto, apesar do conteúdo ser triste. Eu fui moradora da Comunidade do Morro de São Carlos, no RJ, durante 21 anos. Neste período, eu vi muitas Cruzadas Evangelísticas, entrega de folhetos e inaugurações de igrejas no morro. Muitas vezes, vi tbm, a subida de uma polícia despreparada que atirava para qualquer lugar e demonstrava medo, portando uma arma de fogo. Vi ainda muitos amigos meus caírem nas calçadas por bala perdida ou "bala achada", devido ao envolvimento que tinham no tráfico. Hoje, só visito a Comunidade e faço evangelização em vários morros do Rio, além de ministrar Palestras missionárias nas igrejas. Leia o texto "Quando a oração é feita errada" no meu blog, para que você veja que às igrejas localizadas nas comunidades estão, muitas delas, despreparadas para ali ficarem. Na sexta-feira, anterior aos ataques violentos que o Rio sofreu, eu estive em uma destas igrejas num dos morros envolvidos na questão. Deixei em meu blog o meu relato indignado do que vi. Creio que você deveria lê-lo também. Tornei-me seguidora de seu blog. Parabéns pela visão.
ResponderExcluirObrigada meu irmão pela visita em meu blog e se meu texto puder ajudar outros pastores a não cometerem o erro dos que citei em meu blog, fique a vontade para divulgar. Deus o abençõe.
ResponderExcluirHermes
ResponderExcluirNa mosca... e com o fuzil ungido.