sexta-feira, fevereiro 27, 2009

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Criacionismo x Evolucionismo: Questão Superada

Há questões que só vêem para dividir. Algumas delas já não têm qualquer relevância, ainda que tenham tido em algum período da história. O fato é que já foram superadas, ficaram pra trás.

Mas sempre tem gente querendo ressuscitá-las.

Constatamos isso na conversa entre Jesus e a Samaritana. Quando percebeu que Jesus a conhecia de maneira sobrenatural, ela tentou desviar o foco para uma questão que já deveria ter sido superada. Afinal de contas, onde se deveria adorar a Deus, no Templo em Jerusalém, como alegam os judeus, ou no Monte Gerizim, onde a bênção do pacto foi proferida?

Obviamente, ela esperava que Jesus tomasse partido pela opinião dos judeus, porém Ele percebeu sua tentativa de desviar o foco da conversa, e respondeu:

“Mulher, crê-me, a hora vem em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai (...) Vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade” (Jo.4:21,23a).

Hoje temos nossas próprias questões. Algumas delas remontam séculos de discussão acalorada.

Batismo por aspersão x batismo por imersão.

Arminianismo x Calvinismo (Livre arbítrio humano x Soberania Divina)

Cessacionismo x Contemporaneidade dos dons

E tantas outras!

Mas talvez a que mais tem rendido pano pra manga ultimamente seja Criacionismo x Evolucionismo, ou se preferirem, Fé x Ciência.

Imagine se naquela época, Jesus insistisse com a Samaritana que o lugar correto de se adorar a Deus era o Templo em Jerusalém. Ora, samaritanos não eram bem-vindos ali. Sua entrada era vetada pelos sacerdotes. E a recíproca era verdadeira. Judeus não eram bem-vindos nas cercanias de Samaria.

De maneira análoga, não podemos insistir com a idéia de que os cientistas de nosso tempo aceitem o criacionismo da maneira como tem sido exposto e acreditado por séculos. E nem podemos exigir que seja ensinado nas escolas como ciência. Lugar de se ensinar o Criacionismo é na igreja!

Posicionar-se radicalmente contra os postulados científicos é adotar uma postura anacrônica. Basta deixar cada coisa em seu devido lugar.

As questões com que lida a Ciência são distintas das questões com que lida a Fé.

A Ciência se preocupa em responder “onde”, “quando”, “como”. Enquanto a Fé se preocupa
em responder “quem” e “por que”.

Feito do barro, a Bíblia apresenta o homem como um vaso em processo de modelagem. Quiçá a roda usada pelo oleiro para modelar-nos ao longo das eras tenha sido a evolução. Isso não muda o fato de que fomos feitos para o louvor de Sua glória.

Tal qual fez Jesus em Sua sábia resposta à Samaritana, podemos antever o dia em que Fé e Ciência caminharão de mãos dadas, deixando para trás os antigos conflitos, e reconhecendo sua dependência mútua. Onde a ciência se cala, a fé se pronuncia. Onde a fé se cala, a ciência investiga.

Vai chegar a hora, e já chegou, em que o importante não será se o homem foi feito diretamente do pó da terra, ou se foi fruto de um longo processo evolutivo, mas o propósito para o qual veio a existir.

Vai chegar a hora, e já chegou, em que teólogos e cientistas deixarão suas trincheiras, e unirão esforços para atenuar o sofrimento humano, e prover-lhe esperança de dias melhores.

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