sábado, dezembro 20, 2008

0

Natal, festa pagã?

Tenho lido alguns artigos publicados na internet que são contrários à celebração natalina.

Argumenta-se que o Natal seria uma festa pagã, travestida de celebração cristã. O dia 25 de dezembro era o dia do nascimento do deus Sol, Mitra. Com a adesão do imperador romano ao cristianismo, a data foi cristianizada, tornando-se a data oficial de comemoração do natal de Jesus.

Para alguns, tudo isso não passa de paganismo.

Algumas igrejas sequer comemoram a data. Preferem celebrar as festas judaicas, em um claro retorno às raízes hebréias, e à prática da Lei Mosaica, com seus ritos.

A Árvore de Natal tornou-se símbolo de idolatria; há quem diga até que sua silhueta lembra a imagem da Senhora Aparecida!

Ok! Antes de aderir a esse modismo, que tal ponderar um pouco?

Tirando Jesus do Natal, o que sobra?

Como se não bastasse a figura do Papai Noel a usurpar o centro das atenções, os cristãos resolveram dessacralizar a data.

Natal deixa de ser o nascimento de Jesus, e passa a ser... mais uma festa pagã.

O deus Sol agradece. Estamos devolvendo a ele, o que lhe foi tomado.

Há projetos de lei nos Estados Unidos querendo acabar com o feriado de Natal, por acreditar que sua celebração fira a liberdade de culto, menosprezando outras tradições religiosas.

Muitos cristãos têm se manifestado lá em favor da manutenção do feriado natalino. Mas aqui, são os próprios cristãos que resolveram tomar a contra-mão, e se manifestarem contrários ao Natal.

Em vez de cantatas, silêncio. Em vez de peças teatrais falando do nascimento do Salvador, vazio.

Nada de presentes, nem Ceia Natalina, nem árvores, nem luzes...

Há, porém, uma contradição aqui. Os mesmos crentes que se recusam a celebrar o Natal, insistem em celebrar a passagem do Ano Novo.

Ora, se formos coerentes em nosso raciocínio, devemos adotar o calendário judeu, e deixar pra comemorar o novo ano mais tarde. Devemos adotar o ano lunar, em vez do solar. Nosso calendário solar honra o deus Sol! E o que dizer dos meses do ano? Deveríamos riscar de nossas folhinhas os meses de Julho e Agosto, pois os mesmos foram criados para honrar imperadores romanos que se diziam deuses, Júlio e Augusto.

E o que dizer dos dias da semana que honram o panteão romano? Pelo menos em inglês e em espanhol. Parece que nosso idioma saiu ileso dessa.

Os mesmos crentes que se negam a celebrar o Natal, por achar que é fruto do sincretismo entre o cristianismo e o paganismo, vão para as praias festejar a entrada do Ano Novo, e montam tendas ao “Pai das Luzes”, para tentar evangelizar os espíritas que vão fazer suas oferendas à Iemanjá.

Ora, se Paulo pôde enxergar em um espaço cúltico (altar) oferecido a uma divindade desconhecida, um lugar de adoração ao Deus cristão, por que não poderíamos enxergar em uma data pagã uma oportunidade de adorarmos a Deus, dando-Lhe graças por nos haver enviado Seu Filho Jesus?

E quanto ao "bom velhinho"? Haveria algum problema no uso de sua imagem em nossas celebrações natalinas. Estou certo que não. Só me incomoda quando ele ofusca a pessoa central do Natal: Jesus. Mas se ele for visto apenas como uma figura folclórica, estimulando a fantasia das crianças, não vejo qualquer problema. Conheço um bispo que se veste de Papai Noel para alegrar o coração de seus netinhos.

Também não vejo nada de errado com o presépio. Aliás, ele serve de lembrete para todos acerca do verdadeiro sentido do Natal.

Sendo assim, o que resta dizer?

Feliz Natal e um Surpreendente Ano Novo!

E lembre-se: 2009, um tempo pra que tudo se renove!


Em tempo: a árvore de natal foi inventada pelo grande reformador protestante Martinho Lutero. Ele escolheu o prinheiro por ser a única árvore capaz de resistir ao intenso frio do inverno Alemão, sem perder suas folhas. As bolas com que enfeitou a primeira árvore natalina representava, segundo ele, os frutos do Espírito na vida cristã.

Nenhum comentário:

Postar um comentário