terça-feira, agosto 12, 2008

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O Fuso-horário do Reino de Deus

Durante as transmissões dos Jogos Olímpicos, fiquei a meditar sobre a diferença do fuso-horário entre nosso País e Pequim, Sede Olímpica. São onze horas de diferença. Enquanto aqui são 23 h. lá já são 10 da manhã do dia seguinte. Quem quiser assistir ao vivo a algumas das principais provas olímpicas, terá que ficar acordado madrugada a dentro. Ninguém merece!

Lembrei-me de quando morei nos Estados Unidos, e tinha que vir ao Brasil a cada mês. Embora a diferença no fuso-horário fosse bem menor, não posso negar que me trouxe muitos problemas. Os comissários de bordo chamam de Jet-leg o efeito causado no organismo humano pela diferença de fuso-horário. Pessoas que viajam constantemente sabem do que estou falando. Temos um relógio biológico em nosso corpo, que se adéqua ao nosso fuso local. Quando trocamos esse fuso regularmente, nosso relógio biológico fica desequilibrado, e a gente começa a trocar a noite pelo dia, e vice-versa.

Não haveria também uma espécie de fuso-horário distinto entre o Reino de Deus e o resto do mundo?

Ora, sabemos pelas Escrituras, que quando abraçamos a fé em Jesus, fomos “arrebatados do império das trevas, e transportados para o Reino” (Cl.1:13). Portanto, fomos introduzidos em uma nova realidade, em um novo território (ainda que espiritual!). Nada mais coerente do que supor que essa nova realidade tenha seu próprio fuso-horário.

Dada a rotação da Terra, o Sol aparece primeiro no Oriente. Por isso, a Austrália comemora a chegada do Ano Novo algumas horas antes de nós.

Como Igreja de Cristo, somos a Nação Santa, a Nova Jerusalém, lugar onde se vê primeiro o raiar do Novo Dia. É para nós, que tememos o nome do Senhor, que nasce “o sol da justiça, trazendo salvação debaixo das suas asas” (Ml.4:2).

Ainda que o Mundo esteja mergulhado nas densas trevas de uma noite que pareça eterna, para nós o dia já raiou:

“Levanta-te, resplandece, pois já vem a tua luz, e a glória do Senhor vai nascendo sobre ti. As trevas cobrem a terra, e a escuridão os povos; mas sobre ti o Senhor vem surgindo, e a sua glória se vê sobre ti. As nações caminharão à tua luz, e os reis ao resplendor que te nasceu” (Is.60:1-3).

E mais: somos informados que este Sol que acaba de nascer, jamais se porá. Portanto, o novo dia que raiou vai durar para sempre.

“Nunca mais se porá o teu sol (...) O Senhor será a tua luz perpétua” (Is.60:20).

Porém a Terra não pára de girar. O novo dia que surgiu para nós, há de raiar para todas as nações do Globo.

Para nós, que vivemos no fuso-horário do Reino de Deus, Paulo escreve:

“A noite é passada, e o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz” (Rm.13:12).

É hora de aposentarmos nossos pijamas, e despertarmos para vivermos o novo dia, o hoje eterno.

E esse novo dia começou quando Cristo rendeu Seu espírito na Cruz, dizendo: Está consumado. O velho aión (era) teve seu fatídico fim. As trevas encontraram o seu apogeu. No relógio profético, a Cruz se deu à meia-noite. Por isso Jesus afirmou ao ser preso: “Esta, porém, é a vossa hora e o poder das trevas” (Lc.22:53).

A partir da Cruz, começa-se o novo dia, o Dia do Senhor.

Portanto, a tendência é que as coisas clareiem, em vez de escurecerem.

Quando começa um novo dia? Não é no primeiro segundo após a meia­-noite? Entretanto, a noite continua tão escura quanto antes. Porém, a partir daí, gradativamente, as trevas vão cedendo à luz. Ainda que os olhos não percebam, dado o caráter paulatino com que o dia vai clareando. As horas que se seguem testemunham o embate entre as trevas e a luz. Invariavelmente, as trevas são vencidas.

“A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram sobre ela” (Jo.1:5).

Horas depois, surge no horizonte a estrela da manhã, anunciando que a qualquer momento, os primeiros raios solares serão vistos.

Não é debalde que Jesus Se apresenta nas páginas de Apocalipse como a Estrela da Manhã (Ap.22:16).

Sempre que o Evangelho chega a novos rincões, Jesus Se apresenta ali como a estrela matutina.

A Igreja dos dias de João presenciou a alvorada do novo dia. Por isso João, o mesmo autor de Apocalipse, escreveu em sua epístola:

“...as trevas vão passando, e já brilha a verdadeira luz” (1 Jo.2:8b).

Em breve, a luz do Evangelho terá alcançado todos os povos, e o novo dia alcançará o seu apogeu. Todas as nações se renderão à Cristo, Luz do Novo Dia. “Todos os confins da terra se lembrarão, e se converterão ao Senhor; todas as famílias das nações adorarão perante ele” (Sl.22:27).

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