sábado, maio 23, 2020

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A METÁSTASE DA MALIGNIDADE NO GOVERNO BOLSONARO



Por Hermes C. Fernandes 

O povo brasileiro teve a oportunidade de ver uma radiografia das entranhas do governo Bolsonaro. A ideia era verificar a suposta malignidade de um tumor localizado no intestino grosso. Para a surpresa de muitos, comprovou-se na fala de diversos ministros a metástase em todo o organismo governamental. Começando pelo cérebro, o único a não ser questionado. Pela sua fala, percebe-se o desprezo aos pequenos empresários, que segundo ele, só dão prejuízo, razão pela qual se deve investir dinheiro público somente em grandes empresas. Também é nítido seu desprezo à coisa pública e seu famigerado desejo de privatizar tudo, a começar pelo Banco do Brasil, motivo de orgulho de tantos brasileiros. Pelo jeito, não é só na aparência que o cérebro lembra o intestino. Neste caso, há uma simbiose entre eles, de modo que tudo o que o cérebro diz, o intestino confere peso de dogma.

Os pulmões também apresentaram comprometimento irreversível, defendendo descaradamente que se aproveitasse a "tranquilidade" da pandemia para destruir a política de proteção ao meio ambiente, fruto de décadas de trabalho, enquanto a mídia se ocupasse em distrair a opinião pública com o crescente número de mortos pela COVID-19.

Dentre todos os órgãos, nenhum apresentou um grau de comprometimento tão grande quanto o fígado, derramando sua bílis sobre os povos indígenas, os ciganos, os imigrantes, e, sobretudo, os ministros do STF. Parte de sua fala foi censurada por colocar em risco a segurança nacional.
O coração também apresentou séria arritmia, ameaçando governadores e prefeitos de prisão por tentarem conter a pandemia e chegando ao ponto de dizer que um dos seus colegas sugeria ao governo um pacto com o diabo.

O então ministro da saúde assistia boquiaberto à fala de seus colegas como um médico diante do resultado de um exame cujo prognóstico é irreversível.

Apesar do estado em que se encontra o intestino grosso, segue com sua produção à todo vapor, contando com a boca para escoá-la livremente. Sorte a nossa que em meio a tudo isso, a justiça resolveu enxergar e bater com a língua nos dentes.

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