Por Marcello Vieira
Certa vez Charles Spurgeon sintetizou muito bem o quê é um cristão, ele disse: “Todo cristão ou é um missionário ou é um impostor.” Uma frase radical como o evangelho.
O primeiro chamado de Jesus ao homem é a redenção. O segundo é a subversão.
Igreja e missão são sinônimos no projeto de Deus. Cristão e missionário são sinônimos nessa fase de implantação do Reino. No convite de Jesus está implícita a frase: Saia da sua zona de conforto!
Afinal foi isso o quê ele fez. Abandonou o conforto da sua glória divina para se espremer dentro uma matéria humana.
Na verdade, Jesus foi o maior missionário de todos os tempos. E ele ordenou: Sejam meus imitadores!
E missão não é algo que a igreja tem que fazer. Missão é algo que a igreja tem que ser. Não há justificativa bíblica para institucionalizar uma igreja que não seja para transforma-la em uma agência missionária. Uma igreja que se institucionaliza e passa arrecadar dinheiro tem como dever moral patrocinar missões.
E o quê é missão?
Intervenção na história! Ação, comprometimento, sacrifícios de misericórdias.
Pregar o evangelho focando unicamente em patrulhamento moral é condensar o seu poder atômico de transformação sócio cultural. O arrependa-se não se limita aos pecados morais, mas também está em mudar as lentes, tirar o foco do umbigo. Ou seja, uma igreja bíblica é uma igreja missionária.
E quem é a igreja?
Somos todos nós que declaramos Cristo como Senhor.
E o quê que estamos fazendo?
Somos todos nós que declaramos Cristo como Senhor.
E o quê que estamos fazendo?
Pouco! Muito pouco! Estamos acomodados nas poltronas das igrejas, estamos traçando o nosso plano de vida, estamos fundamentando o NOSSO REINO e, de quebra, usamos o nome de Deus como um patuá para nos abençoar. Nos tornamos extremamente egoístas. Nos tornamos fariseus pós modernos, dando esmolas e apegados a uma religiosidade inútil. Uma igreja missionaria se compromete socialmente com as mazelas da sua localidade. Sem partidarismo, exercendo apenas o amor, exercendo apenas sua cidadania.
Até onde estamos indo por Jesus? Essa é uma pergunta comum quando se fala em missões, porém, eu pergunto diferente: O quê você não faria de jeito nenhum por Jesus?
Responda sinceramente essa pergunta e descubra onde está o seu coração. Descubra quem é o seu amor maior, descubra quem você idolatra em espírito e em verdade. É, seu sei. Jesus perde para o seu filho, seu cônjuge, sua carreira, seus sonhos...
Responda sinceramente essa pergunta e descubra onde está o seu coração. Descubra quem é o seu amor maior, descubra quem você idolatra em espírito e em verdade. É, seu sei. Jesus perde para o seu filho, seu cônjuge, sua carreira, seus sonhos...
A igreja não ama Jesus acima de todas as coisas, por isso, não consegue negar si mesmo e viver pelo outro. Por isso não consegue ser suficientemente relevante. E se ele não é o nosso amor maior, nunca sairemos da nossa zona de conforto, nunca seremos agentes transformadores do Reino, nunca seremos missionários, logo, continuaremos sendo impostores! Impostores brigando pela defesa do evangelho. Somos patéticos.
Precisamos resolver isso com Ele!
Precisamos resolver isso com Ele!
Essa é a pergunta de nossas vidas. Ao responde-la sinceramente, talvez descubramos que até hoje andamos mentindo para nós mesmos, e esse é o maior boicote que alguém pode fazer a si.
Então você pergunta: Como isso aconteceu? Eu mudei tanto! Eu parei com isso, eu parei com aquilo, ou então, eu nunca fiz isso, eu nunca fiz aquilo. A questão é que o evangelho não nos foi dado para fazer um patrulhamento moral, ele veio para restaurar à correta cosmovisão.
O problema é que você não aderiu o evangelho. Você aderiu ao movimento evangélico, e movimentos enganam, alienam e lobotomizam.
O movimento evangélico hoje no Brasil, infelizmente não tem mais nada a ver com o Evangelho de Jesus. É um verdadeiro sepulcro caiado. Transparece uma paz, contudo, é uma paz inerte e muda perante o império da maldade. E paz sem voz não é paz, é medo.
Buscam desesperadamente paz para seus corações e seguem admitindo toda maldade do mundo sem rebelar-se, para assim, continuarem tentando ser felizes em suas zonas de conforto.
A institucionalidade da igreja trouxe conforto e proteção, porém, com o tempo, trouxeram dúvidas para quem as viu se transformarem em prisões. Para quem as viu se transformarem em masmorras que ferem muita gente boa de Deus.
O clamor final é: Arrependa-se igreja! Vamos resgatar a unidade, a relevância dos cristãos primitivos.
Vamos nos abraçar e fazer filhos na fé e não nos limitarmos às poltronas dos dias de domingo.
Que arda o seu coração! Que o seu espírito se rebele, assim como aconteceu com o espírito de Paulo ao ver a idolatria grega, ao ver o avanço do império da maldade. Que você seja um cristão em missão na sua realidade local. Que ricos e pobres, fortes e fracos, opressores e oprimidos, possam reconhecer Jesus em você.
Que a sua alma esteja armada e apontada para a cara do sossego! Porque paz sem voz não é paz, é medo.
Um texto realmente incomum!
ResponderExcluirUma igreja que se institucionaliza e passa arrecadar dinheiro (DÍZIMOS E OFERTAS) tem como dever moral patrocinar missões. Além disso, Deveriam socorrer as viúvas, os órfãos, acudir os necessitados. Uma instituição que não cumpre esse papel deveria ser considerada IGREJA?
Não se comprometendo com a justiça social registrada em atos (NÃO HAVIA ENTRE ELES NECESSITADOS ALGUM E TUDO LHES ERA COMUM) DEVEM SER CONCIDERADOS CRISTÃOS?
Não há justiça nem entres seus pastores, enquanto uns vivem no conforto, outros passam necessidades.
Perguntamos-nos onde está a justiça do reino? Onde foi parar a igualdade vivida pela igreja primitiva. Os membros do corpo de Cristo não são assistidos... Os recursos do reino de Deus são investidos em benefícios próprios e investidos na abertura de novos espaços, apenas com a intenção de aumentar suas arrecadações e reino pessoal.
As pedras estão clamando! Clamando por justiça.
Pr. Roberto Nascimento
Quando meu avô morreu, a igreja de que ele foi pastor simplesmente abandonou a viúva. Conheço casos recentes de viúvas de pastores que nunca receberam qualquer ajuda das igrejas pastoreadas por seus falecidos esposos. Um dos casos mais graves que conheço é de uma viúva de pastor que teve que dar seus filhos pequenos, porque a igreja a abandonou.
ResponderExcluirDesde que assumimos a direção da Igreja Reina, assumimos o compromisso de jamais abandonar as viúvas e os pastores anciãos jubilados. Eles recebem como se estivessem trabalhando.
Não podemos falar de justiça se não a praticarmos.
Ainda precisamos melhorar muito, reconheço. Mas creio que estamos no caminho certo.
Temos promovido ações sociais atendendo comunidades inteiras. Se um membro da igreja fica desempregado, temos o dever de socorrê-lo.
Muitos dos nossos pastores têm jornada dupla, trabalhando fora para não ser pesados à igreja.
Nossa ênfase não é a arrecadação, mas ensinar as pessoas a compartilhar o que têm, não apenas com a igreja (instituição), mas também com as pessoas de um modo geral.
Não se trata de caridade, mas de justiça lubrificada pelo amor.
A igreja não deve ser uma agência arrecadadora, mas distribuidora de recursos. Não que para isso tenha-se que tirar do orçamento da igreja (que não é grande), mas ensinar os seus membros a partilhar.