sexta-feira, setembro 23, 2011

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A Igreja precisa aprender com o GREENPEACE




Calma, deixe me explicar.

Temos observado uma conscientização mundial a respeito do crescimento sustentável. Sustentabilidade entrou para a pauta das grandes preocupações entre os líderes de todo o mundo. O tema se tornou centro de campanhas mundiais por uma racionalização do uso dos recursos naturais.

Tem sido a causa apaixonada de muitos jovens por todo o planeta, levando-os as ruas em manifestações pacíficas ou não. Tem inspirado até mesmo à produtores, artistas e astros do rock. Os mesmos têm doado parte de seus cachês em favor da causa. Cada vez é maior o número dos eventos para arrecadação de fundos para campanhas em prol da recuperação e conservação da natureza. Recentemente, tivemos o festival SWU em uma fazenda na cidade de Itú, SP, aonde foi montada uma mega estrutura para receber centenas de artistas iniciantes e consagrados, como Rage Against the Machine (a melhor banda do festival) e Link Park. Toda a o organização e estrutura do evento foram direcionadas para agir em sinergia com a natureza ao redor sem prejudicá-la.

Rage Against the Machine no SWU

Mas nem sempre foi assim. Na verdade esse movimento pela sustentabilidade ainda é um bebê. Há tempos os cientistas, geógrafos, arqueólogos, vêem alertando sobre os perigos do crescimento desenfreado promovido pelo capitalismo selvagem. Sempre foram tratados como fatalistas e exagerados, eram vistos como os profetas que anunciavam uma catástrofe que ainda estava muito longe de vir, se é que viria.

Porém, contra fatos não há argumentos. E mais convincente do que qualquer argumento científico, foi a humanidade começar a presenciar tsunamis varrendo litorais inteiros, geleiras gigantescas desmoronando sob o sol cada vez mais forte elevando os níveis dos oceanos, enchentes, situações climáticas atípicas nas estações do ano, calor insuportável ás 08:00 horas da manhã, animais sendo extintos do planeta.

O mundo entrou em alerta. E aos poucos, medidas e leis governamentais vão sendo criadas para que o planeta não se desmanche sob os nossos pés.

Agora, deixe me fazer uma analogia com a situação da igreja nos dias de hoje.

A igreja evangélica tem crescido assombrosamente nas últimas décadas, e a maioria dos crentes vêem nisso uma vitória, porém, existe um grupo menor, como os cientistas supracitados, mandando um recado que tem se propagado cada vez mais. O recado é:

A igreja não está crescendo! A igreja está inchando! Parem agora!

Um corpo inchado é um corpo doente!

O princípio destrutivo do capitalismo de crescer a qualquer custo penetrou na mentalidade dos líderes eclesiásticos, e os mesmos estão transformando suas igrejas em empresas. E o pior, alegam que esse crescimento faz parte do avivamento prometido pelo Senhor!

Heresia!!!

Aonde o avivamento verdadeiro chega a subversão acontece. As coisas começam a sair do lugar (ou entrar, depende do ponto de vista), o mundo vira de pernas para o ar. Atos 17.6

A Bíblia diz que quando a Luz chega as trevas saem. Olhe ao redor, cadê as evidencias desse tal avivamento? Existe paz? Existe uma crescente moralidade? Pelo contrário, a violência e a imoralidade crescem cada dia mais. Não se engane com esse inchaço meu camarada.

Esse crescimento não é obra do Espírito Santo, trata-se pura e simplesmente de princípios empresariais de crescimento aplicados sobre um povo doente, cansado, desesperançoso, que são atraídos por falsas promessas de um triunfalismo capitalista.

Assim como a humanidade está descobrindo maneiras eficazes de continuar se desenvolvendo com sustentabilidade, a igreja precisa voltar a pensar na qualidade, na maturidade desses que estão lotando os templos evangélicos em todo o país.

Assim como os líderes mundiais se reúnem para discutir maneiras de alcançar um crescimento sustentável, os líderes eclesiásticos remanescentes, aqueles que não se deixaram contaminar com essa teologia maldita da prosperidade, deveriam se unir em prol de um grande movimento de retorno do evangelho genuíno, o único elemento capaz de garantir um crescimento com sustentabilidade, e não permanecerem omissos diante desse cenário dantesco. Como diria Luther King: “O que me preocupa não é o barulho dos maus, mas o silêncio dos bons”.

Ao invés da Marcha para Jesus que se tornou puro comércio e instrumento de barganha para políticos interessados nos votos dos crentes, proponho uma Marcha pelo Retorno do Evangelho Genuíno.


Uma busca por aqueles que se perderam por conta dos escândalos. Uma marcha com uma pregação apologética, libertando as pessoas das doutrinas judaizantes, do sincretismo religioso que trouxe os atos proféticos e pontos de contato da fé para o nosso meio, responsáveis por manter os cristãos supersticiosos e mancos na fé. Uma marcha pregando a verdadeira liberdade para que Cristo nos libertou.

Tenho fé que o avivamento realmente já tenha começado nesse país, mas ele não está sendo evidenciado através dos teles pastores, na construção da réplica do templo de Salomão, nas inúmeras igrejas e denominações novas que se abrem em cada esquina.

Ele começou no desejo ardente de homens e mulheres de Deus que não tem se calado por todo esse país. Homens e mulheres que tem colocado a cara a tapa, pregando o evangelho puro e simples, indo de encontro com esse “evangeliquês” que se propaga.

Não basta traçar estratégias de crescimento, é preciso pensar na sustentabilidade. Nesse caso, a sustentabilidade está no incentivo da maturidade espiritual do novo e velho convertido. E essa maturidade somente é alcançada através do evangelho puro e simples, o genuíno, o que custava a vida dos nossos irmãos primitivos, e que hoje, tem custado a vida de tantos outros pelo mundo.

Caso contrário, continuarão a se propagar cristãos “bola de neve” (nenhuma alusão a igreja, pelo amor de Dio!), começam pequenos, vão crescendo, arrastando tudo pela frente, se transformam em uma avalanche, e depois vão perdendo a força até encontrar um obstáculo (as circunstâncias da vida) que os pare. Depois o sol se encarrega de dissipá-los com seu calor.

Finalizo agradecendo ao Pai por ter me impedido de ir em frente com um ministério quando eu era um menino influenciado por doutrinas judaizantes, por achismos, por clichês gospels e por um evangelho cheio de equívocos teológicos. Sei que seria difícil retornar as origens do evangelho já tendo toda uma estrutura montada sobre um monte de deturpações. Dar o braço a torcer, parar, abandonar a “visão”, deixar de arrecadar altas quantias de dinheiro, retroceder para pegar a rota certa.

Aos que se vêem nesse dilema sugiro que reflitam sobre 1º Tessalonicenses 3.4.

Não ame mais a sua “visão” do que as Verdades das Escrituras. Cresça com sustentabilidade, mesmo que isso te custe coisas valiosas na terra. Lembre-se que nossa pátria está nos céus.

Deus abençoe.

*O Greenpeace é uma organização global e independente que atua para defender o ambiente e promover a paz, inspirando as pessoas a mudarem atitudes e comportamentosInformação do site.

3 comentários:

  1. É sempre uma honra e agradável surpresa ver meus textos por aqui. Qualquer dia desses vou fazer uma visita na Reina para te dar um abraço.

    Paz!

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  2. Anônimo4:14 PM

    Visualizar uma Igreja com o ideário honesto do Greenpeace é uma atitude razoável que chamaria a atenção de vários Lideres engajados na Teologia da Prosperidade.
    O exercício da Igreja primitiva precisa ser resgatado com certa Urgência, pois o descontrole existencial da Grei está insustentável, insustentável para Lideres e insustentável para o Rebanho. Não existe consistência num Discurso que aponta estratégias de mercado no Corpos de uma Doutrina que vitaliza pela honestidade de uma distribuição recíproca de Amor semelhante ao exercício instituído pela diaconia dos Tempos Apostólicos.
    A Igreja precisa reaprender os princípios da distribuição de Dádivas. Este exercício está sob nossa responsabilidade, Deus nos encarrega no ministério da assistência material e espiritual com a devida sustentabilidade contida no Amor fraternal.

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  3. Visualizar uma Igreja com o ideário honesto do Greenpeace é uma atitude razoável que chamaria a atenção de vários Lideres engajados na Teologia da Prosperidade.
    O exercício da Igreja primitiva precisa ser resgatado com certa Urgência, pois o descontrole existencial da Grei está insustentável, insustentável para Lideres e insustentável para o Rebanho. Não existe consistência num Discurso que aponta estratégias de mercado no Corpos de uma Doutrina que vitaliza pela honestidade de uma distribuição recíproca de Amor semelhante ao exercício instituído pela diaconia dos Tempos Apostólicos.
    A Igreja precisa reaprender os princípios da distribuição de Dádivas. Este exercício está sob nossa responsabilidade, Deus nos encarrega no ministério da assistência material e espiritual com a devida sustentabilidade contida no Amor fraternal.

    PAIXÃO, Edson.

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