quinta-feira, maio 29, 2014

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O reencontro da Igreja com o Meio-ambiente



Por Hermes C. Fernandes 

“Sabemos que toda a criação geme como se estivesse com dores de parto até agora. Não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos...” Romanos 8:22-23

Através deste texto, nos deparamos com a figura de duas grávidas, à semelhança de Maria e sua prima Isabel. Trata-se, primeiramente, da Criação como um todo, e em segundo lugar, nós, a Igreja de Cristo.

A Criação está grávida de uma nova Terra, enquanto a Igreja está grávida de um novo Céu. Há um parentesco entre ambas, e a gravidez de ambas está intimamente relacionadas, sendo parte de um único propósito, que deve se cumprir "assim na Terra como no Céu".

Quando Cristo foi levantado na Cruz, colocando-Se entre o céu e a terra, Ele reuniu em Si mesmo todas as coisas que há no céu, e todas as coisas que há na terra (Ef.1:10). Houve então o casamento entre os dois lados da realidade única criada por Deus. Céu e Terra contraíram núpcias para gerar um novo cosmos.

A gravidez da criação se deu quando Cristo, a semente incorruptível, foi colocado no “ventre da terra” (Mt.12:40). O corpo de Jesus era a semente divina que engravidaria a criação. Ele mesmo comparou-Se ao “grão de trigo”, que deveria morrer para poder frutificar (Jo.12:24). Seu sepultamento é comparado à semeadura: “Semeia-se em ignomínia, é ressuscitado em glória. Semeia-se em fraqueza, é ressuscitado em poder” (1 Co.15:43).

Quando houver chegado a hora da colheita, por causa daquela semente incorruptível semeada no ventre da terra, nossos corpos ressuscitarão incorruptíveis. E toda a criação, que hoje é cativa pela corrupção, se revestirá de incorruptibilidade. O cosmos inteiro será transfigurado!

A gravidez da igreja iniciou-se quando o Espírito Santo, como semente incorruptível, foi depositado em nós, a Igreja, por ocasião do Pentecostes (1 Pe.1:23).

Assim como coube ao Espírito gerar Jesus no ventre de Maria, compete ao Espírito gerar em nós a imagem de Cristo (2 Co.3:18). Nas palavras de Paulo, Cristo está sendo gerado em nós (Gl.4:19). A cada etapa desta gestação espiritual, ficamos mais parecidos com o Senhor Jesus. Quando Cristo vier em glória, será a hora do parto, e finalmente, nos manifestaremos ao mundo (1 Jo.3:2).

Paulo diz que a gravidez da Criação e a gravidez da Igreja estão profundamente relacionadas. Há, por parte da criação, uma “ardente expectativa” pela manifestação dos filhos de Deus (Rm.8:19). Segundo o apóstolo, tal manifestação proporcionará plena liberdade à criação (vv.20-21).

Então, surge a questão: De que maneira a igreja e a criação deveriam interagir durante o tempo de gravidez de ambas?

Encontramos nas Escrituras cristãs a história de outras duas grávidas, que nos oferece um padrão que deveríamos seguir em nosso relacionamento com a criação.

Maria e Isabel eram primas. Uma era ainda bem jovem e virgem, a outra já era avançada em idade e estéril.

A primeira a receber o anúncio de que se engravidaria foi Isabel. Aquele a quem ela daria a luz seria o profeta do Senhor, enviado especialmente para Lhe preparar o caminho (Lc.1:17). O mesmo anjos que apareceu a Zacarias, seu marido, foi ao encontro da jovem Maria, para anunciar-lhe o nascimento do Salvador do Mundo, Jesus.

Maria vivia em Nazaré da Galiléia, enquanto que Isabel, sua prima, vivia na região montanhosa de Judá. Quando o anjo Gabriel informou a Maria que sua prima também estava grávida, seu coração desejou profundamente encontrá-la.

“Naqueles dias levantou-se Maria, foi apressada às montanhas, a uma cidade de Judá, entrou na casa de Zacarias e saudou a Isabel” (Lc.1:39-40).

Embora Maria estivesse logo no início de sua gravidez, ela não esperou que sua prima viesse lhe visitar. Em vez disso, ela tomou a iniciativa, saindo-lhe ao encontro, disposta a enfrentar o terreno íngreme das montanhas.

Por que a iniciativa partiu de Maria, em vez de Isabel? Porque Isabel só recebeu o anúncio de sua gravidez, enquanto Maria foi informada sobre a sua gravidez e a de sua prima. Ela conhecia o que sua prima desconhecia. Ela era portadora de uma mensagem mais abrangente, que incluía ela e Isabel.

Podemos tomá-las como alegorias da Igreja e da Criação.

Isabel representa a criação, já avançada em idade, mas prestes a dar à luz uma nova criação. Maria representa a Igreja de Cristo, grávida d’Aquele que fora destinado a reger as nações (Ap.12:1-5). Assim como Maria gerou Jesus, o Cabeça do Corpo, a igreja é o útero no qual o Espírito Santo está gerando aqueles que formam o Seu Corpo Místico. Jesus é o Novo Homem, o segundo Adão, enquanto a Igreja é a nova Eva, mãe da Nova Humanidade (1 Co.15:45).

Assim como Maria saiu ao encontro de Isabel, a Igreja deve sair ao encontro da Criação, e não o inverso. Mesmo antes da manifestação plena dos Filhos de Deus, a Igreja deve deixar sua zona de conforto, enfrentar o terreno íngreme e pedregoso do mundo, para encontrar-se com a Criação.

O texto prossegue: “Ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre, e Isabel foi cheia do Espírito Santo” (Lc.1:41).

Muito dos cataclismos naturais que temos assistido ultimamente, nada mais são do que as contrações de uma natureza gestante. Provavelmente, Isabel já havia sentido muitas contrações, mas o que ela sentiu no momento em que ouviu a saudação de Maria foi completamente diferente. A criança que era gerada em seu ventre saltava de alegria, cheia do Espírito Santo. Tal deve ser a reação da natureza, quando a Igreja de Cristo sai-lhe ao encontro.

Sair ao encontro da criação é entrar em sintonia com seus problemas, e trabalhar para que ela tenha uma gravidez tranqüila. É claro que os gemidos são inevitáveis. Ainda testemunharemos muitos terremotos, furacões, secas, e outros fenômenos naturais, que nos advertem quanto à proximidade do fim. Não do fim do mundo, mas do fim da gestação, quando um novo mundo emergirá. Quanto mais próximo estivermos do advento de Cristo, mais intensas serão as contrações, até que se rompa a bolsa d’água, os raios do Sol da Justiça sejam vistos no horizonte. Apesar disso, podemos deixar nossa passividade, e trabalhar pelo bem-estar do meio-ambiente, defendendo um modo vida sustentável, e o futuro das próximas gerações. Como devemos tratar uma grávida? Da mesma maneira devemos lidar com a Criação. Assim como João foi cheio do Espírito, saltando no ventre de Isabel, quando a Criação ouvir a saudação da Igreja, ela se encherá do Espírito e será restaurada (Sl.104:30).

2 comentários:

  1. Barbosa4:11 PM

    IRMÃO HERMES,SEM JESUS NADA PODEMOS FAZER! GRAÇA E PAZ.
    Meu irmão amado em Cristo gostaria de comentar novamente alguns assuntos oK? DEUS TE ABENÇÕE,E TAMBÉM TODA A SUA FAMÍLIA. NÃO TEMAS! DEUS É CONTIGO MEU IRMÃO.
    O irmão citou Romanos 8.22,23 que diz:
    Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora.
    E não só ela,mas nós mesmos,que temos as primícias do Espírito,também gememos em nós mesmos,esperando a adoção,a saber,a redenção do nosso corpo.
    (TODA CRIAÇÃO GEME).
    O apóstolo Paulo fala de três gemidos diferentes: O DA CRIAÇÃO; O DOS CRISTÃOS; O DO ESPÍRITO SANTO. "A CRIAÇÃO"(natureza animada e inanimada)tornou-se sujeita ao sofrimento e às catástrofes físicas,por causa do pecado humano. DEUS,portanto,determinou que a própria natureza será redimida e recriada. Haverá novo céu e nova terra;uma restauração de todas as coisas,"SEGUNDO A VONTADE DE DEUS",quando,então,os fiéis Servos de DEUS receberão sua plena herança; ler Romanos 8.22,23,26,e 20; 2 Coríntios 5.17; Gálatas 6.15; Apocalipse 21.1,5; e Romanos 8.14,23.
    (NÓS TAMBÉM GEMEMOS).
    Embora os cristãos possuam o Espírito Santo e as suas bençãos,eles também gemem no íntimo,esperando por sua plena redenção. Gemem por duas razões:
    1- Os cristãos,por viverem num mundo pecaminoso que entristece o seu espírito,continuam experimentando a imperfeição,a dor e a tristeza. Os gemidos do cristão expressam a sua profunda tristeza sentida ante essas circunstâncias; ler 2 Coríntios 5.2,4.
    2- Gemem ao suspirar por sua redenção total a
    Cristo e pela plenitude do Espírito Santo que serão outorgadas na ressurreição. Gemem pela glória a lhes ser revelada e pelos privilégios da plena filiação celestial;
    ler 2 Coríntios 5.2,4.
    O ESPÍRITO SANTO INTERCEDE POR NÓS COM GEMIDOS. LER ROMANOS 8.26.
    "COM GEMIDOS",provavelmente,indica que o Espírito Santo intercede juntamente com os gemidos do cristão(O POVO DE DEUS). Esses gemidos têm lugar no coração do cristão.
    Os desejos e anseios espírituais dos cristãos têem sua origem no Espírito Santo,que habita em nosso coração. O próprio Espírito Santo suspira,geme e sofre dentro de nós,esperando pelo dia final da nossa redenção através de Jesus Cristo de Nazaré; ler Romanos 8.23,25.
    O Espírito santo intercede por nós a DEUS em favor das nossa vida e necessidades "SEGUNDO A VONTADE DE DEUS". Ler Romanos 8.27.
    JESUS CRISTO DE NAZARÉ EM BREVE VIRÁ,MAS NEM TODOS SUBIRÃO E ÃO DE VELO,ESTARÁ TU PRONTO QUANDO ELE VIER?

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  2. Genial o texto, assino embaixo!

    Nós com a consciência da Boa Nova, não seria nada mais natural e justo do que divulgarmos através de ações o Reino de Deus!

    abração!

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