sexta-feira, janeiro 08, 2010

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O que é que estamos fazendo aqui, afinal?

Por que razão Deus tem mantido Sua igreja no mundo? Será este um lugar de provação? Será uma espécie de teste seletivo? Acredito que não. Este é um lugar de crescimento. Afirmar que Deus nos enviou a este mundo simplesmente para sofrermos, é o mesmo que afirmar que Ele é um deus sádico. Definitivamente, não! Ele não nos enviou aqui para sofrer, embora o sofrimento seja eventualmente inevitável. Ele não nos enviou para nos testar, pois já conhece nosso coração melhor do que ninguém. Então, por quê? Isaías nos dá a resposta:

“Eles se chamarão árvores de justiça, plantação do Senhor, para que ele seja glorificado (...) Porque, como a terra produz os seus renovos, e como o jardim faz brotar o que nele se semeia, assim o Senhor Deus fará brotar a retidão e o louvor perante todas as nações”. Isaías 61:3b, 11.

A Igreja foi plantada no mundo para ser o modelo, o protótipo de uma nova humanidade. Por isso se diz que “as nações andarão à sua luz” (Is.60:3a). E isso redundará em glória para Deus.

Assim como o Éden original era a sede da criação, a Igreja de Cristo é a sede da nova criação. Somos o Novo Éden, o Jardim de Deus.

As Escrituras afirmam que havia duas árvores no centro do Jardim: a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, e a Árvore da Vida. A primeira tipifica a humanidade caída e alienada de Deus, que através de Adão desenvolveu toda uma potencialidade para o mal. A segunda tipifica a Nova Humanidade, recriada em Cristo, o segundo Adão.

Na Cruz, a Árvore da Vida foi sacrificada na Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Ali estava figurada a escolha humana. Entretanto, os desígnios de Deus estavam por trás dessa escolha. Agora, através do Cristo Ressurrecto, temos acesso à Árvore da Vida, da qual Adão foi proibido de comer por causa de sua desobediência.

Cristo é a Árvore da Vida. E nós, Sua Igreja, fomos enxertados n’Ele, para que participássemos da seiva da vida divina, e assim, déssemos frutos para Deus.

A árvore com sua raiz, seu tronco, suas folhas, suas flores e seus frutos é uma representação dos cinco propósitos estabelecidos por Deus para a igreja no mundo.

O homem jamais vai corresponder às expectativas do Criador, se não for por intermédio de Jesus. Fora de Cristo, o homem não passa de um tronco da velha árvore, Adão, que está condenada a ser lançada no fogo, por ser incapaz de produzir os frutos exigidos pela justiça divina.

Ao sermos enxertados na Videira Verdadeira, a Árvore da Vida, encontramos os cinco propósitos essenciais para a vida.


1. O Propósito da Comunhão – Deus nos fez seres necessitados de se completar n’Ele e em nossos semelhantes. Para isso, Ele nos concedeu a habilidade de nos comunicar. João escreve: “O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para também tenhais comunhão conosco. E a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo. Estas coisas vos escrevemos, para que a nossa alegria seja completa” (1 Jo.1:3-4). Trata-se de uma necessidade imperiosa do ser humano. Temos a necessidade de dar e receber, de falar e ouvir, de amar e ser amado. O propósito da comunhão é representado pela raiz da árvore. É através da raiz que árvore recebe todos os nutrientes de que necessita pra sobreviver e crescer. Assim também, o cristão precisa estar bem plantado em solo fértil, que é a igreja local, a fim de que, pela comunhão com Deus e com os irmãos, possa se alimentar, e crescer espiritual e emocionalmente. Como diz o salmista, uma vez “plantados na casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos, serão viçosos e florescentes” (Sl.92:13-14). Ao fixar suas raízes em uma igreja, o cristão se torna “como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem. Tudo o que fizer prosperará” (Sl.1:3). Os ribeiros de águas tipificam o Espírito Santo, que é quem possibilita nossa comunhão com Deus e com os irmãos. Além de garantir alimento para a árvore, são as raízes que lhe garantem estabilidade. Esta é uma diferença básica entre quem serve a Deus, e quem não O serve. “Os ímpios não são assim, mas são como a moinha que o vento espalha” (v.4). É na comunhão com Deus e com os irmãos que encontramos propósito para a vida. Ali, no ambiente congregacional, temos a oportunidade de servir, e sermos ministrados. Ali encontramos estabilidade, mesmo no tempo da angústia. Quanto mais a árvore lança suas raízes solo abaixo, mais estável e robusta se torna. Devemos, portanto, buscar aprofundar nossa comunhão, e para isso, devemos gastar tempo estreitando nossa amizade com os irmãos, e, principalmente, nos dedicando à oração e à adoração.


2. O Propósito do Discipulado – É representado pelo tronco da árvore. É através dele que a árvore distribui para seus ramos todos os nutrientes que recebeu do solo através da raiz. Além de sustentar e suportar todo o peso da árvore, com sua copa, seus ramos, folhas e frutos. Por isso, precisa ser robusto, forte, para que não se envergue com o vento. É através do discipulado que os nutrientes absorvidos na comunhão são traduzidos em princípios que passam a reger a vida do cristão. Ele nos provê firmeza de caráter, e inflexibilidade, para não transigirmos com os princípios eternos da Palavra de Deus. Se o tronco estiver comprometido, com cupim ou qualquer outra praga, os ramos não produzirão frutos. A saúde da árvore passa pelo tronco.


3. O Propósito do Ministério (RESTAURAÇÃO) – É representado pela folha. De acordo com Ezequiel 47:12, as folhas servem de remédio, e Ap.22;2 diz que servem para a cura das nações. Ministério significa serviço. A igreja foi plantada no mundo para servir. Isaías profetiza acerca da igreja: “Reedificarão as ruínas antigas, e restaurarão os lugares há muito devastados; renovarão as cidades arruinadas, devastadas de geração em geração (...) E vós sereis chamados sacerdotes do Senhor, e vos chamarão ministros de nosso Deus” (Is.61:4,6). A maioria de nós pensa que ministrar é algo que devemos fazer dentro do círculo da igreja. Mas não é verdade. Devemos ministrar ao mundo. Nossas folhas visam restaurar as nações. Nós temos o remédio de que o mundo tanto necessita para ser sarado. Por isso se diz: “E as folhas da árvore são para a cura das nações” (Ap. 22:2). E mais: “Não cairá a sua folha, nem perecerá o seu fruto. Nos seus meses produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do santuário. O seu fruto servirá de alimento e a sua folha de remédio” (Ezequiel 47:12b). Desde a Antigüidade, os homens usam as folhas das árvores para fazerem chás, remédios. Além do mais, a principal função da folha é absorver a luz solar para realizar a chamada fotossíntese. Através deste processo, as folhas absorvem o gás carbônico, e o devolvem à atmosfera como oxigênio. Sem as árvores, a vida no planeta já teria sido extinta. Os homens não são capazes de viverem por si mesmos. Eles consomem o oxigênio, e o transformam em gás carbônico. É papel da igreja oxigenar o mundo. Nós somos os pulmões espirituais do mundo. Devemos absorver o ódio, e transformá-lo em amor. E isso fazemos quando pagamos o mal com o bem. Como recomendou Paulo: “A ninguém torneis mal por mal. Procurai as coisas honestas perante todos os homens (...) Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber (...) Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm.12:17,20a,21). É quando nos dispomos a servir, a ministrar o amor de Deus até mesmo aos nossos inimigos, que damos testemunho do poder e do alcance do Evangelho. Uma vez que as folhas da árvore servem para a cura das nações, o testemunho e o ministério da Igreja de Cristo têm como propósito a restauração da sociedade.


4. O Propósito do Evangelismo – É representado pela flor. Engana-se quem pensa que a flor é apenas um elemento estético da árvore. Muito mais do que beleza e perfume, a flor é a estrutura responsável pela reprodução da árvore. É através do Evangelismo que os crentes espalham a fragrância de Cristo pelo mundo, e atrai a atenção dos incrédulos pela beleza do caráter de Cristo manifesto pelo seu testemunho. A flor antecede o fruto. O Evangelismo antecede a geração de novas almas para o Reino de Deus. Sem Evangelismo, não haverá produção de almas. Uma árvore sem flor, é uma árvore sem fruto. Assim como o néctar da flor atrai as abelhas e beija-flores, a doce unção de Cristo no crente atrai as almas aos pés do Senhor.


5. O Propósito da Adoração – Eis o fruto! O que é que Jesus buscou na figueira e não encontrou? Frutos. E o que é que Deus busca no mundo? Os verdadeiros adoradores, que O adorem em espírito e em verdade. A adoração é o objetivo principal. A salvação de almas nada mais é do que o meio pelo qual a igreja recruta novos adoradores para o Pai. O Pai não procura freqüentadores, mas adoradores. O amor é uma via de mão dupla entre Deus e os homens. O amor de Deus para com os homens se chama compaixão. O amor dos homens para como Deus se chama adoração. Ela é a resposta do homem ao amor do Pai. “Portanto” conclui o escritor sagrado, “ofereçamos sempre por ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome” (Hb.13:15).

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