terça-feira, dezembro 15, 2009

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Obrigado por mostrar-me o quanto sou pobre!














Um dia, um pai de família rica, grande empresário, levou seu filho para viajar até um lugarejo com o firme propósito de mostrar o quanto as pessoas podem ser pobres.

O objetivo era convencer o filho da necessidade de valorizar os bens materiais que possuía, o status, o prestígio social; o pai queria desde cedo passar esses valores para seu herdeiro.

Eles ficaram um dia e uma noite numa pequena casa de taipa, de um morador da fazenda de seu primo...

Quando retornavam da viagem, o pai perguntou ao filho:

- E aí filhão, como foi à viagem para você?

- Muito boa papai.

- Você viu a diferença entre viver na riqueza e viver na pobreza?

- Sim pai! – Retrucou o filho, pensativamente.

- E o que você aprendeu com tudo o que viu naquele lugar tão pobre?

O menino respondeu:

- É pai, eu vi que nós temos só um cachorro em casa, e eles têm quatro. Nós temos uma piscina que alcança metade do jardim, e eles têm um riacho que não tem fim.

Nós temos uma varanda coberta e iluminada com lâmpadas fluorescentes e eles têm as estrelas e a lua no céu.

Nosso quintal vai até o portão de entrada e eles têm uma floresta inteirinha. Nós temos alguns canários numa gaiola e eles têm todas as aves que a natureza pode oferecer-lhes, soltas!

O filho suspirou e continuou: - E além do mais papai, observei que eles oram antes de qualquer refeição, enquanto nós sentamos à mesa e falamos de negócios, dólar, eventos sociais, daí comemos, empurramos o prato e pronto!

No quarto onde fui dormir com o Tonho, passei vergonha, pois não sabia sequer orar, enquanto ele se ajoelhou e agradeceu a Deus por tudo, inclusive a nossa visita na casa deles.

Lá em casa, vamos para o quarto, deitamos, assistimos TV e dormimos..

Outra coisa papai, eu dormi na rede do Tonho e ele dormiu no chão, pois não havia rede para cada um de nós.

Na nossa casa colocamos a Maristela, nossa empregada, para dormir naquele quarto onde guardamos entulho, apesar de termos camas macias e cheirosas sobrando.

Conforme o garoto falava, o pai ficava estupefato, sem graça e envergonhado. O filho na sua sábia ingenuidade e o seu brilhante desabafo abraçou o pai e ainda acrescentou:

- Obrigado papai, por ter me mostrado o quanto somos pobres!

Moral da hitória:

Não é o que você tem, o que você faz ou onde está, que irá determinar sua felicidade; mas o que você pensa sobre isto. Tudo o que você tem, depende da maneira que você olha, da maneira que você valoriza. Se você tem amor e sobrevive nesta vida com dignidade tem atitudes positivas e partilha com benevolência suas coisas, então... Você tem tudo.

Fonte: PCamaral

Um comentário:

  1. Anônimo11:51 AM

    O sucesso capitalista insensibiliza a grande maioria das pessoas com relação à fragilidade e carência das pessoas alijadas do sistema.
    Conceber a estrutura capitalista como uma verdade permanente é confortável para os Tubarões insensíveis do sistema, mas, é humano sensibilizar com a condição do oprimido e assumir uma postura contestatória diante da conjuntura de desigualdade e, doutrinar os filhos a não reproduzir a insensibilidade através das gerações.
    O evangelho nos ensina a distribuição do excesso com os que padecem pela falta, ensina também que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. O evangelho faz uma comparação grandiosa, mas, não sensibiliza os corações cauterizados pelos feitiços das riquezas. A escritura diz que é mais fácil um camelo passar no fundo de uma agulha que um rico entrar no Reino dos Céus. O poder secular conferido pelo dinheiro impede o entendimento de muitos ricos a crerem nesta Verdade Eterna.
    A criança relatada no texto está sendo treinada a perder a pureza da sua idade e encontrar significado no feitiço das riquezas materiais.

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