terça-feira, abril 12, 2016

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Que tipo de revolucionário foi Jesus?




Hermes C. Fernandes


Quando se fala de revolução, pensa-se em um levante popular, rebelando-se contra autoridades constituídas, depondo governos, provocando divisões, instigando o ódio e a revolta. E não é por menos. Basta uma rápida verificada na História para constatar isso. Toda revolução política teve seus mortos, desaparecidos, desapossados de suas terras ou posições, etc.

Porém, ao falarmos de revolução, não estamos endossando tais coisas. Na revolução proposta por Jesus, ninguém sai machucado, destruído. Aliás, a expectativa dos discípulos era de que Jesus promovesse um levante contra Roma e as autoridades judaicas que havia se promiscuído com o Império. Mas Jesus propunha um tipo de revolução totalmente inversa ao que eles esperavam. Não uma revolução armada, mas uma revolução de amor. Existiria algo mais forte que o amor?

O Evangelho é, por si só, a mais subversiva mensagem jamais pregada. Vejamos alguns exemplos de seu conteúdo subversivo e revolucionário.

Talvez o mais subversivo sermão pregado por Jesus tenha sido o que ficou conhecido como Sermão da Montanha. Enquanto o senso comum acreditava que felizes eram os ricos arrogantes, Jesus afirma que felizes são os pobres de espírito. Se para eles felizes eram os que gargalhavam nos banquetes dos palácios, para Jesus, felizes eram os que choravam.

Neste sermão, o Mestre Galileu propõe uma ética totalmente inversa àquela disseminada pelos mestres da época.

“Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo: Não resistais ao homem mau. Se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a outra. E se alguém quiser demandar contigo e tirar-te a túnica deixa-lhe também a capa. Se alguém te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas” (Mt.5:38-41). 

Ora, se isso não é subversivo, o que é, então?

Não se trata apenas de pacifismo, mas de amor.

“Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (vv.43-44).

Em momento algum, Jesus endossou o estilo de vida vigente à época. Seu compromisso não era com a manutenção do Status Quo, mas com a introdução de uma nova ordem de coisas, onde o ser humano teria mais importância do que as instituições e tradições. Onde o sábado fora feito para o bem-estar do homem, e não o homem para o sábado.

Ele denunciou através de Seus ensinamentos a inversão de valores predominante naquela sociedade. Desferiu um golpe fatal no espírito consumista, colocando a avareza como oponente de Deus.

“Ninguém pode servir a dois senhores. Ou há de odiar a um e amar o outro, ou se devotará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas” (v.24).

Em outras passagens, Ele demonstra que no Reino de Deus as coisas funcionam de maneira inversa ao mundo. No Reino quem quiser ser o maior, tem que ser o menor. Quem amar sua própria vida, acabará desperdiçando-a, mas quem se dispuser a gastá-la por amor de Cristo, a reencontrará.

Ora, não há nome mais próprio para isso que subversão.

Infelizmente, a igreja cristã tem se promiscuído com o mundo, trocando os valores eternos do reino pelas propostas indecorosas feitas por um sistema apodrecido. Pastores, em busca de fama e reconhecimento, vendem-se e negociam os votos de seu rebanho.

Cristãos ajustaram suas crenças às agendas políticas e ideológicas. A verdade foi trocada por um prato de lentilhas, e pior, lentilhas podres.

Se antes corríamos o risco de colocarmos vinho novo em odres velhos, hoje há muitos odres novos, estratégias, marketing, estruturas eclesiásticas para todo gosto. Porém, o vinho está em falta. Os odres estão vazios. As igrejas estão cheias de pessoas vazias.

Creio que assim como a Reforma só aconteceu porque a igreja redescobriu o conteúdo subversivo das epístolas paulinas, a Revolução acontecerá quando a igreja redescobrir o teor subversivo dos Evangelhos, principalmente do Sermão da Montanha.

Em vez de gastarmos nosso tempo pregando invencionices humanas, retornemos à mensagem do Reino e do Amor de Cristo. Em vez de uma nova Reforma Protestante, necessitamos sim é de uma Revolução Reinista, isto é, centrada no Reino, e não em estruturas denominacionais.

10 comentários:

  1. Ah..., alimento pra minha alma!! Como é bom ler essas coisas! Estava me sentindo como que me alimentando mesmo dessas palavras...
    E antes mesmo de chegar no ponto onde você escreve que devemos redescobrir o teor subversivo dos evagelhos e do sermão da montanha já estava pensando nisso. A pergunta na minha mente era: "quando e onde foi a última vez que ouvi alguém pregar sobre o sermão da montanha??"
    Faz tempo já..., infelizmente!

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  2. A revolução parou de fato, por que existem mesmo odres funcionando sem vinho novo...

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  3. jÁ ESTOU SEGUINDO SEU BLOG... Gostaria de Convidá-lo a tornar-se Parceiro do Protesto Cristão, já coloquei seu banner nomeu espaço de Parceiros!!!

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  4. Prezado Hermes,

    Gostaria de saber por que voce frequentemente usa palavras como 'revolucao' do amor, 'manifesto' reinista , blogs 'copanheiros'....
    Entendi o texto, mas existe alguma implicacao politica esquesdista nisso?
    Grata
    Veridiana

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  5. Barbosa1:35 PM

    Irmão HERMES,Graça e Paz de Jesus Cristo o único Santo e Justo.
    O Versículo que o irmão mencinou realmente a igreja atual vive! Mateus 6.24 diz: Ninguém pode servir a dois senhores,porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedeicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a DEUS e a Mamom.
    O Original é mamom,um terreno aramaico significando dinheiro ou outros bens terrenos valiosos. Jesus deixou bem claro que uma pessoa não pode ao mesmo tempo servir a DEUS e às riquezas.
    1- Servir à riqueza é dar-lhe um valor tão alto que:
    (a) Colocamos nela nossa confiança e fé.
    (b) Esperamos da parte dela nossa segurança máxima e fidelidade.
    (c) Confiamos que ela garantirá o nosso futuro,e a buscamos mais do que o reino de DEUS e sua justiça.
    2- Acumular riquezas é um trabalho tão envolvente,que logo passa a controlar a mente e a vida da pessoa,sendo a sua única visão,e pensamentos,até que a glória de DEUS deixa de ter primazia em nosso ser; ver Lucas 16.13.
    Jesus Cristo não está dizendo que é errado o cristão tomar providências para suprir suas futuras necessidades materiais; ver 2 Coríntios 12.14; I Timóteo 5.8. O que Jesus realmente reprova aqui é a ansiedade ou preocupação angustiosa desgovernada da pessoa pelo dinheiro e riquezas,revelando sua falta de fé no cuidado e no amor paternais de DEUS; ver Ezequiel 34.12; I Pedro 5.7.
    As Palavras do versículo 30 de Mateus 6,contém a promessa de DEUS a todos os seus filhos nesta era de aflições e incertezas. DEUS prometeu tomar as providências para nosso alimento,vestuário e demais necessidades. Não precisamos preocupar-nos nesse sentido,mas fazer nossa parte,viver para DEUS e deixa-lo reinar em nossa vida; ver Mateus 6.33,certos de que assumirá a plena respnsabilidade por uma vida totalmente entregue a Ele(DEUS);
    ver I Pedro 5.7; Filipenses 4.6.
    MEU IRMÃO AMADO EM CRISTO HERMES,DEUS TE ABENÇÕE.
    NÃO PARE DE FALAR DO AMOR DE JESUS,POIS A SUA VOLTA ESTÁ PRÓXIMA,E TEM MUITOS PRECISANDO DE OUVIR AS SUAS PALAVRAS DE VIDA ETERNA.
    VOCE É UM VARÃO ESCOLHIDO POR DEUS PARA ISTO MEU IRMÃO!

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  6. otimo post...

    parabéns!!!!

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  7. Anderson Sousa4:48 PM

    Como sempre um ótimo post.
    Parabéns Bispo

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  8. Anônimo1:00 AM

    BOA NOITE, MINHA PERGUNTA É NA BIBLIA VEMOS VARIAS MANIFESTAÇOES DE JESUS ELE ERA REVOLUCIONARIO E SEMPRE TEVE PESSOAS GRUPOS QUE PAGARAM UM PREÇO PELO EVANGELHO.O QUE O SENHOR DIZ A RESPEITO DAS MANIFESTAÇOES PUBLICAS HOJE EM PROL DA FAMILIA TRADICIONAL,ABORTO, PL 122 AS PESSOAS MESMO EVANGELIACAS CRITICAM E EU NAO SEI O QUE RESPONDER. QUERIA PAASSAGENS BIBLICAS QUE ATESTAM ESSAS MANIFESTAÇOES SENDO A VONTADE DE DEUS QUE NAO NOS CALASSEMOS MAIS QUE LEVANTASSEMOS A BANDEIRA DAS CAUSAS DO SENHOR!

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  9. Amei de novo.
    Deus lhe multiplique sabedoria. Assim vc escreve, eu leio e aprendo muito.

    Obrigada.

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