Por Hermes C. Fernandes
Há quarenta anos acontecia numa cidadezinha chamada Bethel, há 80 km de Woodstock, interior do estado de Nova York, o maior festival de Rock da história.
Meio milhão de jovens se reuniram entre 15 e 17 de agosto de 1969, para ouvir algumas das mais importantes bandas de rock da época, debaixo de muita chuva e em cima de muita lama.
Woodstock não foi apenas um festival de rock. Foi uma espécie de oficialização do rompimento daquela geração com os valores que norteavam a sociedade ocidental pós-guerra. No imaginário coletivo foi o momento e o lugar nos quais o inconformismo e a rebeldia de uma geração castigada pela Guerra do Vietnã se manifestaram plenamente.
Interessante que o nome Bethel nos remete ao lugar em que Jacó se encontrou com Deus pela primeira vez. Foi lá que ele, depois de ter fugido da casa de seus pais para não ser assassinado por seu raivoso irmão, viu o céu aberto, e anjos que transitavam entre o céu e a terra. A pedra que o patriarca usou como travesseiro, foi erigida como altar, e o lugar passou a ser chamado “casa de Deus” (Bethel, em hebraico).
Milhares de anos depois, uma multidão de jovens se reúne num lugar com o mesmo nome, para erigir um novo altar.
Na cultura semítica, altares eram erigidos como marcos, que identificavam o início de uma nova jornada, ou pelo menos, uma escala importante em uma jornada já começada.
A partir de Woodstock, aquela geração passou a enxergar o mundo dividido em dois grupos, “nós” e “eles”. E o pronome “eles” era aplicado principalmente aos pais.
O abismo entre gerações que antes era velado, e se dava de maneira discreta e quase silenciosa, agora tomava uma proporção inédita.
- Não queremos ser cúmplices do que vocês estão fazendo com o mundo! Diziam eles. - Queremos reinventar o mundo, sem guerras, sem fome, sem hipocrisia, onde impere a paz, o amor e o prazer.
Sem dúvida, aquela foi uma geração idealista e sonhadora. “Faça amor, não faça guerra” era o seu lema.
Mas naquele Bethel faltou o principal: A conexão com o Deus de Jacó!
No lugar de Deus, eles entronizaram outra trindade: droga, sexo e rock’n roll.
Quarenta anos depois, podemos verificar o que ficou de positivo ou negativo da rebeldia idealista da geração que contestou e mudou nossa visão do mundo.
Woodstock revelou ao mundo a força que tem a juventude. E talvez a maior glória daquela geração tenha sido arrancar os Estados Unidos do Vietnã. Seu exemplo repercute até hoje no ativismo em defesa do meio ambiente e de outras causas justas.
O jovem passou a ser visto como o centro do universo do consumo, o que até hoje pode ser verificado através do constante apelo publicitário direcionado a este público.
Infelizmente, aquele engajamento político e idealista não perdurou muito tempo. Aquela geração sequer conseguiu contagiar seus filhos com sua utopia. Por conta disso, as gerações seguintes perderam o interesse de mudar o mundo, voltando a priorizar a ascensão profissional e social.
As drogas que ingenuamente foram experimentadas como uma maneira de aguçar a percepção se tornaram instrumentos de fuga da realidade e de alienação. E o pior é que abriram a porta para o uso de drogas cada vez mais pesadas, cuja proliferação é a responsável pela difusão da criminalidade. O amor livre, antes pregado com orgulho e praticado sem o menor escrúpulo, revelou-se como promiscuidade, o que provocou um dos maiores pesadelos da juventude das décadas de 80 e 90: a Aids.
Até a música, antes usada para contestar, vendeu-se às grandes gravadoras e se tornou em mais um instrumento alienante da juventude.
Pelo que tudo indica, o sonho acabou.
Mas nem tudo está perdido. Deus está convidando a nossa geração para um reencontro em Bethel. Um Woodstock onde o lema “Paz e Amor” receba a inclusão da palavra “Graça”. Um lugar onde as gerações se reencontrem e celebrem a possibilidade de um novo mundo. Em vez de abrir-se um abismo entre gerações, construiremos uma ponte para interligá-las.
Jacó estava fugindo da realidade, imaginando que poderia romper com tudo, e começar uma nova história. Mas em Bethel, Deus lhe apareceu em sonho para dizer-lhe:
“Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão, teu pai, e o Deus de Isaque. Esta terra em que estás deitado, eu a darei a ti e à tua descendência” (Gn.28:13).
Agora Jacó se via situado no tempo e no espaço. A ponte entre nós, as gerações que nos antecederam e as que nos sucederão só será possível se houver uma escada que nos ligue aos céus.
Na linguagem da geração Woodstock, Jacó teve o maior barato. Ele viu que havia uma ligação entre o céu e a terra. E é esta ligação que possibilita o ajuste entre nós, nossos contemporâneos, nossos antecessores e nossos sucessores.
Jacó, embasbacado com o que via, expressou-se: "Deus estava aqui e eu não sabia". Da mesma maneira, Deus estava em Woodstock naqueles três dias, mas ninguém ficou sabendo. Diz-se que algumas bandas como The Doors foram convidadas, mas preferiram não participar, achando que o festival seria um fiasco, por ser realizado num ambiente rural, em vez de no Central Park em Nova York. Tais bandas se arrependeram amargamente. Deus, mesmo não sendo convidado, fez questão de estar lá, conferindo in loco a angústia e os anseios daquela geração perdidamente sonhadora. Ele passeava entre os corpos nus e enlameados, compadecendo-Se de uma multidão que era como ovelhas sem pastor (Mt.9:36).
Sim, Deus esteve em Woodstock, mas não tocou alarde. Preferiu a discrição. Em outras palavras, Ele simplesmente deixou rolar. E a chuva que enviou não foi com a intenção de estragar a festa, antes, representava a Sua incompreensível Graça. Pena que ninguém ficou sabendo. Janis Joplin e Jimi Hendrix morreram sem saber. Talvez se tivessem sabido, ainda estariam por aí, nos brindando com suas habilidades musicais.
Creio firmemente que um novo Woodstock precisa acontecer. Não me refiro ao festival em si, mas àquilo que representou para o mundo. A atual geração está passando por uma fermentação que resultará em algo vultuoso, com desdobramentos espirituais, sociais e culturais. A qualquer momento eclodirá o despertar de uma nova visão de mundo. Um Woodstock pleno, sem drogas, sem promiscuidade, mas com graça, paz e amor.
Muito bom o post. Gostei tanto que reproduzi no meu blog. Parabéns Pr Hermes.
ResponderExcluirUma geração de 40 anos passou sobre esta quebrar de paradigmas e estabeleceu um nova "ordem" social, ética, política e económica.
ResponderExcluirAo fim deste tempo o que fica? Quais as vantagens - porque as há - e desvantagens que daí surgiram?
Acho que os cristãos podem sem preconceitos oferecer ao mundo um verdadeiro Woodstock de paz e amor centrados em Cristo, a maior dádiva de amor já alguma vez realizada.
Muito bom,
João Pedro Robalo
Nós Cristãos já tivemos mais de 2000 anos de oportunidades para realizar nosso Woodstock centrado no amor de Cristo e não o fizemos. Acredito que tampouco em tempos profetizados como aquele em que o amor de muitos esfriará isso acontecerá... porém tenho certeza qie, embora uma andorinha não faça verão, eu, você e ele podemos iniciar pelo menos nosso próprio woddstock, nossa propria quebra de paradigmas gospeis e nossa verdadeira transformação através do genuíno amor de Cristo. Quem sabe assim não conseguimos "contaminar" quem está ao nosso lado para que juntos possamos construir um mundo melhor em nossa comunidade, em nossa rua ou mesmo em nossa casa?
ResponderExcluirgraça e paz a todos...
maravilhoso texto hermes, até repostei! valeu!
ResponderExcluirCaramba Hermes, fiquei com vontade de revolucionar, hehehehe.
ResponderExcluirMuito bom o texto, fico sempre pensando que estamos a romper e a separar, estamos ensinando a e aprendendo a ficar fechados em nosso clubinho crente, ficando separados de todos, quando na verdade devemos construir pontes...
Hermes, sinceramente, este Woodstock era maior podridão! Onde as drogas começaram a rolar solto e não pararam mais nos jovens. Eu sou desta época!
ResponderExcluirMas com toda certeza que falo, não tem diferença nenhuma entre as igrejas evavagélicas de hoje, com o Woodstock.
O Woodstock rolava drogas e rock culto ao diabo.
Já as igrejas evangélicas rolam corrupção, avareza enriquecimento ilícito de pastores, que não vai acabar este sistema nunca, se não for denunciado a justiça; e o pior: Estas músicas gospel, que é pior que as drogas como cocaína, crack, matam lentamente, juntamente com pregações de pastores podres que pregam doutrinas falsas!
Oi Pastor Hermes vc já conhece o FaceCristão????? www.facecristao.com.br
ResponderExcluirÉ uma ferramenta para divulgarmos os trabalhos das nossas igrejas e evangelizar o mundo.
Deus te abençoe e te guarde.
Hermes esse negôcio de pastor e igreja enviar missionários é fria! A maioria dos pastores dos últimos tempos que estão por aí e muitos os adoram e dizem que benção, são lobos vestidos de ovelhas filhos de Satanás que estão aí arraizados nas igrejas, e deitam e rolando em cima do povo pregando o um falso evangelho que não é o original de Cristo e sim da Nova Ordem Mundial enganado, tendo aparência do bem.
ResponderExcluirEste papo de igreja evangelizar o mundo é furado.
É Deus que está nos sustentando nos os missionários na sua obra, sempre está mandando alguém para nos ajudar os menos favorecidos financeiramente.
Muitos missionário tem condições finaceiras para seu próprio sustento, sendo pessoas ricas que estão no campo missionário negando a si mesmo, e pregando o Verdadeiro evangelho que há muito tempo vem sendo escandalizado com falsas doutrinas pelas chamada igrejas evangélicas, Digo a missão o campo missionário, ser missionário é: Somos presos, passamos fome na prisão, torturados, maltratados, alguns apedrejeidos e até mortos em certos países e etc.
Isto é a realidade que as igrejas não falam!
Este é o Verdadeiro evangelho de Jesus, dos apóstolos e dos discípulos todos passaram por esta situação e mortos depois por falarem o Verdadeiro evangelho de Jesus Cristo o Senhor da glória.
Pois sou um missionário eu e outros irmãos fomos enviados para missão em um país por uma igreja muito famosa infelizmente tenho que dizer isto, "igreja de paredes milionária", no ínicio era tudo bem, o sustento vinha diariamente para nos os missionários, foi passando o tempo fomos esquecidos de vez, começamos passar fome e necessidade de viver, estavamos sendo sustentados pelos irmãos, e pessoas não cristãs.
Falamos com o líder pastor responsável da igreja, e ele nos diz que a igreja não poderia nos sustentar mais, e disse naturamente: "SE VIRAM", e também disse que não ia nos enviar dinheiro para voltar para o Brasil, porque tinha compromissos mais importantes a pagar.
Olha que beleza de evagelizar! Fomos enviados e nos os missionários abandonados pela igreja que se diz ide e pregai o evangelho.
Isto aí é propaganda enganosa das igrejas para dizer que enviam missionários, mas seu intuito é para dar satisfação ao povo e a sociedade, e muitos acham que são bonzinhos e piedosos.
São bonzinhos enchendo seus bolsos com dinheiro ilícito e gozar de seus prazeres carnais que sei que que é e fazem! E fazer o povo, os fíes de trocha!
Isto acontece sempre com misiononários que as igreja enviam e depois esqueçem deles como se fossem indigente, mendigos, falo porque vivo neste meio e muitos me escrevem para pedir ajuda fiananceira para voltar para o Brasil ou para seus sustentos.
Olha só, Esta instituição financeira que se chama igreja, nos enviaram e depois nos rejeitaram como se fosse lixos humanos.
Mas me lembro das palavras do apóstolos Paulo que diz que ele eram considerados espetáculos do e escória, lixo do mundo desprezados pelo povo de Deus e pelos homens carnais.
Palavras de um missonário que repudia os maus tratos das igrejas de paredes que são filantrópicas, mas que tem pessoas que se acham donos delas.
Igrejas é do povo e não de uma só pessoas, não é empresa! Acordem povo de Deus, e reajam contra esses aproveitadores e estelionátarios.
Certamente que DEUS estará no Rock in Rio, como sempre esteve em todos os lugares.
ResponderExcluirMeu temor é que, com as estrelas convocadas para esta edição, ele resolva promover uma faxina rápida na moçada, ao som de "Judas", cantada por Lady Gaga.
Lady Gaga, Rihanna, Metallica... Sera mesmo que Deus vai estar no Rock in Rio?? Quem vai estar no Rock in Rio vai ser o "deus" deste século
ResponderExcluirDeus esteve em Woodstock! Será que estará no Rock in Rio?
ResponderExcluirPode ter certeza que o "deus" desse século vai estar no Rock in Rio!!