Ontem, 03 de Janeiro de 2009, foi o segundo dia mais chuvoso de que se tem registro em Tubarão, perdendo somente para o dia 23 de Março de 1974, ocasião em que as águas do rio que corta a cidade subiram rapidamente deixando um rastro de destruição e morte (mais de 100 pessoas perderam a vida naquela enchente).
Há poucos dias, nosso Estado foi aos noticiários por conta das tragédias ocorridas por conta das chuvas que atingiram principalmente a região do Vale do Itajaí. Confesso que mesmo não morando tão longe, senti-me um tanto seguro, com certo sentimento de imunidade, como se nada pudesse atingir-me. Talvez não me sentisse assim se tivesse visto a enchente de 74. Mas o que vi ontem me fez perceber o quão vulnerável nós somos.
Passeando pelas ruas de Tubarão (as ruas que se era possível passar sem ser de bote), comoveu-me a cena que vi nos bairros mais baixos da cidade, onde muitas pessoas tiveram que abandonar suas casas seguindo a pé sem ter mais o que fazer, senão ver suas propriedades sendo tomadas pelas águas. Se já não bastasse, várias barreiras caíram na cidade, uma delas caiu sobre a estrada vindo parar às portas de minha casa. Pra fechar o dia, Tubarão foi notícia no Jornal Nacional por causa dos alagamentos na Br 101.
Gostaria de mandar a tempestade se acalmar, como fez Jesus. Mas não posso! Tudo o que posso é buscar saber o porquê e principalmente o pra quê.
O porquê é importante para que, sabendo a causa das experiências passadas, possamos corrigir o presente evitando o pior no futuro. Problemas de construções em encostas de morros, lixos nas ruas, alteração de cursos fluviais, poluição, devem ser identificados, examinados e discutidos a fim de se encontrar soluções.
Enquanto isso, não se pode deixar de refletir no pra quê das circunstâncias. Se somos, na maioria das vezes, impotentes diante dos porquês, não o sejamos nos pra quês. Sejam esses momentos de turbulência PARA o exercício da solidariedade, PARA refletirmos em nossa pequenez, PARA acolhermos o necessitado e encontrarmos nos PRA QUÊS a razão de sermos seres humanos melhores a cada dia.
Hoje a chuva parou, o sol apareceu, a esperança continua, a fé é posta a prova, uma lição a cada dia e a vida segue em frente, renovando-se sempre.
Via Blog de Julio Zamparetti
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