quinta-feira, janeiro 29, 2009

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Alegria, alegria, alegria - Parte 2

Temos que amar indistintamente a todos. Porém, só podemos desenvolver um relacionamento pleno com aqueles que estão em comunhão com Deus.

Retornemos à analogia do triângulo. Observe a ilustração abaixo:

O triângulo não está completo. Por isso, devemos nos esforçar para conduzir as pessoas que amamos a Cristo.

Nada nos impede de nos relacionar com pessoas que não professem nossa fé. Para que não nos relacionássemos com elas, teríamos que deixar o mundo (Confira 1 Co.5:9-11). Mas a comunhão requer um nível de relacionamento onde ambas partes estejam vinculadas em Deus.

Refiro-me aqui à comunhão estritamente espiritual. Podemos e devemos partilhar com qualquer pessoa, independente da sua condição espiritual. Mas como poderemos comungar as mesmas idéias e ideais, a menos que estas estejam em consonância com os propósitos divinos?

É possível encontrar pontos convergentes que possibilitem algum grau de envolvimento, ou que pelo menos promovam o diálogo. Porém, a comunhão requer muito mais que isso.

Como poderemos comungar com valores e princípios destoantes com a Palavra de Deus?
Nas palavras de Paulo, “que comunhão tem a luz com as trevas?” (2 Co.6:14b).

Por isso, urge conclamarmos os homens a se reconciliarem com Deus, por meio de Cristo.

Deus já deu o primeiro passo em direção ao homem: “E tudo isto provém de Deus que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação, isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens os seus pecados, e nos confiou a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus” (2 Co. 5:18-20).

Deus está aberto e disposto a construir novos relacionamentos, desde que tenham como ponto de partida o sacrifício de amor realizado por Seu Filho Jesus.

Basta somente que o homem se volte para Ele. Este voltar-se para Deus é o que chamamos de conversão.

Nossa alegria se completa quando as pessoas a quem amamos se voltam para Deus. O triângulo se fecha, se completa, e nossa satisfação alcance seu ápice.

Nada mais gratificante do que ser um canal de reconciliação entre nosso semelhante e Deus.

O que completa nossa alegria não é a aquisição de bens materiais, ou a realização profissional, ou o reconhecimento social.

Definitivamente, o que completa a nossa alegria são relacionamentos cujos vértices se encontrem em Deus.

Uma vez formado o triângulo relacional, há que se buscar o seu preenchimento.

A vida só faz sentido quando preenchida de propósito.

Mesmo um relacionamento com Deus, seguido de relacionamentos saudáveis com nossos semelhantes, não são suficientes para que nossa alegria seja completa.

Precisamos descobrir o propósito de nossa existência.

Há um episódio envolvendo João Batista e Jesus que nos ajudará a compreender isso.

João era um homem atípico, a começar pela forma de se vestir, sua dieta, e os lugares inóspitos que freqüentava. Sua mensagem atraiu muita gente ao deserto. Pessoas oriundas das mais diferentes classes sociais, deixavam o conforto dos grandes centros urbanos em direção ao deserto para ouvir o que aquele profeta excêntrico tinha a dizer.

Em linhas gerais, podemos concluir que João teve um ministério bem-sucedido.

Porém, esse sucesso teve uma guinada seguida por uma queda acentuada.

Ao declarar que Aquele jovem Galileu que descia às águas do Jordão para ser batizado era ninguém menos que o Cordeiro de Deus, o tão esperado Messias, João condenou seu próprio ministério ao desaparecimento.

Aos poucos, a multidão que o acompanhava o deixou para seguir a Jesus.

Alguns de seus discípulos, incomodado com a queda da popularidade de seu mentor, foram a João e reclamaram: “Rabi, aquele que homem que estava contigo além do Jordão, do qual deste testemunho, está batizando, e todos vão ter com ele” (Jo.3:26). Eles o acusavam de haver cometido uma espécie de suicídio ministerial.

Observe a reação inusitada de João Batista:

“O homem só pode receber o que lhe for dado do céu. Vós mesmos sois testemunhas de que vos disse: Eu não sou o Cristo, mas sou enviado adiante dele. A noiva pertence ao noivo. O amigo do noivo, que lhe assiste, espera e ouve, e alegra-se muito com a voz do noivo. Essa alegria é minha, e agora está completa. É necessário que ele cresça, e que eu diminua” (vv.27-30).

Eis um homem que conhecia exatamente o propósito de sua vida! Não havia motivo de se lamentar. Seu objetivo havia sido alcançado.

Nossa sociedade fez do sucesso o supremo objetivo da vida. Confunde-se “sucesso” com fama, popularidade, aquisição de bens de consumo.

É triste ver alguém que um dia esteve no apogeu da fama, e hoje passa sem ser percebido. A Casa dos Artistas está cheia de casos assim. Não há nada tão efêmero que a fama.

Aqueles que têm a “sorte” de morrer no auge do sucesso, deixam o mundo dos mortais para se tornarem membros do panteão dos mitos. Exemplos como Elvis Presley, John Lennon, Che Guevara, Martin Luther King, Jr. são prova disso.

Outros, porém, vivem uma derrocada em suas carreiras, e acabam morrendo na obscuridade.

João Batista não se lamentou por ver sua popularidade cair. O que o alegrava era saber que o propósito de sua existência havia sido alcançado.

Nosso propósito assemelha-se ao de João: preparar caminho para os que viram depois. Preparar o cenário onde as próximas gerações atuarão.

E quando chegar a hora de ceder nosso espaço a outros, não nos sentiremos frustrados, desprezados, ou mesmo fracassados.

Nossa alegria será completa!

Um comentário:

  1. Anônimo6:02 PM

    A perpetuação da nossa criação é coisa delicada.
    O socesso daquele que nos sucede há de ser Germinal.

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