“Eles se chamarão árvores de justiça, plantação do Senhor, para que ele seja glorificado (...) Porque, como a terra produz os seus renovos, e como o jardim faz brotar o que nele se semeia, assim o Senhor Deus fará brotar a retidão e o louvor perante todas as nações”. Isaías 61:3b, 11.
A Igreja foi plantada no mundo para ser o modelo, o protótipo de uma nova humanidade. Por isso se diz que “as nações andarão à sua luz” (Is.60:3a). E isso redundará em glória para Deus.
Assim como o Éden original era a sede da criação, a Igreja de Cristo é a sede da nova criação. Somos o Novo Éden, o Jardim de Deus.
As Escrituras afirmam que havia duas árvores no centro do Jardim: a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, e a Árvore da Vida. A primeira tipifica a humanidade caída e alienada de Deus, que através de Adão desenvolveu toda uma potencialidade para o mal. A segunda tipifica a Nova Humanidade, recriada em Cristo, o segundo Adão.
Na Cruz, a Árvore da Vida foi sacrificada na Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Ali estava figurada a escolha humana. Entretanto, os desígnios de Deus estavam por trás dessa escolha. Agora, através do Cristo Ressurrecto, temos acesso à Árvore da Vida, da qual Adão foi proibido de comer por causa de sua desobediência.
Cristo é a Árvore da Vida. E nós, Sua Igreja, fomos enxertados n’Ele, para que participássemos da seiva da vida divina, e assim, déssemos frutos para Deus.
A árvore com sua raiz, seu tronco, suas folhas, suas flores e seus frutos é uma representação dos cinco propósitos estabelecidos por Deus para a igreja no mundo.
O homem jamais vai corresponder às expectativas do Criador, se não for por intermédio de Jesus. Fora de Cristo, o homem não passa de um tronco da velha árvore, Adão, que está condenada a ser lançada no fogo, por ser incapaz de produzir os frutos exigidos pela justiça divina.
Ao sermos enxertados na Videira Verdadeira, a Árvore da Vida, encontramos os cinco propósitos essenciais para a vida.
1. O Propósito da Comunhão – Deus nos fez seres necessitados de se completar n’Ele e em nossos semelhantes. Para isso, Ele nos concedeu a habilidade de nos comunicar. João escreve: “O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para também tenhais comunhão conosco. E a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo. Estas coisas vos escrevemos, para que a nossa alegria seja completa” (1 Jo.1:3-4). Trata-se de uma necessidade imperiosa do ser humano. Temos a necessidade de dar e receber, de falar e ouvir, de amar e ser amado. O propósito da comunhão é representado pela raiz da árvore. É através da raiz que árvore recebe todos os nutrientes de que necessita pra sobreviver e crescer. Assim também, o cristão precisa estar bem plantado em solo fértil, que é a igreja local, a fim de que, pela comunhão com Deus e com os irmãos, possa se alimentar, e crescer espiritual e emocionalmente. Como diz o salmista, uma vez “plantados na casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos, serão viçosos e florescentes” (Sl.92:13-14). Ao fixar suas raízes em uma igreja, o cristão se torna “como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem. Tudo o que fizer prosperará” (Sl.1:3). Os ribeiros de águas tipificam o Espírito Santo, que é quem possibilita nossa comunhão com Deus e com os irmãos. Além de garantir alimento para a árvore, são as raízes que lhe garantem estabilidade. Esta é uma diferença básica entre quem serve a Deus, e quem não O serve. “Os ímpios não são assim, mas são como a moinha que o vento espalha” (v.4). É na comunhão com Deus e com os irmãos que encontramos propósito para a vida. Ali, no ambiente congregacional, temos a oportunidade de servir, e sermos ministrados. Ali encontramos estabilidade, mesmo no tempo da angústia. Quanto mais a árvore lança suas raízes solo abaixo, mais estável e robusta se torna. Devemos, portanto, buscar aprofundar nossa comunhão, e para isso, devemos gastar tempo estreitando nossa amizade com os irmãos, e, principalmente, nos dedicando à oração e à adoração.
2. O Propósito do Discipulado – É representado pelo tronco da árvore. É através dele que a árvore distribui para seus ramos todos os nutrientes que recebeu do solo através da raiz. Além de sustentar e suportar todo o peso da árvore, com sua copa, seus ramos, folhas e frutos. Por isso, precisa ser robusto, forte, para que não se envergue com o vento. É através do discipulado que os nutrientes absorvidos na comunhão são traduzidos em princípios que passam a reger a vida do cristão. Ele nos provê firmeza de caráter, e inflexibilidade, para não transigirmos com os princípios eternos da Palavra de Deus. Se o tronco estiver comprometido, com cupim ou qualquer outra praga, os ramos não produzirão frutos. A saúde da árvore passa pelo tronco.
3. O Propósito do Ministério (RESTAURAÇÃO) – É representado pela folha. De acordo com Ezequiel 47:12, as folhas servem de remédio, e Ap.22;2 diz que servem para a cura das nações. Ministério significa serviço. A igreja foi plantada no mundo para servir. Isaías profetiza acerca da igreja: “Reedificarão as ruínas antigas, e restaurarão os lugares há muito devastados; renovarão as cidades arruinadas, devastadas de geração em geração (...) E vós sereis chamados sacerdotes do Senhor, e vos chamarão ministros de nosso Deus” (Is.61:4,6). A maioria de nós pensa que ministrar é algo que devemos fazer dentro do círculo da igreja. Mas não é verdade. Devemos ministrar ao mundo. Nossas folhas visam restaurar as nações. Nós temos o remédio de que o mundo tanto necessita para ser sarado. Por isso se diz: “E as folhas da árvore são para a cura das nações” (Ap. 22:2). E mais: “Não cairá a sua folha, nem perecerá o seu fruto. Nos seus meses produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do santuário. O seu fruto servirá de alimento e a sua folha de remédio” (Ezequiel 47:12b). Desde a Antigüidade, os homens usam as folhas das árvores para fazerem chás, remédios. Além do mais, a principal função da folha é absorver a luz solar para realizar a chamada fotossíntese. Através deste processo, as folhas absorvem o gás carbônico, e o devolvem à atmosfera como oxigênio. Sem as árvores, a vida no planeta já teria sido extinta. Os homens não são capazes de viverem por si mesmos. Eles consomem o oxigênio, e o transformam em gás carbônico. É papel da igreja oxigenar o mundo. Nós somos os pulmões espirituais do mundo. Devemos absorver o ódio, e transformá-lo em amor. E isso fazemos quando pagamos o mal com o bem. Como recomendou Paulo: “A ninguém torneis mal por mal. Procurai as coisas honestas perante todos os homens (...) Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber (...) Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm.12:17,20a,21). É quando nos dispomos a servir, a ministrar o amor de Deus até mesmo aos nossos inimigos, que damos testemunho do poder e do alcance do Evangelho. Uma vez que as folhas da árvore servem para a cura das nações, o testemunho e o ministério da Igreja de Cristo têm como propósito a restauração da sociedade.
4. O Propósito do Evangelismo – É representado pela flor. Engana-se quem pensa que a flor é apenas um elemento estético da árvore. Muito mais do que beleza e perfume, a flor é a estrutura responsável pela reprodução da árvore. É através do Evangelismo que os crentes espalham a fragrância de Cristo pelo mundo, e atrai a atenção dos incrédulos pela beleza do caráter de Cristo manifesto pelo seu testemunho. A flor antecede o fruto. O Evangelismo antecede a geração de novas almas para o Reino de Deus. Sem Evangelismo, não haverá produção de almas. Uma árvore sem flor, é uma árvore sem fruto. Assim como o néctar da flor atrai as abelhas e beija-flores, a doce unção de Cristo no crente atrai as almas aos pés do Senhor.
5. O Propósito da Adoração – Eis o fruto! O que é que Jesus buscou na figueira e não encontrou? Frutos. E o que é que Deus busca no mundo? Os verdadeiros adoradores, que O adorem em espírito e em verdade. A adoração é o objetivo principal. Todas as demais coisas são apenas meios pra se chegar a ela. A salvação de almas nada mais é do que o meio pelo qual a igreja recruta novos adoradores para o Pai. O Pai não procura freqüentadores, mas adoradores. O amor é uma via de mão dupla entre Deus e os homens. O amor de Deus para com os homens se chama compaixão. O amor dos homens para como Deus se chama adoração. Ela é a resposta do homem ao amor do Pai. “Portanto” conclui o escritor sagrado, “ofereçamos sempre por ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome” (Hb.13:15).
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