quinta-feira, setembro 21, 2006

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Acertando nossos ponteiros com o Relógio Profético
Por Hermes C. Fernandes


Precisamos de uma Escatologia mais otimista, menos paranóica, mais Bíblica, menos especulativa.

A maioria acredita sinceramente que estamos caminhando para um desfeche catastrófico da História. É como se as trevas estivessem se propagando de tal maneira, que mais um pouco, e será meia-noite no relógio profético, e as trevas terão alcançado o seu apogeu. Mas será que isso está de acordo com a Bíblia? “As trevas vão passando” testifica João, “e já brilha a verdadeira luz” (1 Jo.2:8). Para esse mesmo apóstolo, aquela era a última hora que precedia o alvorecer de um novo dia (1 Jo.2:18).

De acordo com Jesus, o momento em que Ele foi entregue para ser julgado e crucificado, era a hora das trevas (Lc.22:53).

Na Cruz, o relógio profético marcou meia-noite. A partir daí, um novo dia iniciou-se. Porém, embora o dia comece no primeiro segundo após meia-noite, ele não clareia de uma hora pra outra. Aos poucos, as trevas vão passando, e cedendo lugar à Alvorada.

Antes que o Sol surja no horizonte, aparece a Estrela da Manhã. A mensagem central do Apocalipse não é o fim do mundo, mas o surgimento do Novo Dia, anunciado por Jesus, nossa Estrela da Manhã.

Não estamos caminhando para meia-noite, e sim para o meio-dia, quando não haverá mais sombras, e a luz do Sol da Justiça tudo manifestará, até mesmo os segredos dos homens. O Juizo Final se dará ao Meio-dia do relógio profético.

Cabe à Igreja trazer a Aurora do Novo Dia."Quem é esta que aparece como a alva do dia, formosa como a luz, brilhante como o sol, imponente como um exército com bandeiras?" (Cant.6:10). Esta é a Igreja de Cristo.

Devemos ter o mesmo propósito do Salmista, que declarou profeticamente: "Eu despertarei a Aurora!" (Sl.109:2b). É a Igreja de Cristo que deve trazer a Aurora ao mundo.

De acordo com Paulo, chegará o dia “em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por meio de Jesus Cristo”, e em outra passagem o mesmo apóstolo afirma que em Sua Vinda, o Senhor “trará à luz as coisas ocultas das trevas, e manifestará os desígnios dos corações” (Rm.2:16; 1 Co.4:5).

O que para nós será motivo de grande glória, para os que perecem será motivo de vergonha e pavor. Suas obras serão reveladas diante do Sol da Justiça. É por isso que não podemos nos associar com as obras infrutuosas das trevas, antes, devemos condená-las. “Pois o que eles fazem em oculto, até dizê-lo é vergonhoso. Mas todas as coisas manifestas pela luz tornam-se visíveis, pois é a luz que a tudo manifesta. Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará” (Ef.5:11-14).

No presente momento, enquanto Cristo não retorna para estabelecer o Juízo Final, a Igreja deve cumprir o seu papel, condenando as obras das trevas, em vez de ser cúmplices delas. Não que tenhamos que julgar e condenar pessoas, e sim julgar e condenar suas más obras! E neste caso, condenar é sinônimo de reprovar, não de sentenciar.Uma vez que o Dia começou a clarear, “já é hora de despertarmos do sono”, afinal, “a noite é passada e o dia é chegado” (Rm.13:11-12). Sem contar que somos “filhos da luz, e filhos do dia. Nós somos da noite, nem das trevas. Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios. Pois os que dormem, dormem de noite, e os que se embriagam, embriagam-se de noite. Nós, porém, somos do DIA, sejamos sóbrios” (1 Ts.5:5-8a).

Penso que o problema central da igreja contemporânea é que ela não consegue se situar dentro do tempo de Deus. Muitos pensam que estamos a caminho da Meia-Noite, e que, por isso, nada resta a fazer senão esperar a volta eminente de Cristo. Mas isso não corresponde à verdade.

Estamos a caminho do Meio-Dia, e há muita coisa para se fazer enquanto Cristo não retorna à Terra. À medida que o dia vai clareando, os filhos da luz vão se manifestando. Salomão afirma em seu livro de provérbios que “a vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser DIA PERFEITO. Mas o caminho dos ímpios é como a escuridão; não conhecem aquilo em que tropeçam” (Pv.4:18-19). É por esta manifestação que anseia a criação como um todo (Rm.8:19). Estamos a caminho da glória final, mas até chegarmos lá, temos que galgar cada etapa, como disse Paulo, de glória em glória (2 Co.3:18).

Quando é que os filhos de Deus se manifestariam plenamente? Ao romper da manhã do Novo Aión. Quando eles se despertassem do sono, e se levantassem dentre os mortos, a fim de que Cristo os iluminassem. Aqui cabe a admoestação profética: “Levanta-te, resplandece, pois já vem a tua luz, e a glória do Senhor vai nascendo sobre ti. As trevas cobrem a terra, e a escuridão os povos; mas sobre ti o Senhor vem surgindo, e a sua glória se vê sobre ti. As nações caminharão à tua luz, e os reis ao resplendor que te nasceu” (Is.60:1-3).

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