Por Hermes C. Fernandes
Nesta semana, uma das mais badaladas igrejas do mundo protagonizou outro escândalo (Sim, não foi o primeiro!). Segundo uma matéria divulgada nas redes sociais, a Hillsong teria ordenado um casal de homossexuais como ministros de louvor de sua filial em Nova Iorque. Em menos de vinte e quatro horas, o pastor Brian Houston, presidente da igreja australiana, veio à público desmentir a matéria, afirmando que sua posição quanto à prática homossexual segue a ortodoxia evangélica, e que, tão logo os dois ministros de louvor admitiram seu relacionamento, foram afastados de seus postos. Fica a impressão de que, se eles não houvessem assumido sua orientação sexual e seu relacionamento não se tornasse público, teriam sido mantidos no cargo. Sem querer emitir qualquer juízo, confesso meu desconforto com posturas que beiram a hipocrisia. É cada vez mais rara uma igreja em que não haja homossexuais envolvidos diretamente com ministérios de louvor, dança ou teatro. Se eles se comportarem direitinho, ninguém vai implicar. Mas se forem atrevidos o bastante para assumir o que são, correm o risco de não apenas serem removidos do cargo, mas também serem excluídos do rol de membros da igreja. Estamos mais preocupados com a língua do povo e com a nossa reputação do que em comprar a briga deste segmento tão sofrido e discriminado.
Deixe-me relatar a conversa que tive com um colega de turma. Um rapaz com inteligência acima da média. Não raramente roubava a cena durante a aula de psicologia, explicando a matéria com mais desenvoltura que o próprio professor. Duas coisas percebi nele, mesmo antes de ter tido a oportunidade de conversar, uma pelo trejeito, e outra, pelo uso de certos jargões. Ele era gay e já havia sido evangélico. Num dia em que a professora atrasou-se para aula, tivemos a oportunidade de trocar ideias. Ele me confessou ter sido criado na igreja, chegando a ser presidente do grupo jovem. Quando percebeu-se homossexual, lutou bravamente para libertar-se (sic). Jejuou por um ano inteiro. Orou. Chorou. Participou de reuniões de libertação. Submeteu-se a sessões de exorcismo. Mas, nada. Ele continuava sentindo-se atraído por pessoas do mesmo sexo. Vendo que a igreja não se dispunha a acolher quem se assumisse como gay, ele resolveu se afastar. Aparentemente emocionado, contou-me que tentou recorrer a outras religiões. Frequentou centro de umbanda, templo budista, reuniões kardecistas, mas não conseguiu se achar. “O problema é que sou cristão”, confidenciou-me.
Desde que comecei a escrever sobre o tema em meu blog, já recebi muitos e-mails e mensagens in box de pessoas em crise por causa de sua orientação sexual. Algumas considerando tirar a própria vida, outras já teriam tentado suicídio várias vezes. É fácil julgar moralmente quando se coloca de lado o coração. Mas quando a gente se aproxima desprovido de preconceito, o coração se enternece. Principalmente quando se trata de um adolescente. “Poderia ser um filho meu”, ponderamos. O que dizer a esses indivíduos? Que não tiveram fé suficiente para se libertarem? Que não amam a Cristo o bastante para renunciar seus sentimentos “pervertidos”? Que encabeçam a lista dos que serão lançados no inferno?
Não reconheço área mais complexa da natureza humana do que a sexualidade. Quanto mais busco compreendê-la, mas percebo quão rasas são as abordagens que tentam dissecá-la. A situação se agrava quando adentramos a questão da diversidade sexual.
Desde que comecei a escrever sobre o tema em meu blog, já recebi muitos e-mails e mensagens in box de pessoas em crise por causa de sua orientação sexual. Algumas considerando tirar a própria vida, outras já teriam tentado suicídio várias vezes. É fácil julgar moralmente quando se coloca de lado o coração. Mas quando a gente se aproxima desprovido de preconceito, o coração se enternece. Principalmente quando se trata de um adolescente. “Poderia ser um filho meu”, ponderamos. O que dizer a esses indivíduos? Que não tiveram fé suficiente para se libertarem? Que não amam a Cristo o bastante para renunciar seus sentimentos “pervertidos”? Que encabeçam a lista dos que serão lançados no inferno?
Não reconheço área mais complexa da natureza humana do que a sexualidade. Quanto mais busco compreendê-la, mas percebo quão rasas são as abordagens que tentam dissecá-la. A situação se agrava quando adentramos a questão da diversidade sexual.
Respostas prontas ofendem a sensibilidade e a
inteligência dos que se debruçam sobre o assunto. Já ouvi inúmeras vezes o
argumento de que se Deus aprovasse a homossexualidade, não teria criado Adão e
Eva, mas Adão e Ivo. De fato, só existem dois gêneros sexuais: macho e fêmea.
Porém, os espinhos, cardos e abrolhos que passaram a crescer em nosso habitat desde
o evento que a teologia chama de “queda”, também brotaram na própria natureza
humana, afetando seus relacionamentos, seu comportamento, seu psiquismo. O
mundo ideal ficou atrás do portão do paraíso. Condenados ao exílio, os humanos
tiveram que aprender a lidar com as demandas de um mundo real, por vezes hostil
à sua presença.
Sabiamente, Jesus nos descortina esta realidade ao
abordar um dos mais delicados assuntos no campo do relacionamento humano: o
divórcio. Segundo o mestre galileu, o divórcio não constava do plano original
de Deus. Ele não apenas o reprova, como também o detesta (Ml.2:16). Mesmo
assim, nos dias de Jesus, o divórcio havia se banalizado. Os homens estavam despedindo suas esposas por qualquer
bobagem, e se justificavam na autorização dada por Deus através de Moisés (Dt.21:1).
Perguntado se era lícito ao homem
divorciar-se da mulher por qualquer motivo, Jesus respondeu:
“Não tendes lido que
aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se
unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou
não o separe o homem. Disseram-lhe eles:
Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la? Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos
corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi
assim.” Mateus 19:4-8
Repare na última frase: “ao
princípio não foi assim”. O divórcio foi uma concessão divina em resposta a uma
demanda humana em seu trânsito pelo mundo real. Não significa que Deus endosse
tal prática. Porém, Jesus reconheceu a necessidade desta alternativa frente à
dureza da natureza humana. Dizer que nem sempre foi assim equivale a afirmar
que este não é o ideal de Deus para o ser humano. O ideal é que ele se case e
continue casado com a mesma pessoa até o fim. O ideal é que o casamento seja
monogâmico, indissolúvel e entre pessoas de sexos opostos. Todavia, nem sempre
é isso que acontece. Temos, portanto, que tratar a situação de maneira
realista.
Desde que atravessamos os portões
do Éden, tantas coisas mudaram. E provavelmente, nenhum outro campo sofreu
tantas alterações quanto o dos relacionamentos.
Recebi um comentário em meu blog que me chamou a
atenção. Resolvi compartilhá-lo na timeline
do meu perfil no facebook para saber
o que as pessoas pensavam sobre o argumento apresentado; o que acabou
originando um debate que me desafiou a pensar um pouco mais sobre o tema.
Reproduzo abaixo o comentário postado por um anônimo:
"Diante destas investidas satânicas, fico a
imaginar: o que seria da humanidade sem o nascimento de figuras ilustres e que,
de fato, trouxeram algo de bom, de construtivo para a humanidade. Figuras como
Albert Einstein, maior cientista do século XX, Martin Luther King, o símbolo
máximo da luta contra uma das pragas do século XX, o racismo, Henry Ford,
Ludwig van Beethoven, compositor alemão, enfim, a lista é imensa e nas mais
diversas áreas do conhecimento humano. Será que estas pessoas nasceram do nada?
Ou nasceram de chocadeira? Com certeza que não, nasceram de um relacionamento
amoroso entre um homem e uma mulher! NASCERAM no seio de uma família
tradicional. Ainda dentro do meu círculo imaginário, pensei: e se a MÃE ou PAI
destes defensores desta abominável aberração (DIVERSIDADE SEXUAL) tivessem
optado por serem GAYS. Conclui que uma coisa seria certa, não estaria eu, neste
momento, perdendo o meu tempo precioso escrevendo este texto.”
Imagino o prazer sentido pelo comentarista ao achar
que estava dando a palavra final sobre a questão. Xeque-mate! Confesso que não
perderia tempo respondendo a este infeliz comentário se não verificasse que é
exatamente assim que muitos pensam.
Ora, o argumento usado poderia ser aplicado também
em casos de esterilidade. Quem é incapaz de conceber filhos não teria o direito
de se casar? Somente a concepção de uma prole justificaria nossa passagem por
este mundo? E quanto aos celibatários? Quem opta pelo celibato estaria
desperdiçando a vida? Convém lembrar de que o próprio Jesus era celibatário, juntamente
com Paulo, João Batista e tantos outros. Portanto, se quiser combater a
diversidade sexual terá que apelar a outro argumento, e espero que mais sólido.
Ademais, graças ao fato de muitos não poderem ter
filhos biológicos, tantas crianças órfãs ou abandonadas puderam ser
adotadas.
Quanto à diversidade sexual em si, devemos
considerar que muitos personagens proeminentes da história foram homossexuais.
Não nos deixaram filhos, porém, deixaram-nos um legado valioso. Um exemplo
disso foi Santos Dumont, de quem todo brasileiro se orgulha por ter inventado o
avião, além do relógio de pulso (espero que ninguém resolva boicotar nenhum dos
dois...rs). O pai da viação acabou se
suicidando. Segundo alguns dos seus biógrafos, por ver sua invenção usada como arma
na primeira grande guerra. Mas para outros, o que o teria levado ao suicídio
foi uma depressão profunda devido à sua sexualidade.
Alan Turing, matemático e cientista da computação
foi um dos responsáveis pela formalização do conceito de algoritmo, base da teoria
da computação. Também foi o inventor da Máquina de Turing, precursora do
computador moderno. Em sua condição de homossexual, Turing não deixou
herdeiros, mas deixou um legado e tanto. Consegue imaginar um mundo sem
computador?
Falta-me tempo e disposição para falar de tantos
outros como o gênio Leonardo da Vinci, o conquistador Alexandre, o Grande, e
Sócrates, o pai da filosofia clássica. Portanto, não se deve julgar o caráter
ou a genialidade de um ser humano por sua orientação sexual.
Enquanto expunha tais fatos em minha timeline, surgiram várias questões. Uma
recorrente é se acredito que um homossexual possa ter sua orientação sexual
transformada. Em outras palavras, se um gay pode tornar-se heterossexual.
Primeiro, quero deixar claro que para Deus tudo é
possível. Se Ele quiser, pode fazer nascer cabelo em careca, fazer um branco
tornar-se negro ou vice-versa, e até possibilitar que um animal fale. Porém,
tenho minhas dúvidas se haja n’Ele o interesse de realizar tais proezas.
O que me cansa é ver a exploração que se faz em cima
do testemunho de pessoas que teriam sido homossexuais e que agora exibem seus
cônjuges e filhos como prova de que foram transformadas, apesar de algumas manterem
trejeitos efeminados (não há aqui juízo de valor).
É um crime impor a um gay que mude sua orientação sexual
para evidenciar sua conversão. Conheço casos em que a pessoa contraiu
matrimônio por pressão da igreja, e tempos depois não havia nem sequer
consumado o ato. Nesses casos, acho bem mais louvável que se abdique
voluntariamente de uma vida sexual ativa por amor à causa do evangelho. É mais
honesto do que forjar uma transformação. Porém, isso jamais deveria ser imposto
a ninguém. É desumano.
Há, todavia, casos de pseudo-homossexuais que se
tornaram o que, no fundo, jamais deixaram de ser, héteros. Algumas delas se
lançaram na prática homossexual devido a contingências tais como abusos
sofridos na infância, influências externas como amigos, mídia, cultura,
educação, etc., mas jamais perderam o desejo por pessoas do outro sexo. Muitas
acabam adotando um comportamento bissexual. Porém, em boa parte das vezes, o que
ocorre é que a pessoa anuncia ter sido transformada, casa-se com alguém do sexo
oposto, mas segue nutrindo desejos inconfessáveis por pessoas do mesmo sexo. Não
ouso por em xeque sua conversão. Elas amam a Cristo e sentem-se amarguradas por
terem que lidar com tais pulsões. Se ao menos a igreja fosse mais complacente,
não haveria necessidade disso.
A igreja deveria ser aquele lugar de que Paulo fala:
“Onde está o Espírito de Deus, aí há liberdade”. Não se trata de liberdade para
viver promiscuamente, mas para ser o que se é, sem medo de ser rejeitado,
olhado com nojo e preconceito. Em vez disso, a igreja se tornou num antro de
discriminação. Os púlpitos destilam homofobia, e tudo, cínica e ironicamente
“em nome do amor”.
Há, ainda, uma falácia que tem sido disseminada
principalmente por pregadores televisivos: a de que ninguém nasce gay. E isso
geralmente é dito como se fosse cientificamente comprovado. Para quem vive
refém do ambiente eclesiástico, uma declaração como esta, não influi, nem
contribui. Mas quem transita por outros ambientes, principalmente o acadêmico,
tem que aturar piadinhas e insinuações grosseiras por conta deste tipo de
posicionamento anacrônico e infundado.
Se não quiserem dar ouvidos às últimas descobertas
científicas, que ouçam o próprio Jesus que afirma haver ao menos três classes de
eunucos: os que foram feitos eunucos (castrados para que pudessem cuidar dos
haréns dos reis sem se constituir ameaça à integridade da rainha e de suas
concubinas), os que se faziam eunucos pelo reino de Deus (celibatários como
Paulo) e os que nasciam nesta condição, isto é, desprovidos de desejo por
pessoas do sexo oposto. Pesquisas revelam que os eunucos eram, em geral,
homossexuais. Portanto, segundo Jesus, a
homossexualidade pode ser de nascença.
No debate que fomentei no facebook, perguntaram-me
se eu não pregava contra o homossexualismo e lesbianismo (sic). Respondi que prego
contra o pecado que há em nós, em nossa natureza caída, e que se manifesta
tanto na vida do homossexual, quanto na vida do heterossexual. Mas me recuso a
entrar nesta campanha sórdida que a igreja evangélica tem travado com os gays,
e que, no fundo, tem cunho político. Descobriram aí uma mina de votos. Se
amassem mais às almas do que os votos, olhariam para a causa homossexual com
mais compaixão e amor, em vez de fomentarem tanto preconceito e ódio.
Repito: creio que por amor a Cristo, tanto o gay,
quanto o hétero, podem ofertar sua sexualidade, isto é, renunciar suas pulsões
para dedicarem-se exclusivamente à causa do reino de Deus. Porém, não me vejo
capaz de impor isso a ninguém. Paulo dizia que gostaria que todos fossem como
ele, porém, reconhecia que cada um tinha recebido de Deus o seu próprio dom.
Portanto, acredito num celibato consciente, fruto do amor e não de imposição de
terceiros. O que me recuso a acreditar é que alguém possa mudar sua orientação
sexual mediante pressões externas.
E, sinceramente, creio que a existência do
homossexual serve a um propósito divino: por à prova nosso amor e desafiar
nossos preconceitos.
Se Deus pode mudá-los? Quem sou eu para limitar o
Seu poder? Ele também podia ter removido o espinho que havia na carne de Paulo,
mas não o fez, alegando que a Sua graça deveria ser suficiente.
* Este é o primeiro de uma série de posts sobre o assunto.
Sou celibatário por opção de sê-lo. Sou homem heterossexual e me sinto atraído por mulheres. Todavia, não sou apto para aceitar o casamento, seus pesos e consequências. Não tenho paciência para conviver com ninguém e nem tempo para repartir com filhos que poderiam vir no futuro. Para mim dá mais certo ser um eterno namorado, morar longe da pessoa amada etc. Mas, tenho por certo, ficar sem ninguém, afim de não enganar (pois não quero casar e nem ter filhos). Supri minhas necessidades me esvaziando de mim mesmo, me dedicando ao serviços em favor dos outros e me sinto realizado e feliz cada vez mais. Não tenho "neura" por causa de casamento. Tenho "neura" sim, de compartilhar essas coisas com aquilo que se chama igreja. Aí eu teria que enfrentar o inferno das argumentações e obrigações.
ResponderExcluirAcho que os homossexuais, até para efeitos de paz interior, deveriam viver como eunucos ou celibatários dedicando-se ao prazer de servir aos outros, e é claro, fazendo isto para o Senhor sem religião no meio.
1 Coríntios 6:9-11
ResponderExcluir"9 Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os EFEMINADOS, nem os SODOMITAS,
10 nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbedos, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.
11 E tais FOSTES alguns de vós; MAS fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus".
Alves
Também gostei do texto até essa parte que você citou Leandro Costa. Vou mais além, a Biblia tem que explicar a Bíblia, fujamos do achismos da humanidade.....
ResponderExcluirEssa coisa de dizer que a orientação sexual de uma pessoa é imutável é extremamente problemática e bem perigosa. Me explico: orientação sexual hoje em dia é algo totalmente maleável e a cada dia surge uma nova orientação sexual. O problema disso é que isso torna plenamente possível que ditos especialistas peguem uma prática sexual depravada e afirme-a como sendo uma orientação sexual e como orientação sexual não muda, a pessoa estará condenada a manter os mesmos desejos sexuais depravados para sempre. E o pior é que isso não é especulação minha, isso realmente tem acontecido. Alguns psicólogos e psiquiatras tem afirmado que pedofilia é uma orientação sexual e como tal, o pedófilo, segundo eles, não teria como deixar de ser pedófilo. Isso é completo absurdo e mostra muito bem o perigo de se tratar sexualidade como algo estático, imutável.
ResponderExcluirCreio que qualquer orientação sexual possa mudar. Sim, qualquer uma, inclusive a heterossexual. A nossa orientação sexual não é algo que nasce conosco, mas sim algo que é construído ao longo de nossas vidas a partir de diversas influências como a de nossas experiências, de nossa carga genética, de nossa estrutura orgânica etc. Nós nascemos, sim, com o gênero sexual definido, ou somos homens ou somos mulheres. Agora, quanto ao quê desperta nossos desejos sexuais, isso não vem pronto, é construído. E, bem, tudo que é construído pode também ser desconstruído.
Agora indo para a realidade da igreja, o grande problema não é nem se a homossexualidade é pecado ou não, ou se ela pode ser mudada ou não, o problema é a demonização dos homossexuais que a igreja tem promovido. Um homossexual deveria ser acolhido na igreja como qualquer outra pessoa e deveria ter o direito de expressar sua espiritualidade assim como todos os outros, inclusive no serviço da igreja. Ora, eu tenho um grande problema com cobiça mas ninguém nunca sequer sugeriu que eu não tenho o direito de trabalhar na igreja por causa disso, na verdade muito pelo contrário, já fui orientado a trabalhar na igreja inclusive para me ajudar com esse meu problema. E agora eu pergunto, porque que o mesmo não acontece com os crentes homossexuais? Porque que os homossexuais são excluídos do serviço, são discriminados, são tratados como sendo piores pecadores que os demais? Porque que o critério do "vai e não peques mais" só é aplicado aos homossexuais? A igreja cristã brasileira infelizmente ainda é muito homofóbica e não sabe acolher esse pessoal.
Vejo que a igreja trata os pecados sexuais como piores que os outros, o adultério por exemplo também é motivo de exclusão quando descoberto, talvez seja porque nosso corpo é templo do Espírito Santo, quem coloca piercings ou faz tatuagens também é discriminado. Não deveria ser assim, mas é assim que a humanidade pensa. Temos que tratar a todos com amor, mas acho que assim como não quero meu marido andando acompanhado de outros homens que sejam adúlteros para não correr o risco de que ele seja infiel a mim, também as pessoas não desejam ver gays como líderes de ministério para que não sejam admirados e exemplo para nossos filhos, pois ninguém deseja realmente ter um filho gay, acaba aceitando a opção do filho por amor.
ExcluirEm suas palavras há uma enoooorme contradição: Não há aceite, não se "aceita" alguém, não se ama "apesar de " ou "ainda assim, vou amá-lo". Quem pensa e age assim está mentindo, aos outros e pior, a sí mesmo. Peço que leia 1 Coríntios 13, a melhor definição do que é amor, e rogo a Deus que nos dê um pouquinho mais de amor que de intolerância...
ExcluirConcordo em número e grau Diogo. Aliás, o bispo Hermes e muitos outros não estão sabendo lhe dar com essas questões.
ResponderExcluirConcordo com sua crítica, devemos receber bem e respeitar a todos indiscriminadamente - com uma certa excessão para pecadores que exarcebam e enaltecem o seu pecado - esses merecem um puxão de orelha a mais no contexto da comunhão (eclesiástico)!!!
ResponderExcluirConcordo também com sua crença, o poder de Deus é gigantesco mesmo!!!
Gostei da ideia/expressão (do status quo) "depois das postas do Éden" (isso daria um belo título sobre antropologia teológica, né?!), realmente nossa condição é dura e terrível, talvez haja desafios intransponíveis!!! Só uma teofania mesmo né?!
Maaas, DISCORDO completamente do seu entendimento de Mateus (19.12); eunuco não era sinônimo de homossexual, o que o texto diz é que havia eunucos de nascença e não homossexuais de nascença, logo a pessoa nasce eunuco (celibatário, assexuado) e no decorrer da vida poderia vir a ter desejos/práticas homossexuais!!! Acho que o Sr inverteu as bola aqui hein!!! A justificativa para minha interpretação é a "regra do paralelo da ideia" (considerando toda a Bíblia), se o texto supra ensina o que o Sr expõe, seria uma discrepância frontal com a sentença Levitica, logo necessariamente a sua interpretação está equivocada!!! Eunucos que agradam a Deus são àqueles que guardam as leis de Deus (Is 56.4) e um ponto importante desta lei está em Levítico 18.23!!!
Valeu?!
Irei compartilhar seu post no meu perfil no facebook, é claro dando uma chamadinha para o meu comentário né bispo, não é todo dia que a gente refuta uma pessoa importante como o Sr, eu também não sou bobo e vou pegar uma caroninha nesse disparate do Sr, me perdoa aí meu irmão!!!
E que o debate não tenha fim....
Abraços.......
Orlando Zanin
souteologico.blogspot.com
Rapaz,de onde vc tirou esta baboseira que havia eunuco gay ? Meu Deus, que bicho mentiroso, é este Hermes! E o pior que quem não estuda a Bíblia, acaba acreditando na "estória deste "doutó" Ninguém nasce gay, seu mentiroso! Assim como ninguém nasce prostituta! O que existe são ações malignas que levam estas vidas a viverem nesta prática ou vc não acredita na existência da pomba gíria ? O diabo é fera em destruir aquilo que Deus fez perfeito, e o homem foi feito a sua imagem e semelhança! Eu falei o Homem e não o gay!
ResponderExcluirCaro Diogo, você escreveu: "tudo que é construído pode também ser desconstruído." Acredito que você não tenha dedicado seu tempo a estudar o reino animal do qual fazemos parte. Caso contrário já teria ouvido falar de "imprinting" (em português cunhagem), palavra inglesa que vem de print, impressão. Um texto impresso no papel não pode ser alterado, é esta a ideia. Uma ave que sai do ovo "imprime" em seu cérebro que o primeiro ser que vê se mexendo é a sua mãe. Isso costuma funcionar na Natureza, mas como vários pesquisadores mostraram (como Konrad Lorenz), também pode ser usado para criar um falso imprinting, fazendo aves seguirem objetos inanimados pelo resto da vida como se fossem suas mães, caso uma experiência desse tipo seja feita. E a sexualidade humana em certos pontos se parece muito com um imprinting, e há experimentos que demonstram isso (falta de atração entre irmãos criados juntos até os seis anos, por exemplo). Só estou escrevendo para mostrar que há um erro no seu raciocínio, de forma que certas coisas construídas não podem ser desconstruídas -- não sem destruir completamente a "coisa" em questão. Espero que tenha entendido. Há uma página na Wikipedia sobre o assunto, mas infelizmente a versão em inglês é *muito* mais completa. Espero que domine o idioma: https://en.wikipedia.org/wiki/Imprinting_%28psychology%29. Abraços, Rodrigo.
ResponderExcluirA Igreja não sabe lidar com a questão da orientação sexual, com os conflitos que envolvem homossexualismo. Concordo que haja farisaísmo e despreparo para atender os gritos internos de irmãos em Cristo e de pessoas que chegam à igreja envolvidas com dramas desta natureza. Todavia não posso concordar com a maneira como o ilustre Reverendo forçou o texto de Mateus 19! Dizer que quem nasce eunuco é uma referência a quem nasce homossexual? Pirou meu irmão? Tal afirmativa é inadmissível para alguém do seu nível de conhecimento! Qualquer um que conhece pouco do assunto sabe que as duas coisas são distintas! E o fato de pesquisas revelarem que em "geral" os eunucos eram homossexuais, não implica em dizer que um e outro é a mesma coisa! Não Reverendo, Jesus nunca afirmou o que você quer acreditar!
ResponderExcluirHermes vira e mexe vc vem publicar textos de gay descaradamente nê? Seu fariseu hipócrita.
ResponderExcluirHermes todos nós já sabemos que vc faz isso para dar ibope, holofotes para seu blog textos polêmicos como esse de gay e etc.
Gay para mim é um desvio de personalidade para o estado imoralidade .
Hermes, vc deve ser amigo íntimo do Deputado Federal o gay declarado Jean Wyllys, eu sei que é.
Jesus ama o pecador seja ele quem for, mas Jesus não ama o pecado contumaz que a pessoa comete como os gays fazem.
Hermes, sem dúvida, no gay eu dou coice.
Homossexual é pecado Hermes, está na bíblia isso que os enfeminados não herdará o reino dos céus, e estão a favor da bíblia e sou contra totalmente com vcs.
Só corrigindo o meu parênteses referente ao termo eunuco, significa apenas assexuado (por vários motivos que não vêm ao caso), celibatário também é uma opção que vem com o decorrer da vida assim como a homosse
ResponderExcluirHermes se o sujeito gosta de queimar sua rosquinha é problema dele.
ResponderExcluirA Bíblia é bem clara e diz que os efeminados não herdará o reino dos céus.
Portanto é de livre arbítrio a pessoa fazer o que quer, Deus não interfere na escolha da pessoa.
Efeminados é homossexual, lesbianismo, que é pecado para Deus e ponto final nesse assunto chato.
Hermes desse jeito o pessoal vai desconfiar de vc ok?
Ficar alerta meu caro, tenha discernimento no que escreve.
Pr. Raimundo Campos, e usar eunuco como referência aos celibatários, aí tudo bem? Estranho você não comentar isso... Qual a sua interpretação para o trecho, então?
ResponderExcluirAnônimo, como você tem a cara de pau de chamar o Hermes de "hipócrita"? Ninguém é mais hipócrita que um anônimo, mano! E hipócrita é quem varre os assuntos para baixo do tapete. Homossexuais sempre existiram, dentro e fora do mundo cristão, antes e depois de Cristo. Isso requer uma explicação. A explicação fácil é que eles "escolhem" uma vida de pecados. Mas centenas de milhões de pessoas seriam tão estúpidas para escolher algo que, além de torná-los párias, ainda é uma escolha impensável, nojenta, para os heterossexuais? Não faz sentido algum! Parece óbvio que a homossexualidade pode ser qualquer coisa, menos uma escolha.
Prezado Rodrigo, paz. Pra responder tua pergunta se faz necessário duas importantes observações: Primeiro: procure em qualquer enciclopédia, dicionário ou qualquer fonte da internet e verás que a definição de eunuco não tem nada haver com homossexualismo e olhe que a definição é a mesma em qualquer fonte que você pesquise! Está sempre relacionada com a castração do órgão genital masculino para cumprir propósitos egoístas de certos senhores! Só por esta razão não preciso nem lhe dizer como interpreto o texto. Mas vamos lá: Segundo: O que se está discutindo em Mateus 19 é o divórcio por qualquer motivo, não a homossexualidade. Os discípulos dizem a Jesus no versículo 10 que já que o homem não pode repudiar a mulher por qualquer motivo, então é melhor nem casar. Jesus responde que nem todo homem (estou parafraseando) suportaria viver sem sexo. Veja que a discussão está longe da questão da homossexualidade! Aí, ele vai dizer no versículo 12 que uns nascem assim, sem desejo sexual, inclusive algumas fontes definem eunuco como assexuado! Outros porque foram castrados pelos homens e outros que se submeteram a este sacrifício por causa do reino dos céus! Veja que a castração era uma forma radical de se abster do sexo ou de ser impedido de praticar o sexo. O celibato é uma forma de viver sem o sexo sem apelar para o radicalismo, mas ambos tem haver com não praticar o sexo! Por isso, eunuco e celibatário tem relação sim, com homossexualismo nunca! Grande abraço meu amigo e fica na paz.
ResponderExcluirÉ triste perceber o quão dissociada da palavra de Deus estão suas colocações !
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