terça-feira, novembro 15, 2011

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Por que Deus Se esconde de nós?



Hermes C. Fernandes

Quem nunca brincou de esconde-esconde quando criança? Não sei qual era o desafio maior, encontrar quem estava escondido depois de ter contado até cem, ou conseguir manter-se escondido por muito tempo. E quando queríamos ser achados? Propositadamente fazíamos algum barulho, ou deixávamos que nossa silhueta ficasse visível atrás da cortina fina da sala.

Na história da redenção quem primeiro se escondeu foi o homem no Éden ao perceber-se nu. “Onde estás?” bradava o Senhor. Não que Deus o tenha perdido de vista, mas ele quem se perdeu de si mesmo. Seus olhos foram abertos para discernir o bem e o mal, porém, vendados para a percepção da glória de Deus.

O Criador, porém, não desistiu de Sua criatura, e desde então, vem-Se revelando discreta e gradativamente através dos meios por Ele estabelecidos. Se quisermos saber como Deus Se revela, temos que investigar onde e como Ele Se oculta.

Mesmo depois de ter tido uma extraordinária experiência em que Deus Se revelou a ele, o profeta Isaías concluiu:
“Verdadeiramente tu és o Deus que te ocultas, o Deus de Israel, o Salvador” (Is. 45:15).
Ocultar-se do homem não foi apenas uma manifestação do Seu justo juízo, mas também de Sua misericórdia. O homem, em seu estado pecaminoso, não poderia fitar seus olhos no Eterno sem que sua vida fosse consumida (Êx.33:20).

Por amar Sua criatura, Deus não a entregou à própria sorte, mas manteve-se bem próximo dela, apesar de não ser percebido. A raça humana foi pega por uma sensação de abandono, ignorando por completo o paradeiro do seu Criador.

Gosto muito de uma história dos índios Cherokee, aqui dos Estados Unidos, que nos ajuda a entender a relação entre Deus e a humanidade depois que nossa percepção foi afetada pelo pecado. A história relata um rito de iniciação do jovem na vida adulta.

O pai leva o filho para a floresta durante o final da tarde, venda-lhe os olhos e deixa-o sozinho. O filho se senta sozinho no topo de uma montanha toda a noite e não pode remover a venda até os raios do sol brilharem no dia seguinte.

Ele não pode gritar por socorro para ninguém. Se ele passar a noite toda lá, será considerado um homem. Ele não pode contar a experiência aos outros meninos porque cada um deve tornar-se homem do seu próprio modo, enfrentando o medo do desconhecido.

O menino está naturalmente amedrontado. Ele pode ouvir toda espécie de barulho. Os animais selvagens podem, naturalmente, estar ao redor dele. Talvez alguns humanos possam feri-lo. Os insetos e cobras podem vir picá-lo. Ele pode estar com frio, fome e sede.

O vento sopra a grama e a terra sacode os tocos, mas ele se senta estoicamente, nunca removendo a venda. Segundo os Cherokees, este é o único modo dele se tornar um homem.

Finalmente...

Após a noite horrível, o sol aparece e a venda é removida.

Ele então descobre seu pai sentado na montanha perto dele.

Ele estava a noite inteira protegendo seu filho do perigo.

Deus jamais desistiu da raça humana. Mesmo que tenha ficado em silêncio por muito tempo, Ele caminhou ao nosso lado, impedindo que fôssemos destruídos.

Há momentos de tamanho sofrimento, que nos recusamos a acreditar que Ele esteja ali ao nosso lado. Jó, o homem cuja paciência foi relatada nas Escrituras como sua principal virtude, não escapou deste sentimento de abandono. Veja o que ele diz:
“Ah! Se eu soubesse onde encontrá-lo! Então me chegaria ao seu tribunal (...) Mas se me adianto, ali não está; se torno para trás, não o percebo, se opera à esquerda, não o vejo; encobre-se à direita, e não o diviso. Mas ele conhece o meu caminho...” (Jó 23:3,8-10a).
Repare que as palavras de Jó são a antítese do que dissera Davi em seu conhecido Salmo 139. Enquanto Jó admite sua ignorância, e afirma não saber onde encontrá-lO, Davi toma o caminho oposto e diz não saber onde NÃO encontrar Deus.
“Tu me cercaste em volta; puseste sobre mim a tua mão (...) Para onde me irei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer nas profundezas a minha cama, tu ali também estás. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, ainda ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá” (Sl.139:5,7-10).

A mesma realidade examinada de dois pontos de vista antagônicos. “Onde encontrar Deus?” se opõe à verdadeira questão “Onde não encontrá-lO?”


Jó é a representação da raça humana, com sua percepção espiritual fragmentada, comprometida pelo pecado. Deus não está ausente de Sua criação. O problema é que não logramos percebê-Lo, até que nos seja franqueado o Espírito de Deus, que nos aguça a percepção, revelando-nos o que estava oculto (1 Co.2:9-15).

Davi representa a raça humana com os olhos desvendados pela presença do Espírito Santo. É Ele quem nos sinaliza o Caminho, e nos mostra onde encontrar Deus. De repente, toda a realidade que nos circunda se vê tomada por Sua presença augusta e santa. Daí, o problema não é mais encontrá-Lo, e sim, como nos esconder d'Ele.

Quanto a Jó, depois do inferno astral pelo que passou, teve uma tão profunda experiência com Deus, que pôde confessar: "Com os ouvidos eu ouvira falar de ti, mas agora te vêem os meus olhos" (Jó 42:5).

O astronauta russo Yury Gagarin, o primeiro homem a viajar pelo espaço sideral, disse zombateiramente que ao chegar lá, não viu Deus algum. Ele se declarava completamente ateu.

Neil Armstrong e Buzz Aldrin, os primeiros astronautas a pousarem na lua, pouco depois que deixaram a espaçonave, sacaram uma Bíblia, um cálice de prata, pão e vinho. Ali na lua, seu primeiro ato foi celebrar a Ceia do Senhor. [COLSON, Chuck. Astronauts Who Found God.].

Armstrong deu testemunho de que tivera uma extraordinária experiência com Deus em solo lunar, fazendo com que deixasse de ser um cristão nominal, para ser um cristão fervoroso.

12 comentários:

  1. Meu irmão, da uma passadinha lá no blog para prestigiar a entrevista com nossa Rô Moreira.Se puder da uma divulgada também...Paz!!!!

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  2. Olá!A paz do Senhor!
    Muito interessante essa reflexão.É mesmo bem assim, Deus está conosco em todo o tempo, nós que em muitas vezes, estamos cegos, vazios, com os olhos tapados à sua presença.
    Deus abençõe!

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  3. Anônimo5:42 PM

    A presença de Deus está na vóz entoada pelo meu vizinho que canta hinos de louvor e chega aos meus ouvidos como um balsamo benigno...

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  4. Barbosa6:20 PM

    IRMÃO HERMES,GRAÇA E PAZ.
    Meu irmão este versículo de jó 42.5 chama o homem para que conheça a DEUS não somente de ouvir mas de velo.
    Ver como DEUS está bem perto de nós,no que muitas vezes não vemos,por nossa incredulidade.
    Jó tinha orado,anteriormente,para ver seu Redentor; ler Jó 19.27;agora foi atendido este seu anseio.
    A Palavra de DEUS é a sua presença deram a Jó uma revelação melhor dos seus caminhos e caráter. Através dessa experiência pessoal,Jó foi tranformado por uma disposição de perdoar uma renovada confiança na bondade de DEUS e uma experiência do amor divino que lhe transmitia confiança.
    O Aparecimento de DEUS a Jó foi uma evidência da retidão deste,e é uma garantia a todos os fiéis o povo santo e remidos no sangue de Jesus Cristo;de que o Senhor DEUS considera as nossas sinceras indagações ao enfretarmos provações e sofrimentos sem explicação.
    DEUS é paciente com os seus,e deles se compadece em suas fraquezas,seus equívocos e mesmo rancor; ler Hebreus 4.15.
    Em casos como o de Jó,se perseverarmos,DEUS manifestará sua presença e nos dispensará o seu cuidado.
    " JÓ DISSE: ME ARREPENDO NO PÓ E NA CINZA".
    Jó,diante da revelação de DEUS,humilhou-se arrependido.
    A palavra "arrependido",aqui indica que Jó se considerou,bem como a sua retidão moral,e sofrimento físico,como simples "pó e cinza",diante de um DEUS Santo.
    Jó não negou o que afirmara da sua vida de retidão e integridade moral,mas realmente reconheceu que é inadmissivel o homem,finito que é,reclamar e queixar-se de DEUS,e Jó arrependeu-se disto; ler Isáias 6; Gêneses 18.27.
    " DEUS É SANTO!".
    LOUVADO SEJA O SEU NOME PARA TODO SEMPRE AMÉM!

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  5. Eu acho que Deus não necessariamente se "esconde": Ele não se faz "aparecer". Constituído de um teor mais puro do que nossa alma, não deve ser característica natural dEle aparecer à nossa visão humana e carnal. Mas, como Ele tudo pode, quando precisar, pode Se fazer visto.
    Contudo mudando o "esconder" por "não aparecer", talvez seja por aí mesmo. Digo talvez não porque discorde, mas porque nosso entendimento é ínfimo em matéria de Deus.

    Até a próxima.

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  6. Lindo! Simplesmente Lindo! *-*
    A antítese que você observou entre o momento que Jó fala e o momento do Salmo 139, a reflexão toda, a história do índio...tudo... Muito bom! Maravilhoso! Melhorou meu dia! A questão não é onde encontrar Deus, é: onde não encontrá-Lo: (:

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  7. GOSTEI DA HISÓRIA DO PAI E DO FILHO NAS MONTANHAS.
    DEUS TE ABENÇOE, E A PAZ DE DEUS!

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  8. A presença de Deus está na vóz entoada pelo meu vizinho que canta hinos de louvor e chega aos meus ouvidos como um balsamo benigno...

    PAIXÃO, Edson.

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  9. Evangelista Luiz6:15 PM

    Bispo Hermes, Jesus Cristo é o Senhor da glória eterna amém!
    Estes vercículos de Jó 23.3 e Jó 42.5 já diz tudo.
    AH! SE EU SOUBESSE QUE O PODERIA ACHAR! Jó 23.3.
    Durante toda a experiência dos sofrimentos de Jó, seu maior anseio era pela presença do seu Senhor o DEUS TODO-PODEROSO.
    Raramente Jó mencionou a perda de suas riquezas; simplesmente aludiu à sua profunda tristeza pela perda de seus filhos; era a perda da da presença de Deus o que ele lamentava.
    Em todos os seus sofrimentos Jó desejava achar a Deus e ter novamente comunhão com Ele; ver
    Jó 13.24; 16.19-21; 29.2-5.
    Esse mesmo anseio por Deus deve assinalar todos os Verdadeiros cristãos.
    " Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim susprira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus Vivo." Salmos 42.1,2.
    " Ó Deus, tu és o meu Deus; de madrugada te buscarei; a minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água "; ver Salmos 63.1.
    AGORA TE VÊEM OS MEUS OLHOS. Jó 42.5.
    Jó tinha orado, anteriormente, para ver o redentor; ver Jó 19.27; agora foi atendido este seu anseio.
    A Palavra de Deus e a sua presença deram a Jó uma revelação melhor dos seus caminhos e caráter.
    Através dessa experiência pessoal, Jó foi tranformado por uma disposição de perdoar, uma renovada confiança na bondade de Deus e uma experiência do amor divino que lhe transmitia confiança.
    O aparecimento de Deus a Jó foi uma evidência da retidão deste, e é uma garantia a todos os fiéis de que o Senhor considera as nossas sinceras indagações ao enfrentarmos provações e sofrimento sem explicação.
    Deus é paciente com os seus filhos, e deles se compadece em suas fraquezas, seus equívocos e mesmo o rancor; ver Hebreus 4.15.
    Em casos como o de jó, se perseverar-mos, Deus manifestará sua presença e nos propocionará o seu cuidado.
    Os olhos de Deus está em todos os lugares, contemplando os bons e os maus.

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  10. Evangelista Luiz7:43 PM

    Irmão Hermes, paz de Jesus o rei da glória esteja sempre com o irmão.
    Me perdoe irmão Hermes eu troquei o versículo.
    Os versículos é de Jó 23.3;23.10-12 que o irmão mencionou fala da sede do homem por Deus e sua Palavra, ao qual quero comentar amém?
    AH! SE EU SOUBESSE QUE O PODERIA ACHAR! Jó 23.3.
    Durante toda a experiência dos sofrimentos de Jó, seu maior anseio era pela presença do seu Senhor, O DEUS TODO-PODEROSO.
    Raramente Jó mencionou a perda de suas riquezas; simplesmente aludiu à sua profunda tristeza pela perda de seus filhos; mas a maior perda em sua vida, era da prersença de Deus o que ele lamentava.
    Em todos os seus sofrimentos ele desejava achar a Deus e ter novamente comunhão com Ele; ver
    Jó 13.24; 16.21; 29.2-5.
    Esse mesmo anseio por Deus deve assinalar todos os Verdadeiros cristãos.
    " Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus Vivo. "ver
    Salmos 42.1,2.
    " Ó Deus, tu és o meu Deus; de madrugada te buscarei; a minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água. " ver Salmos 63.1.
    PROVE-ME, E SAIREI COMO O OURO. Jó 23.10-12.
    Jó estava confiante de que Deus ainda cuidava da sua vida e que sabia que nenhuma adversidade afastaria Jó da sua lealdade a ele.
    Jó considerava seu sofrimento como uma prova de sua fé no Senhor e so seu amor por ele.
    Jó no fundo do seu interior, na sua alma sabia que o senhor Deus sempre estava ao seu lado em tanta provações, mesmo Deus não lhe respondendo, pois quando Deus prova seus servos ele fica em silêncio.
    Em Jó 30.20 fala:
    Clamo a ti, mas tu não me respondes; estou pé, mas para mim são atentas.
    Todos os filhos de Deus têm essa experiência em algum momento da sua vida com Ele; uma ocasião em que clamam a Deus por socorro e Deus parece não ouvir.
    Até mesmo o Senhor Jesus Cristo passou por tal experiência; ver Mateus 27.46.
    Através dessa experiência, nossa fé é provada.
    Em tais ocasiões, não devemos deixar de perseverar na fé; ver Mateus 15.21-28; Lucas 18.1-7; I Pedro 1.7.
    Sabemos, pelo modo como Deus lidou com Jó e com todos os cristãos fiéis no decurso da história, que nenhum Verdadeiro seguidor do Senhor é jamais abandonado por Ele; ver Hebreus 13.5, e nenhuma oração sincera jamais deixa de ser ouvida; ver Hebreus 10.32-39.
    O SENHOR É MEU AJUDADOR. Hebreus 13.6.
    Não importa quão limitadas sejam nossas possessões terrenas, nem quão difícies sejam as nossas circustâncias, nunca devemos temer que Deus nos deixará ou nos abandonará; ver
    Josué 1.5.
    As Escrituras declaram que o Pai celestial tem cuidado de nós.
    Por isso, podemos dizer juntamente com o escritor de Hebreus, que branda com o salmista:
    " O Senhor é o meu ajudador e não temerei ".
    Essa afirmação pode ser feita com confiança em tempos de necessidade, de aflição, de provações ou de adversidade; ver mateus 6.30,33.
    A Verdade é que Deus nunca muda, ele é uma âncora segura para nossa fé.

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  11. Graça&Paz!
    Gostei imenso do paralelismo e ao mesmo tempo do "antagonismo" entre a visão de Jó e Davi. Muito bem colocado.

    Um abraço.

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