Ingmar Bergman deixou filmes inesquecíveis. Em “O Sétimo Selo” ficou a afirmação instigante: “A fé é uma aflição dolorosa... é como amar uma pessoa que está no escuro e não sai quando a chamamos”. No espírito, a intangível e incurável angústia da fé, um cético e incrédulo que crê apenas no vazio e por isso mesmo não sofre, não se aflige, diria outro. A fé ensina a não nos darmos por satisfeitos com os sucessos materiais e nem com satisfações imediatas. Igrejas cheias – mas de gente sem fé, sem esperança, que entra pela porta da frente em multidões e em ondas sai pela porta dos fundos – denunciam as desconfianças sobre um cristianismo sem essência, falsificado na religião com propósito, prosperidade, sucesso numérico (de olho no dinheiro dos fiéis). Afirmam um cristianismo copiado da experiência inicial da igreja mediterrânica contaminada pela prestidigitação, curandeirismo, magia e superstição; por assombrações, almas penadas, espíritos imundos, orações esotéricas e carismas reluzentes, mas sem amor (“ágape”), combatidos pelos apóstolos de Cristo (1Co 12,13,14). Nele não há lugar para Paulo ou Lutero, pregadores da fé incondicional e da graça.
Muitos se servem da fé condicionada, pragmática, como anestésico, droga comercializada, e entregam-se à alienação (“allienus”: ficar fora de si, não exercer o papel de pessoa consciente). Para alguns, a fé não é assim, quando se pedem soluções definitivas para atacar estruturalmente a onda de violência, de corrupção, de injustiça social que grassa no país e no mundo. Trilhamos para um futuro com rastros de sangue e vidas inocentes ceifadas pelo despreparo e pelo descaso ou inconsciência.
O cristianismo simbólico, carismático, dispensa a fé incondicional, desconhecendo a esperança ética de transformações. Para muitos evangélicos, preocupados com a prosperidade e solução para tudo, vale o dito: "Entre Deus e o dinheiro, o segundo é o primeiro" (LeonardoBoff). Não é inclusiva, a fé neoevangélica. Não considera a luta da mulher por direitos iguais; despreza as minorias sexuais oprimidas e as alija da vida de fé; esquece as crianças sob forte risco social, que morrem como moscas nas periferias das metrópoles e são condenadas à marginalização perpétua. Crianças de hoje também levam armas de fogo para as salas de aula.
Esta sociedade (somos 15% evangélicos, 75% católicos, 10% outros credos, segundo o IBGE/2000) ignora as consequências da pobreza e miséria enquanto paga o preço, aliviando-se por meio do consumismo compulsivo. Drogaditos, alcoolistas, no mesmo plano de abandono e desespero, marcam a realidade presente. Jovens evangélicos ou carismáticos servem à alienação nos louvores gospel, na pele tremida pela oração esotérica. Enquanto isso, ocupam altares em busca de espaço e sucesso, olhos estrábicos à violência absurda que não se quer combater. Na fuga religiosa, o púlpito e a mesa da comunhão, alimentadores da fé, são substituídos por palcos, ofertórios compulsórios, promessas jamais cumpridas. Deus é bajulado com louvação insincera; não há lugar para a oração íntima, indignação, denúncia no novo culto pentecostalizado. Todos querem ser ricos e bem-sucedidos sob o favor da grana idolatrada: ter e aparecer! Almejam a prosperidade pessoal e nada mais. Pregadores anunciam igrejas e crentes ricos como sinais da bem-aventurança eterna.
O mundo das desigualdades sociais e regionais em nosso país está aí. A concentração do poder, do saber, da renda e da propriedade, das drogas, da violência, da fome, da cegueira espiritual e das falsas propostas religiosas estão aí e não se vê. “Em tudo isso, é curioso notar que a fé sem ética está morta (cf. Tiago). E uma vez morta, só nos resta fazer sua autópsia e torcer pelo seu breve sepultamento, para então renascer líderes que com integridade cumpram sua missão amando a Deus e a este povo sofrido!”, como disse o pastor Eduardo Pedreira.
A fé bíblica implica em fidelidade (“emunah”, “pistis”, acompanham o sentido: “o justo viverá pela fé”, Hb 2.4, Rm 1.17, Gl 3.11; não se pode traduzir como sentimento de favorecimento subjetivo e íntimo). A fé incondicional constitui o essencial da atitude de Cristo diante da cruz, no sofrimento ético contra o desespero e a angústia diante das injustiças. Cristo reconhece-se como parte do povo bíblico e seu sofrimento quando entregou-se à fé (“emunah”) na esperança do cumprimento das promessas de realização do desígnio divino contra o domínio da morte. Um mundo novo é possível. O reino chega através dos sofrimentos, da indignação, da recusa ética da injustiça. Jesus teve que amargar o fracasso total de seu empreendimento, na morte, para juntar seu povo na missão de Deus na luta pela salvação e libertação da humanidade em todos os tempos. Jesus teve fé no que anunciava!
Derval Dasilio (Via Emeurgência)
Meu amado em Jesus Cristo de Nazaré HERMES,DEUS te abençõe,o irmão e toda sua família amém?
ResponderExcluirMeu irmão quero comentar alguns assuntos amém?
Foi mencionado no texto em I Coríntios 12.12,13,14 que diz: Porque,assim como o corpo é um e tem muitos membros,e todos os membros,sendo muitos,são um só corpo,assim é Cristo também.
Pois todos nós fomos batizados em um Espírito,formando um corpo,quer judeus,quer gregos,quer servos,quer livres,e todos temos bebido de um Espírito.
Porque também o corpo não é um só membro,mas muitos. UM SÓ CORPO,ASSIM É CRISTO.
TODOS NÓS FOMOS BATIZADOS EM UM ESPÍRITO.
O batismo"em um espírito"não se refere,nem ao batismo em águas,nem ao batismo no Espírito Santo que Cristo outorga ao cristão como no dia do pentecoste ver Mateus 1.8; Atos 2.4.
Refere-se,pelo contrário,ao ato do Espírito Santo batizar o cristão no corpo de Jesus Cristo-a igreja,o povo de DEUS,unindo-o a esse corpo;fazendo com que ele seja um só com os demais cristãos. É a transformação espiritual(regeneração) que ocorre na conversão e que coloca o cristão "EM JESUS CRISTO" BÍBLICAMENTE.
No livro de Gálatas 3.11 diz:
O JUSTO VIVERÁ PELA FÉ.
O apóstolo Paulo cita em Habacuque 2.4 para ilustrar a justificação pela fé; ver Romanos 1.17.
Habacuque enfatiza que quem é justificado pela fé possui a Verdadeira justiça interior,pois ele contrasta o justo com o ímpio,cuja alma "NÃO É RETA NELE". Sendo assim,Paulo cria que a justificação envolvia uma verdadeira justiça mediante o Espírito Santo habitando na pessoa.
No livro de Romanos 1.17 diz: Porque nele se descobre a Justiça de Deus de fé em fé,como está escrito; Mas o justo viverá da fé.
DE FÉ EM FÉ.
"De fé em fé" significa literalmente "FÉ DO COMEÇO AO FIM". O justo deve viver sempre pela fé,e,assim fazendo,continua a viver uma vida,espiritualmente cada vez mais rica ver Romanos 8.12,13; 14.13,23; Hebreus 10.38.
Mas devemos lembrar-nos que a fÉ nunca pode ficar só,ela é acompanhada por obras se não,ela é morta.
A FÉ SEM OBRAS PARA NADA APROVEITA.
Em Tiago 2.14,26 tratam do problema,sempre presente na igreja,daqueles que professam ter fé salvífica no Senhor Jesus Cristo,mas que,ao mesmo tempo,não demonstram pelas obras nenhuma evidência de devoção sincera a Ele e à sua Palavra. Somente quem obedece pode de fato crer,e somente aqueles que crêem podem de fato obedecer ao Senhor ver Tiago 2.24 que diz: Vedes,então,que o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé. As obras sem a fé são mortas. A fé sem obras é fé morta. A fé Verdadeira sempre se manifesta em obediência para com DEUS e atos compassivos para com os necessitados ver Tiago 2.22; Romanos 1.5.
Concluindo: Tiago objetiva seus ensinos contra os que na igreja professam fé em Cristo e na expiação pelo seu sangue,crendo que isso por si só bastava para a salvação. Eles também achavam que não era essencial no relacionamento com Jesus Cristo obedecer-lhe como Senhor.
Tiago diz que semelhante fé é morta e que não resultará em salvação,nem em qualquer outra coisa boa ver Tiago 2.14,16,20,24. O único tipo de fé que salva é " A FÉ QUE OPERA POR AMOR" ver Gálatas 5.6 diz: Porque,em Jesus Cristo,nem circuncisão nem incircuncisão têm virtude alguma,mas,sim,a fé que opera por amor.
IRMÃOS,DEVEMOS SEMPRE LEMBRAR DOS NECESSITADOS, O NOSSO PRÓXIMO.
LEVANDO A ELES,A PALAVRA DE SALVAÇÃO DE VIDA ETERNA ATRAVÉS SE JESUS CRISTO.
E TAMBÉM SUPRIR OS POBRES NECESSITADOS EM TODAS SUAS NECESSIDADES.
ISTO É UM PRECEITO DE JESUS CRISTO DE NAZARÉ;ISTO TAMBÉM É OBRAS.
Amado irmão, muito boa a sua reflexão. De fato, a genuína fé cristã, bíblica, é equilibrada entre a contemplação e a ação, entre o futuro e o presente, entre o reino que há de vir e o que já veio e está tanto entre nós como em nós.
ResponderExcluirGraça e Paz!
P.S.: Já sou seguidor. Coloquei o seu banner no meu blog.
Caro irmão Hermes,
ResponderExcluirMais um exemplo de fé que parece fé, mas é fé morta! http://goo.gl/fb/v356e
Ah que tristeza!
Mas há Esperança!
Grande abraço,
Matheus Soares
http://entendes.blogspot.com
A Gospelização vive uma Transferência de Credibilidade.
ResponderExcluirUma proposição é considerada boa porque vem de uma boa fonte ou má se vem de fonte ruim. Esta fonte pode ser a tradição, a posição da autoridade, a maioria, etc.
Esse tipo de sofisma é também sofisma de implicação, pois considera que a autoridade da fonte implica na veracidade do enunciado.
Aqui entra os besteirois falados por pastores pregadores famosos levando o povão a viver uma vida anti-cristã se se dar conta ou na contra mão do Evangelho e da Verdade das Escrituras, sendo anestesiada por sofismas cada vez mais bem elaborados com a parceria do deus desse século, mamom.