quarta-feira, dezembro 23, 2009

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O prazer de dar presentes

É fácil entender por que receber um presente nos deixa tão felizes: ele é sinal de que você é querido e você ainda ganha o presente propriamente dito, uma novidade interessante, coisa que todo cérebro adora.

Mas por que dar um presente também é tão bom? Pela lógica racional, dar um presente custa tempo e dinheiro, e não nos traz nenhum benefício direto. Mas será mesmo?

A neurociência hoje tem uma visão diferente. Presentear traz benefícios ao cérebro, e de várias formas. A primeira recompensa para quem presenteia é o sorriso no rosto de quem recebe o pacote. O sorriso deixa a pessoa presenteada ainda mais bonita aos olhos do nosso cérebro. O cérebro registra o sorriso do outro ativando o córtex órbito-frontal, na frente, entre os olhos. Como essa parte do cérebro representa o valor positivo dos acontecimentos, a beleza do sorriso do outro, sobretudo se ele acontece por nossa causa, já é um prazer e tanto.

Segundo benefício: ao ver o sorriso no rosto da pessoa presenteada, o nosso cérebro nos faz sorrir também. Acontece assim. Sorrimos quando vemos alguém sorrir de felicidade porque isso aciona neurônios-espelho no córtex pré-motor, que, por imitação, colocam um sorriso em nosso rosto também. Junto com o sorriso vem uma série de mudanças no corpo, também provocadas pelo cérebro. A gente se sente melhor, mais leve e mais feliz.

Mas o mais impressionante é que já começamos a nos sentir bem muito antes de entregar o presente. A simples decisão hoje de fazer o bem amanhã já basta para ativar o sistema de recompensa e também o córtex órbito-frontal, o representante do lado positivo das coisas. Isso acontece muito antes de vermos qualquer sorriso se formar no rosto do outro. Essa ativação antecipada nos dá prazer, mesmo que fazer o bem tenha um custo em dinheiro e tempo. Para os céticos, o prazer que nosso cérebro sente em decidir fazer o bem seria uma prova de que não fazemos nada que não nos traga algum benefício. Mas eu prefiro pensar diferente. Imagine só: meu cérebro poderia não ligar a mínima para a possibilidade de fazer o bem aos outros. Mas ele liga. E com isso todos ganham: quem dá e quem recebe. Não é o melhor dos mundos?

Que bom que a neurociência chegou a esta conclusão. Porém, muito antes da ciência, Jesus já havia dito que melhor coisa é dar do que receber. Isto é, dar não nos proporciona apenas um prazer equivalente ao que temos quando recebemos presentes. Dar nos proporciona um prazer ainda maior. Como sempre, Jesus está a um passo à frente das descobertas científicas!

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