domingo, maio 01, 2011

1

É preciso saber perdoar



Por Hermes C. Fernandes

Talvez o que mais tem prejudicado a comunhão entre os homens seja a falta de perdão. Não podemos esquecer-nos de que as pessoas com quem nos relacionamos são falíveis, e por isso, devemos estar prontos para uma eventual decepção. Se vivermos em amor, certamente não cobraremos nada daqueles que amamos.

Antes da Cruz, o perdão ao próximo era indispensável para que se obtivesse o perdão de Deus. Jesus deixa bem claro isso em Marcos 11:25-26:

“E quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas. Mas se vós não perdoardes, também vosso Pai, que está nos céus, não vos perdoará as vossas ofensas.”
Quem não se dispusesse a perdoar o seu ofensor, não receberia o perdão divino dos seus pecados. Portanto, quem quer que desejasse o perdão de Deus, deveria primeiro perdoar àqueles que o ofenderam.
Antes da Cruz de Cristo, devia-se perdoar para que se fosse perdoado por Deus, porém agora, depois que Cristo pagou pelos nossos pecados, devemos perdoar porque já fomos perdoados. O Apóstolo Paulo ordena: “Toda a amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmias e toda a malícia sejam tiradas de entre vós. Antes sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo”.[1] Ora, se Cristo já nos perdoou todos os pecados, por quê razão deixaríamos de perdoar àqueles que nos têm ofendido?

Jesus nos dá um exemplo disso em Sua parábola do credor incompassivo.

De acordo com essa parábola, “o reino dos céus pode ser comparado a certo rei que quis ajustar contas com os seus servos. E começando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. Não tendo ele com que pagar, o seu senhor mandou que ele, sua mulher e seus filhos fossem vendidos, com tudo o que tinha, para que a dívida fosse paga. Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo e tudo te pagarei. Então o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida”.[2] Foi exatamente isso que Deus fez por nós. Ele perdoou-nos uma dívida que jamais teríamos condição de pagar! Primeiro, Ele nos impôs a Lei para que tivéssemos uma noção do valor da nossa dívida, e pudéssemos perceber quão impossibilitados estávamos de pagá-la. Depois, Ele mesmo veio ao mundo através do Seu Filho, e pagou a nossa dívida com a própria morte. E agora, qual deve ser a nossa postura diante daqueles que nos ofendem? Deveríamos agir da mesma maneira como Deus agiu conosco. Porém, não foi isso que aquele servo fez. Veja o que diz o resto da parábola:

“Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários. Lançando mão dele sufocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves. Então o seu companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe: Sê generoso para comigo e tudo te pagarei. Ele, porém, não quis. Antes, foi encerrá-lo na prisão, até que saldasse a dívida.”[3]

É exatamente assim que muitos cristãos têm agido. Querem misericórdia, mas não querem ser misericordiosos. Quando o senhor daquele homem soube do que havia acontecido, chamou-o e disse-lhe: “Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu igualmente compadecer-te do teu companheiro, como também eu me compadeci de ti?”.[4]

Se não formos misericordiosos com os nossos irmãos, corremos o risco de sermos disciplinados por Deus com severidade. Isso não quer dizer que a dívida que tínhamos com Deus, e que já foi perdoada na Cruz, será revalidada. De forma alguma! Dos nossos pecados, Ele já não se lembrará mais! Esta é a promessa de Deus e não pode voltar atrás.

Entretanto, por sermos incompassíveis, Deus nos disciplinará. Por exemplo: Ele jamais nos tirará a salvação, haja vista que ela é um dom eterno de Deus. Porém, poderemos ser privados da alegria da salvação. Assim também, o que foi perdoado não pode ser relembrado por Deus, porém, podemos perder a sensação do perdão. Embora Deus nos tenha perdoado, nosso coração estará nos condenando, até que liberemos o perdão àquele que nos ofendeu.

Só temos paz em nosso coração, quando perdoamos os nossos ofensores. Veja o que Paulo fala sobre isso:

“Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós (...) E a paz de Deus, para a qual fostes chamados em um só corpo, domine em vossos corações. E se agradecidos.”[5]

Não há ingratidão maior que se possa fazer a Deus do que deixar de perdoar um irmão. Ao perdoar alguém, você está sendo grato a Deus pelo perdão que Ele lhe concedeu, e por isso mesmo, a paz de Deus dominará o seu coração.

[1] Efésios 4:31-32[2] Mateus 18:23-27[3] Vs.28-31.[4] Vs.32-33[5] Colossenses 3:13,15

Extraído do livro "Amor Radical" de nossa autoria.

Um comentário:

  1. Missionário Barbosa11:18 AM

    Irmão Bispo amado em Jesus Cristo HERMES, graça e paz de Jesus Cristo o Justo de Nazaré.
    No livro de Mateus 6.15 diz: Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará a vossas ofensas.
    Esta declaração de Jesus Cristo salienta o fato de que o cristão deve estar pronto e disposto a perdoar as ofensas sofridas da parte dos outros. Caso ele não perdoe seu ofensor arrependido, Deus não o perdoará e suas orações não terão resposta. Aqui está um princípio essencial para obtermos o perdão de Deus; leiam Mateus 18.35; Marcos 11.26; Lucas 11.4.
    Mateus 18.35 diz:
    Assim vos fará também meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas.
    Jesus nesta parábola ensina que o perdão divino, embora seja concedido graciosamente ao pecador arrependido, é, também, ao mesmo tempo condicional, de conformidade com a disposição do indivíduo, de perdoar ao seu próximo. Por isso, uma pessoa pode ficar sem perdão divino por ter um coração cheio de amargura, que não perdoa ao próximo; leiam em Mateus 6.14,15; Hebreus 12.15; Tiago 3.14; efésios 4.31-32.
    estes textos acima, mostram que amargura, ressentimento e animosidade contra o próximo são totalmente incompativeis coma a Verdadeira Vida cristã, e que devem ser banidos da vida do cristão professo em Jesus Cristo.
    No livro de Lucas 17.3,4 diz:
    Olhai por vós mesmos. E, se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; e, se ele se arrepender, perdoa-lhe; e, se pecar contra ti sete vezes no dia e sete vezes no dia estiver ter contigo, dizendo: Arrependo-me, perdoa-lhe.
    No tocante à declaração de Jesus a respeito do perdão ao próximo, obeservamos o que segue:
    1- Jesus deseja que o cristão queira sempre perdoar e ajudar os que ofendem, em vez de abrigar em espírito de vingança e ódio.
    2- O perdão e a reconciliação não podem ocorrer verdadeiramente, até que o transgressor reconheça sua ação errada e se arrependa sinceramente.
    3- O ofendido deve estar disposto a continuar perdoando mesmo qua lhe seja custoso, se o culpado se arrepender sinceramente.
    Quando a perdoar "sete vezes no dia" Jesus Cristo de Nazaré não está justificando a prática do pecado habitual. Nem está Jesus Cristo dizendo que o cristão deve permitir que alguém o maltrate ou abuse dele indefinidamente.
    O ensino de Jesus é que devemos estar sempre disposto a a judar e perdoar o ofensor.
    Concluindo: No livro de Marcos 11.25 diz:
    E, quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas.
    Se o cristão secretamente abrigar no seu coração animosidade ou amargura contra quem que que seja, sua fé jamais será suficiente para a resposta às suas orações.
    Que nenhum cristão professo em Jesus cristo iluda-se neste particular; leiam
    Mateus 18.35.
    Lembrem-se: Sem Jesus Cristo de Nazaré não dá para ser Feliz!
    Irmãos! Fiquem na Vedadeira Paz que é Jesus Cristo o Senhor!

    ResponderExcluir