Em um ritmo frenético, acabamos entrando para a tribo dos cabeças-de-vento.
Jesus teve uma vida marcada por seu discurso. Ele pregava com autoridade, a ponto de as “multidões se maravilharem” (Mt 7:28,29). Ele falou muito sobre ele mesmo, sua missão e sobre o reino de Deus, desafiando as pessoas acerca de assuntos complexos e relevantes. Todavia, suas mensagens eram tão simples. Ainda assim, nos perdemos em sua compreensão, porque temos muitas coisas com as quais nos preocupar.
Essa é minha história. Eu “jogo nas onze posições”. Faço isso aqui, aquilo ali, tento resolver o caos e, então, me vejo pensando em como não fiz isso, nem aquilo, tampouco resolvi o caos; pelo contrário, fui absorvido por ele. O pior é que me orgulho desse ativismo ridículo, imaginando que meu ritmo frenético de alguma forma mostrará minha importância. Sou um cabeça-de-vento. Tenho certeza de que não sou o único.
Em Mt 6:25-34, Jesus fala sobre e para minha tribo; os cabeças-de-vento. Ele destaca o simples fato de que nós nos preocupamos. Preocupamo-nos com o presente, com o futuro. Preocupamo-nos com o que temos, com o que precisamos. Preocupamo-nos em alta voz, perguntamos “o que comeremos? O que beberemos ou com o que nos vestiremos?” Buscamos todas essas coisas (Mt 6: 31-32). Nosso nível de ansiedade costuma ditar nosso nível de atividade.
Jesus propõe uma alternativa. Ele nos faz lembrar que nosso pai celeste conhece cada uma das nossas necessidades, e nos diz: “buscai, pois, em primeiro lugar o reino de Deus, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6:33). Com essas palavras, Jesus nos convida a estreitarmos nosso foco, de “todas estas coisas” para “o reino de Deus”.
Essa é uma grande mudança para os cabeças-de-vento. É um solo muito estreito para caminharmos. Somos caçadores do que Soren Kierkegaard chamou de “o ideal mundano”, cujas promessas variam entre “uma enormidade de coisas, a dispersão, o jogo das mudanças”, mas que em última instância nos leva a um “vazio fruto da multiplicidade” e “vaga diversão”.
Kierkegaard geralmente faz descrições sombrias das coisas, mas nesse ponto ele parece estar com a razão. Em alguns momentos de esporádica introspecção eu preciso de um foco menor. Considero a possibilidade de me dedicar a uma coisa apenas, mas logo me vejo ocupado com tantas outras... Como um cabeça-de-vento. Jesus, no entanto, não desiste de mim. Ele me chama para descansar (Mt 11:28), para beber (Jo 7:37), para permanecer (Jo 15:7), para fazer aquilo para o qual fui criado e recriado para fazer: buscar o reino de Deus.
Jesus nos chama – todos – para estreitarmos nosso foco. Longe do muito; apenas Nele. Ele nos faz esse convite não porque as coisas não tenham valor (bem, algumas não valem mesmo), mas porque todas as coisas foram criadas por ele e para ele (Cl 1:16) e porque nosso Pai se agrada em nos dar o reino” (Lc 12:32). Nós também; em recebê-lo!
Texto de Jack Wisdom - Via Cristianismo Hoje
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