sábado, março 28, 2009

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Jejum de Eletricidade

Se nossos ancestrais puderam viver sem eletricidade por toda a vida, por que não podemos sacrificar uma única hora do nosso dia sem luz pela nossa posteridade?

Acho que o jejum bíblico tinha como propósito nos ensinar a valorizar os recursos disponíveis na natureza. Infelizmente, a gente só valoriza algo quando somos privado dele.

Muitos religiosos praticam o jejum em nossos dias, porém, pela motivação errada. Acham que privar-se de alimento por algumas horas vai torná-los mais santos, e consequentemente, dignos da atenção de Deus. Ledo engano!

O jejum serve para nos disciplinar, e ensinar-nos o valor daquilo de que estamos nos privando espontaneamente em prol do bem comum.

Como cristãos, acreditamos que o que nos faz aceitáveis a Deus não é o fato de estarmos com a barriga cheia ou vazia, e sim, fiar-nos em Sua misericórdia e nos méritos de Seu Filho Jesus Cristo.

Portanto, não façamos do jejum uma moeda com a qual podemos comprar as bênçãos divinas.

Mas façamos dele uma maneira de expressar nossa solidariedade com aqueles que nada têm, e como um manifesto contra o desperdício de nossa sociedade consumista. Nas palavras de Paulo, o apóstolo, jejuar é sinônimo de "chorar com os que choram", para depois podermos nos "alegrar com os que se alegram".

E mais:

Nos tempos bíblicos, estimulava-se o jejum de comida, pois aquela era uma sociedade cuja economia era agropecuária. Nos tempos hodiernos deveríamos promover outros tipos de jejum, privando-nos momentaneamente dos recursos esgotáveis que a natureza e a tecnologia nos oferecem.

Hoje estaremos participando da Hora do Planeta (Earth Hour). Desligaremos nossas lâmpadas por uma hora. Faremos um jejum de eletricidade.

Que tal se fizermos, de vez em quando, um jejum de carro? E um jejum de celular? De internet?

Se desenvolvermos esta consciência, estaremos nos privando momentaneamente daquilo que queremos que nossos filhos desfrutem com abundância.

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