Memória e Exemplos: Missionários, Mestres, Mártires
Comemoramos hoje uma instituição de origem divina, e provisão do Senhor para o bem de sua Igreja: o Episcopado. O período pós-apostólico presenciou o Espírito Santo iluminar a Igreja a tomar quatro decisões fundamentais: 1. Estabelecer o Cânon bíblico; 2. Estabelecer as doutrinas centrais e sistematizá-las nos Credos; 3. Afirmar o Batismo e a Ceia do Senhor como Sacramentos; 4. Estabelecer o Episcopado como forma de governo. Na realidade, esta última foi a primeira, pois foram os bispos, reunidos em Concílios Gerais, que deliberaram sobre as três anteriores. Um século depois da ressurreição do Senhor o Episcopado estava em pleno funcionamento em toda a Cristandade. Diferenças doutrinárias dividiram a Igreja Antiga em ramos: o bizantino (grego), o pré-efesiano (nestorianos), os pré-calcedônios (jacobitas) e os latinos (romanos). Mas a única dessas quatro bases a não sofrer questionamento foi exatamente o Episcopado.
A Igreja Antiga, Una, Santa, Católica e Apostólica, teve, ao longo dos séculos, em seus bispos, sucessores dos apóstolos, como missionários, mestres e mártires. Os desvios encontrados nesse ministério (aristocracia, simonia) na Igreja Ocidental no ocaso da Idade Média, foi, não só algo localizado em um tempo: o da crise geral da civilização medieval, mas no espaço, já que as expressões orientais da Igreja não conheceram essas distorções. A história do movimento missionário moderno vem encontrar, mais uma vez, bispos como servos que deram a sua vida pela causa da fé. Aponta-se hoje para um punhado de bispos hereges, que foram eleitos em Concílio, por Presbíteros, Diáconos e leigos igualmente hereges. Essas ínfimas exceções não atingem a regra de dois mil anos de história da Igreja, iluminada pelo Espírito Santo, inclusive na atualidade mundial.
Por mil e quinhentos anos a Igreja não conheceu outro governo senão a dos bispos. As Igrejas Anglicanas e as Igrejas Luteranas escandinavas e bálticas (+ parte da Alemanha), hoje signatárias do “Acordo de Porvoo”, e suas Igrejas filhas, mantiveram o Episcopado com a fé reformada, ou seja, o protestantismo episcopal. Quando da Reforma, parte da nascente burguesia nos primórdios do capitalismo europeu do século XVI, em sua diversidade de expressões, rompeu não só com o Episcopado, mas, muitas vezes, com os Credos e Sacramentos, mutiladas em sua herança apostólica, parcializadas em sua identidade cristã.
Apesar do satânico “espírito de Coré” que marca a dilacerada e revoltada Igreja de hoje, na arrogância das personalidades individualistas e desprezadoras do passado, deverá ser resistida, porque um dia – como todos os males – haverá de passar, e o Episcopado permanecerá.
Hoje, os bispos continuam a ser missionários e mestres da doutrina, sofrendo diversas formas de martírio, sendo a pior delas aquela que vem do interior da própria Igreja. Mas, uma instituição nascida no coração de Deus, elaborada pelas iluminadas primeiras gerações haverá de cumprir o seu papel, até a consumação dos séculos. Assim é a promessa, e assim Deus nos ajude.
Amém!
---------------------------------------------------------------
Texto de Robinson Cavalcanti, bispo anglicano da Diocese do Recife.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirIsso é o episcopado. Não o que muitas igrejas tem pregado ai...que bispo é so um cargo dado as vezes sem conhecimento sulficiente. apenas por amizade e politicagem. Blog muito bom. muito edificante....cade a reina de São gonçalo RJ????... Deus abençoe
ResponderExcluir