sábado, fevereiro 14, 2009

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Consumo de bens x Consumo de pessoas











No início, a igreja era um grupo de homens centrados no Cristo vivo. Então, a igreja chegou à Grécia e tornou-se uma filosofia. Depois, chegou à Roma e tornou-se uma instituição. Em seguida, à Europa e tornou-se uma cultura. E, finalmente, chegou à América e tornou-se um negócio. Richard Halverson

Acabei de ver o filme História das Coisas e fiquei "abobado" com a riqueza das informações transmitidas no filme, mas o que mais me chamou atenção é a fala da apresentadora que diz que este sistema de consumo que aí está não nasceu do acaso, foi pensado, estrategizado e implementado e cita que no começo da era que se seguiu à Segunda Guerra Mundial, um consultor de vendas americano chamado Victor Lebow declarou:

"A nossa economia enormemente produtiva... requer que nós façamos do consumo o nosso modo de vida, que nós convertamos a compra e o uso de mercadorias em rituais... que nós busquemos a nossa satisfação espiritual ou do nosso ego no consumo... nós precisamos de coisas consumidas, destruídas, gastas, substituídas e descartadas numa taxa continuamente crescente."

O curioso é que de onde saiu essa mentalidade e todas as produções midiáticas para o mundo inteiro engolir via TV, cinema, revistas e jornais , saiu também o sistema religioso capitalista que predomina hoje em nosso país. E e não é muito diferente, como se tratou a questão do consumo de bens , se tratou também a do consumo da fé.

O círculo vicioso do consumo desenfreado que destrói o planeta e gera pessoas cada vez mais desconsoladas e tristes é muito similar ao vÍcio religioso que é sustentando também pela mídia "gospel" . As vezes nos chegam no mesmo pacote, vende se a fé junto com refrigerante e vende–se Bíblia que faz ganhar mais dinheiro pra gastar mais ou para comprar vários tipos de bíblias diferentes... lucro, lucro, lucro.

Ir ao shopping ou ir a igreja ?

Tanto faz.

Produtos, serviços e praça de alimentação, você encontra nos dois lugares. Promessa De uma vida melhor e mais confortável idem, a diferença é que o mercado religioso hoje é mais lucrativo, porque além de ganhar aqui você, (se comportando e pagando todos os carnês em dia), ganha também uma mansão celestial toda mobiliada.

O pior de tudo é que no meio religioso se descarta pessoas como se fossem coisas usadas que após algum tempo não tem mais valor, se perde o potencial de consumo.

O mesmo status que tem o consumidor em potencial, tem o dizimista e ofertante em potencial , porque os dois tem carro, celular e bens tecnológicos de ultima geração. Pelo menos na propaganda feita na TV ou na que é feita nos púlpitos. Mas é tudo mentira.

Consumidores de produtos e consumidores da fé compartilham da mesma angústia e recorrem à drogas similares para sustentarem essa mentira.

No final do filme "História das Coisas" a apresentadora nos confronta a iniciar, estrategizar e promover uma nova mentalidade de consumo sustentável e uma nova relação com o planeta.

No que diz respeito a uma nova espiritualidade é preciso também ter coragem para levantar a bandeira de uma nova postura, onde as pessoas que lucram com a fé, aprendam a viver com e para ela, compartilhando-a e não vendendo-a.

Nos dois casos é certo que alguns poucos perderão muito, para que muitos possam viver dignamente e não enganados e iludidos.

Tente imaginar como uma religião que mantém um país com um próprio banco e latifúndios no mundo inteiro e outras religiões que são detentoras de canais de TV , radio, jornais e até fabricas de refrigerante, irão sobreviver...

De forma humilde, assim como o mestre nos ensinou.

Um novo mundo, um novo planeta , uma nova humanidade, passa por uma nova postura que começa em atitudes individuais e locais com repercussão global .

Quem vai querer? É de graça.

O que é História das Coisas?

Da extração e produção até a venda, consumo e descarte, todos os produtos em nossa vida afetam comunidades em diversos países, a maior parte delas longe de nossos olhos. História das Coisas é um documentário de 20 minutos, direto, passo a passo, baseado nos subterrâneos de nossos padrões de consumo.

História das Coisas revela as conexões entre diversos problemas ambientais e sociais, e é um alerta pela urgência em criarmos um mundo mais sustentável e justo. História das Coisas nos ensina muita coisa, nos faz rir, e pode mudar para sempre a forma como vemos os produtos que consumimos em nossas vidas.

Texto de Jorge Moreno via Comunidade 2

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