terça-feira, dezembro 23, 2008

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Compartilhando amigos

"Pois onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda obra má" (Tg.3:16).

O que seria o tal "sentimento faccioso"?

Seria semelhante à avareza. A diferença é que o avarento não gosta de compartilhar coisas, enquanto que o indivíduo faccioso não gosta de compartilhar pessoas.

Para ele, quem for seu amigo não pode ser amigo de mais ninguém. Está sempre exigindo uma tomada de posição daqueles que estão à sua volta. Ou é amigo "meu", ou "dele".

Ele exige uma lealdade desmedida, e fica inciumado e frustrado por não ser correspondido à altura de suas expectativas.

Seus presentes e gestos caridosos são sempre com a intenção de "comprar" a lealdade das pessoas. Quem não corresponde é logo taxado de traidor, desleal.

Paulo orienta: "Ao homem faccioso, depois da primeira e segunda admoestação, evita-o" (Tt.3:10). E sabe porquê deve-se evitá-lo? Porque o espírito faccioso é contagioso e danoso à saúde do Corpo de Cristo. Ademais, é a única maneira de restaurá-lo.

O próprio Paulo nos oferece um exemplo do que é ser o inverso disso. Veja o que ele diz a Tito, um dos seus pupilos:

"Quando te enviar Ártemas, ou Tíquico, procura vir ter comigo a Nicópolis, porque resolvi passar o inverno ali. Faze tudo o que puderes para ajudar a Zenas, doutor na Lei, e a Apolo, para que nada lhe falte" (vv.12-13).

Paulo poderia se sentir ameaçado com a proximidade de Apolo, mas em vez disso, pede que Tito o ajude em tudo. Não havia porque se sentir inciumado, exigindo ser o centro das atenções.

Quem se considera um cidadão do Reino, deve aprender a compartilhar seus amigos e irmãos, sem exigir exclusividade.

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